domingo, 18 de fevereiro de 2018

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 18 de Fevereiro de 2018

1º Domingo da Quaresma
Primeiro Domingo da Quaresma (semana I do saltério)

Santa Bernardete Soubirous, religiosa, + 1879, Beato João de Fiésole (Fra Angélico), religioso, +1455, S. Teotónio, religioso, +1162

Comentário do dia
Santo Agostinho : «Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, excepto no pecado» (Heb 4,15)

Gén. 9,8-15.

Deus disse a Noé e a seus filhos:
«Estabelecerei a minha aliança convosco, com a vossa descendência
e com todos os seres vivos que vos acompanham: as aves, os animais domésticos, os animais selvagens que estão convosco, todos quantos saíram da arca e agora vivem na terra.
Estabelecerei convosco a minha aliança: de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio, e nunca mais um dilúvio devastará a terra».
Deus disse ainda: «Este é o sinal da aliança que estabeleço convosco e com todos os animais que vivem entre vós, por todas as gerações futuras:
farei aparecer o meu arco sobre as nuvens, que será um sinal da aliança entre Mim e a terra.
Sempre que Eu cobrir a terra de nuvens e aparecer nas nuvens o arco,
recordarei a minha aliança convosco e com todos os seres vivos, e nunca mais as águas formarão um dilúvio para destruir todas as criaturas».


Salmos 25(24),4bc-5ab.6-7bc.8-9.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças, que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.

O Senhor é bom e reto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.




1 Pedro 3,18-22.

Caríssimos: Cristo morreu uma só vez pelos pecados – o Justo pelos injustos – para vos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito.
Foi por este Espírito que Ele foi pregar aos espíritos que estavam na prisão da morte e tinham sido outrora rebeldes,
quando, nos dias de Noé, Deus esperava com paciência, enquanto se construía a arca, na qual poucas pessoas, oito apenas, se salvaram através da água.
Esta água é figura do Batismo que agora vos salva, que não é uma purificação da imundície corporal, mas o compromisso para com Deus de uma boa consciência; ele vos salva pela ressurreição de Jesus Cristo,
que subiu ao Céu e está à direita de Deus, tendo sob o seu domínio os Anjos, as Dominações e as Potestades.


Marcos 1,12-15.

Naquele tempo, o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto.
Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás. Vivia com os animais selvagens, e os Anjos serviam-n'O.
Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a pregar o Evangelho, dizendo:
«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Discursos sobre os Salmos, PS 60; CCL 39, 766

«Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, excepto no pecado» (Heb 4,15)

«Escutai, ó Deus, o meu clamor, atendei a minha oração! [...] Dos confins da terra grito por Vós, com o meu coração desfalecido» (Sl 60,2-3). Dos confins da terra, ou seja, de toda a parte. [...] Não é só uma pessoa que fala assim; e, no entanto, é uma só pessoa, porque não há senão um só Cristo, do qual somos os membros (Ef 5,23). [...] Aquele que grita dos confins da terra está angustiado, mas não foi abandonado. Porque fomos nós, ou seja, o seu corpo, que o Senhor quis prefigurar no seu próprio corpo. [...]

Simbolizou-nos na sua pessoa quando quis ser tentado por Satanás. Lê-se no Evangelho que Nosso Senhor, Cristo Jesus, foi tentado no deserto pelo diabo. Em Cristo, és tu que és tentado, porque Cristo tomou de ti a sua humanidade para te dar a sua salvação, de ti tomou a sua morte para te dar a sua vida, de ti sofreu os seus ultrajes para te dar a sua honra. Foi portanto de ti que Ele tomou as tentações, para te dar a sua vitória. Se somos tentados nele, nele também triunfaremos do diabo.

Reconheces que Cristo foi tentado, e não reconheces que alcançou a vitória? Reconhece-te como tentado ele, reconhece-te como vencedor nele. Ele poderia ter impedido o diabo de se aproximar dele; mas, se não tivesse sido tentado, como nos teria ensinado a maneira de vencer a tentação? Por isso, não é de espantar que, atormentado pela tentação, Ele grite dos confins da terra segundo este salmo. Mas porque não é vencido? O salmo continua: «Conduzi-me ao rochedo». [...] Recorda o Evangelho: «Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja» (Mt 16,18). Assim, é a Igreja, que Ele quis construir sobre a pedra, que grita dos confins da terra. Mas quem se tornou rochedo, para que a Igreja pudesse ser construída sobre o rochedo? Ouçamos S. Paulo: «O rochedo era Cristo» (1Cor 10,4). É pois sobre Ele que nós somos edificados. Por isso, a pedra sobre a qual somos construídos foi a primeira a ser batida pelos ventos, pelas torrentes e pelas chuvas, quando Cristo foi tentado pelo diabo (Mt 7,25). Eis a fundação inabalável sobre a qual Ele te quis edificar.