segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Segunda-feira, dia 09 de Outubro de 2017

Segunda-feira da 27ª semana do Tempo Comum

S. João Leonardo, presbítero, +1609, S. Dionísio, bispo, e companheiros, mártires, ++250, Beato John Henry Newman, cardeal, +1890

Comentário do dia
Orígenes : «Então vai e faz o mesmo.»

Jonas 1,1-16.2,1.11.

A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, filho de Amitai:
«Levanta-te e vai à grande cidade de Nínive e anuncia-lhe que a fama da sua malícia chegou à minha presença».
Jonas levantou-se, a fim de fugir para Társis, para longe da presença do Senhor. Desceu a Jope, onde encontrou um navio que ia para Társis. Pagou a sua passagem e embarcou, a fim de seguir com os viajantes para Társis, para longe da presença do Senhor.
Mas o Senhor fez que soprasse um forte vento sobre o mar e levantou-se uma grande tempestade, a ponto de o navio ameaçar afundar-se.
Os marinheiros estavam aterrados e começou cada qual a clamar pelo seu deus. Para aliviarem o navio, deitaram a carga ao mar. Entretanto, Jonas tinha descido ao porão do navio e, deitado, dormia profundamente.
O capitão foi ter com ele e disse-lhe: «Como podes dormir? Levanta-te e invoca o teu Deus. Talvez Ele Se lembre de nós e não pereçamos».
Os tripulantes disseram uns para os outros: «Vamos deitar sortes, para sabermos quem é o responsável desta desgraça». Deitaram sortes e a sorte caiu sobre Jonas.
Então disseram-lhe: «Declara-nos por que motivo nos vem esta desgraça. Qual é a tua profissão? Donde vens? Qual é a tua terra e a que povo pertences?».
Jonas respondeu-lhes: «Eu sou hebreu e presto culto ao Senhor, Deus do Céu, que fez o mar e a terra».
Então aqueles homens sentiram um grande temor e disseram-lhe: «Que fizeste? – Pelo que Jonas lhes tinha contado, eles sabiam que fugia da presença do Senhor
– Que havemos de fazer-te, para que o mar se acalme à nossa volta?». É que o mar tornava-se cada vez mais impetuoso.
Jonas disse-lhes: «Agarrai-me e lançai-me ao mar e o mar acalmar-se-á à vossa volta, porque eu sei que é por minha causa que esta grande tormenta caiu sobre vós».
Os marinheiros remaram, tentando alcançar a costa, mas em vão, porque o mar se agitava cada vez mais contra eles.
Então invocaram o Senhor, dizendo: «Ah, Senhor! Não queremos morrer por causa deste homem; mas não nos torneis responsáveis pela morte dum inocente, porque Vós, Senhor, fareis o que Vos agrada».
Pegaram em Jonas e lançaram-no ao mar e o mar acalmou a sua fúria.
Aqueles homens começaram a temer muito o Senhor; ofereceram-Lhe um sacrifício e fizeram-Lhe votos.
Então o Senhor enviou um grande peixe para engolir Jonas e Jonas ficou nas entranhas do peixe três dias e três noites.
Por fim, o Senhor ordenou ao peixe que vomitasse Jonas na praia.


Jonas 2,2.3.4.5.8.

«Na minha aflição invoquei o Senhor,
e Ele ouviu-me.
Clamei a ti do meio da morada dos mortos,
e Tu ouviste a minha voz.  

Lançastes-me no profundo abismo dos mares
e as ondas me envolveram;
as vossas torrentes e vagas
passaram sobre mim.

Na minha aflição eu dizia:
«Fui afastado da vossa presença.
Como poderei ainda
voltar a ver o vosso templo santo?».

Quando minha alma desfalecia,
lembrei-me do Senhor
e a minha oração chegou à vossa presença,
ao vosso templo santo.




Lucas 10,25-37.

Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei de fazer para receber como herança a vida eterna?».
Jesus disse-lhe: «Que está escrito na lei? Como lês tu?».
Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo».
Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem. Faz isso e viverás».
Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: «E quem é o meu próximo?».
Jesus, tomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio morto.
Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante.
Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou também adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: 'Trata bem dele; e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar'.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?».
O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus: «Então vai e faz o mesmo».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Comentário sobre o Cântico dos cânticos, prólogo 2, 26-31

«Então vai e faz o mesmo.»

Está escrito : «Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus» (1Jo 4,7); e mais adiante: «Deus é amor» (8). Deste modo se diz, por um lado, que o próprio Deus é amor, e por outro, que aquele que é de Deus é amor. Ora, quem é de Deus senão aquele que disse: «Saí de Deus e vim a este mundo»? (Jo 16,28). Se Deus Pai é amor, também o Filho é amor [...] ; o Pai e o Filho são um só e em nada diferem. Eis a razão por que Cristo é chamado, para além de Sabedoria, Poder, Justiça, Verbo e Verdade, também Amor. [...]

E, porque Deus é amor e o Filho que é de Deus é amor, Ele exige que haja em nós algo semelhante a Ele, de tal maneira que, por este amor, por esta caridade que está em Cristo Jesus [...], sejamos unidos a Ele por uma espécie de parentesco, graças a este nome. Como dizia S. Paulo, que estava unido a Ele: «Quem nos separará do amor de Deus, que está em Cristo Jesus Nosso Senhor?» (Rom 8,39).

Ora, este amor de caridade considera que todo o homem é o nosso próximo. Foi por essa razão que o Salvador repreendeu um homem que estava convencido de que a alma justa não estava obrigada a aplicar a todos a lei do amor ao próximo. [...] E compôs a parábola do «homem [que] descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores». Depois censura o sacerdote e o levita, que, vendo-o meio morto, passaram adiante, mas presta homenagem ao samaritano, que teve misericórdia para com ele. E confirma que este último foi o próximo do homem ferido, dizendo àquele que Lhe tinha feito a pergunta: «Então vai e faz o mesmo». Com efeito, por natureza, nós somos todos o próximo uns dos outros; mas, pelas obras de caridade, aquele que pode fazer bem torna-se próximo daquele que não pode fazê-lo. Foi por isso que o nosso Salvador Se fez nosso próximo, e não passou adiante quando estávamos «meio mortos» em consequência dos ferimentos infligidos pelos «salteadores».