sexta-feira, 9 de março de 2018

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sexta-feira, dia 09 de Março de 2018

Sexta-feira da 3ª semana da Quaresma

S. Domingos Sávio, jovem religioso, +1857, Santa Francisca Romana, viúva, +1440

Comentário do dia
São Francisco de Sales : O verdadeiro amor

Oseias 14,2-10.

Assim fala o Senhor: «Israel, converte-te ao Senhor, teu Deus, porque foram os teus pecados que te fizeram cair.
Vinde com palavras de súplica, voltai para o Senhor e dizei-Lhe: "Perdoai todas as nossas faltas e aceitai o dom que Vos oferecemos, a homenagem dos nossos lábios.
Não é a Assíria que nos pode salvar; não montaremos mais a cavalo, nem chamaremos 'Nosso Deus' à obra das nossas mãos, porque só em Vós o órfão encontra piedade".
Curarei a sua infidelidade, amá-los-ei generosamente, pois a minha ira afastou-se deles.
Serei como orvalho para Israel, que florirá como o lírio e lançará raízes como o cedro do Líbano.
Os seus ramos estender-se-ão ao longe, a sua opulência será como a da oliveira e a sua fragrância como a do Líbano.
Voltarão a sentar-se à minha sombra, farão reviver o trigo; florescerão como a vinha, criarão fama como o vinho do Líbano.
Que terá ainda Efraim de comum com os ídolos? Sou Eu que o atendo e olho por ele. Sou como o cipreste verdejante: graças a Mim darás muito fruto».
Quem for sábio entenderá estas palavras, quem for inteligente poderá compreendê-las. Porque são retos os caminhos do Senhor: por eles caminham os justos e neles tropeçam os pecadores.


Salmos 81(80),6c-8a.8bc-9.10-11ab.14.17.

Oiço uma língua desconhecida:
«Aliviei os teus ombros do fardo e soltei as tuas mãos dos cestos;
gritaste na angústia e Eu te libertei.
Do meio do trovão te respondi;

pus-te à prova junto das águas de Meriba.
Escuta, meu povo, a minha advertência,
assim, Israel, Me prestes ouvidos:
«Não terás contigo um deus alheio,

nem adorarás divindades estranhas.
Eu, o Senhor, sou o teu Deus,
que te fiz sair da terra do Egipto».
Oh se o meu povo Me escutasse,

se Israel seguisse os meus caminhos,
Alimentaria o meu povo com a flor da farinha
e saciá-lo-ia com o mel dos rochedos.





Marcos 12,28b-34.

Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?».
Jesus respondeu: «O primeiro é este: 'Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças'.
O segundo é este: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo'. Não há nenhum mandamento maior que estes».
Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d'Ele.
Amá-l'O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».
Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l'O.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
«Sobre o amor às criaturas»

O verdadeiro amor

Há certos amores que parecem extremamente grandes e perfeitos aos olhos das criaturas, e que diante de Deus são pequenos e de nenhum valor. E a razão é que estas amizadas não estão fundadas na verdadeira caridade, que é a caridade para com Deus, mas apenas em certas tendências e inclinações naturais.

Pelo contrário, há outros amores que parecem extremamente reduzidos e vazios aos olhos do mundo, e que diante de Deus serão cheios e muito excelentes, porque os atos correspondentes se fazem apenas por Deus e em Deus, sem mistura do nosso interesse pessoal. Os atos de caridade que fazemos por aqueles que amamos desta maneira são mil vezes mais perfeitos, na medida em que tudo é puramente por Deus, mas os serviços e outras ajudas que prestamos àqueles que amamos por inclinação têm muito menos mérito, devido à grande complacência e satisfação que obtemos com a sua realização, e ao facto de, em geral, os fazermos mais por este movimento que por amor a Deus.

Há ainda outra razão que torna as primeiras amizades de que falámos menores que as segundas: o facto de não durarem, uma vez que, sendo a sua causa tão frágil, logo que surge um obstáculo, esfriam e alteram-se; coisa que não acontece àquelas que são apenas em Deus, porque a sua causa é sólida e permanente.

Os sinais de amizade que damos contra a nossa inclinação às pessoas pelas quais temos antipatia são melhores e mais agradáveis a Deus que aqueles que damos atraídos pelo afeto sensível. E a isto não deve chamar-se duplicidade nem dissimulação, porque o sentimento contrário que experimento reside na parte inferior de mim, e os atos que faço são feitos com a força da razão, que é a parte principal da minha alma.

Assim, aqueles que nada têm de amável são felizes, porque o amor que se lhes dá é excelente, pois vem de Deus.