domingo, 3 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 03 de Dezembro de 2017

1º Domingo do Advento
1º Domingo do Advento - Ano B (semana I do saltério)

S. Francisco Xavier, presbítero, +1552

Comentário do dia
São Gregório de Nissa : «Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa»

Is. 63,16b-17.19b.64,2b-7.

Vós, Senhor, sois nosso Pai e nosso Redentor, desde sempre, é o vosso nome.
Porque nos deixais, Senhor, desviar dos vossos caminhos e endurecer o nosso coração, para que não Vos tema? Voltai, por amor dos vossos servos e das tribos da vossa herança.
Oh se rasgásseis os céus e descêsseis! Ante a vossa face estremeceriam os montes!
vendo os prodígios impressionantes que operavas.
Nunca os ouvidos escutaram, nem os olhos viram que um Deus, além de Vós, fizesse tanto em favor dos que n'Ele esperam.
Vós saís ao encontro dos que praticam a justiça e recordam os vossos caminhos. Estais indignado contra nós, porque pecámos e há muito que somos rebeldes, mas seremos salvos.
Éramos todos como um ser impuro, as nossas ações justas eram todas como veste imunda. Todos nós caímos como folhas secas, as nossas faltas nos levavam como o vento.
Ninguém invocava o vosso nome, ninguém se levantava para se apoiar em Vós, porque nos tínheis escondido o vosso rosto e nos deixáveis à mercê das nossas faltas.
Vós, porém, Senhor, sois nosso Pai, e nós o barro de que sois o Oleiro; somos todos obra das vossas mãos.


Salmos 80(79),2ac.3b.15-16.18-19.

Pastor de Israel, escutai,
Vós que estais sentado sobre os Querubins, aparecei.
Despertai o vosso poder
e vinde em nosso auxílio.

Deus dos Exércitos, vinde de novo,
olhai dos céus e vede, visitai esta vinha.
Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou,
o rebento que fortalecestes para Vós.

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes,
sobre o filho do homem que para Vós criastes.
Não mais nos apartaremos de Vós:
fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome.




1 Cor. 1,3-9.

A graça e a paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Dou graças a Deus, em todo o tempo, a vosso respeito, pela graça divina que vos foi dada em Cristo Jesus.
Porque fostes enriquecidos em tudo: em toda a palavra e em todo o conhecimento;
e deste modo, tornou-se firme em vós o testemunho de Cristo.
De facto, já não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ele vos tornará firmes até ao fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor.


Marcos 13,33-37.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tomai cuidado, vigiai, pois não sabeis quando chegará esse momento.
Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse.
Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha;
não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir.
O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, n.º 11, 1

«Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa»

Eis um dos grandes preceitos do Senhor: que os seus discípulos sacudam tudo o que é terreno como se fosse poeira [...], para se deixarem levar, num grande impulso, para o Céu. Ele exorta-nos a vencer o sono, a procurar as realidades do alto (Col 3,1), a ter o espírito permanentemente desperto, a afastar dos olhos o adormecimento sedutor. Quero falar deste torpor e desta sonolência que conduzem o Homem ao erro e forjam imagens de sonhos: honra, riqueza, poder, grandeza, prazer, êxito, lucro ou prestígio. [...]

Para esquecermos tais sonhos, o Senhor pede-nos que ultrapassemos este sono pesado: não deixemos escapar o real na busca frenética do nada. Ele chama-nos, pois, a velar: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas» (Lc 12,35). A luz que arde nos nossos olhos expulsa o sono; a cinta que nos rodeia os rins mantém o nosso corpo em alerta, exprimindo um esforço que não tolera qualquer torpor.

Como é claro o sentido desta imagem! Cingir os rins com a temperança é viver à luz de uma consciência pura. A lâmpada acesa da franqueza ilumina o rosto, faz brilhar a verdade, mantém a alma desperta, tornando-a impermeável à falsidade e estranha à futilidade dos nossos pobres sonhos. Vivamos segundo a exigência de Cristo e partilharemos a vida dos anjos. Com efeito, é a eles que Ele nos une neste preceito: «Sede semelhantes aos homens que esperam o seu senhor ao voltar da boda, para lhe abrirem a porta quando ele chegar e bater» (Lc 12,36). Pois eles estão sentados junto às portas do Céu, de olhar desperto, para que o Rei da glória (Sl 23,7) por aí passe ao voltar da boda.