domingo, 11 de março de 2018

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 11 de Março de 2018

4º Domingo da Quaresma
Quarto Domingo da Quaresma (semana IV do saltério)

Beato João Batista de Fabriano, presbítero, +1539, S. Ramiro, abade, mártir, +555, S. Constantino, rei, mártir, +598

Comentário do dia
São Francisco de Sales : «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito»

2 Crónicas 36,14-16.19-23.

Naqueles dias, todos os príncipes dos sacerdotes e o povo multiplicaram as suas infidelidades, imitando os costumes abomináveis das nações pagãs, e profanaram o templo que o Senhor tinha consagrado para Si em Jerusalém.
O Senhor, Deus de seus pais, desde o princípio e sem cessar, enviou-lhes mensageiros, pois queria poupar o povo e a sua própria morada.
Mas eles escarneciam dos mensageiros de Deus, desprezavam as suas palavras e riam-se dos profetas, a tal ponto que deixou de haver remédio, perante a indignação do Senhor contra o seu povo.
Os caldeus incendiaram o templo de Deus, demoliram as muralhas de Jerusalém, lançaram fogo aos seus palácios e destruíram todos os objetos preciosos.
O rei dos caldeus deportou para Babilónia todos os que tinham escapado ao fio da espada; e foram escravos deles e de seus filhos, até que se estabeleceu o reino dos persas.
Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pela boca de Jeremias: «Enquanto o país não descontou os seus sábados, esteve num sábado contínuo, durante todo o tempo da sua desolação, até que se completaram setenta anos».
No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para se cumprir a palavra do Senhor, pronunciada pela boca de Jeremias, o Senhor inspirou Ciro, rei da Pérsia, que mandou publicar, em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte proclamação:
«Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do Céu, deu-me todos os reinos da terra, e Ele próprio me confiou o encargo de Lhe construir um templo em Jerusalém, na terra de Judá. Quem de entre vós fizer parte do seu povo ponha-se a caminho, e que Deus esteja com ele».


Salmos 137(136),1-2.3.4-5.6.

Sobre os rios de Babilónia nos sentámos a chorar,
com saudades de Sião.
Nos salgueiros das suas margens,
dependurámos as nossas harpas.

Aqueles que nos levaram cativos
queriam ouvir os nossos cânticos
e os nossos opressores uma canção de alegria:
«Cantai-nos um cântico de Sião».

Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor
em terra estrangeira?
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
esquecida fique a minha mão direita.

Apegue-se-me a língua ao paladar,
se não me lembrar de ti,
se não fizer de Jerusalém
a maior das minhas alegrias.




Efésios 2,4-10.

Irmãos: Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou,
que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com Cristo – é pela graça que fostes salvos –
e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar nos Céus.
Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e da sua bondade para connosco, em Jesus Cristo.
De facto, é pela graça que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus.
Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar.
Na verdade, nós somos obra de Deus, criados em Jesus Cristo, em vista das boas obras que Deus de antemão preparou, como caminho que devemos seguir.


João 3,14-21.

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado,
para que todo aquele que acredita tenha n'Ele a vida eterna.
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n'Ele não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem acredita n'Ele não é condenado, mas quem não acredita n'Ele já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus».
E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras.
Todo aquele que pratica más ações odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
«Obras completas», t. 10

«Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito»

Deus não poderia dar ao mundo outro remédio, senão a morte de seu Filho? [...] Certamente que poderia ter-nos resgatado por mil outros meios, que não fossem a morte de seu Filho; mas não quis fazê-lo, porque o que era suficiente para a nossa salvação não o era para saciar o seu amor. E, para nos mostrar como nos amava, este Filho divino morreu com a morte mais terrível e ignominiosa, que era a morte de cruz.

Que resta, pois, e que consequência podemos tirar daqui, a não ser que, dadoo que Ele morreu de amor por nós, morramos nós também de amor por Ele, ou, se não podemos morrer de amor, ao menos não vivamos senão por Ele? [...] Era disto que se queixava o grande S.to Agostinho: «Senhor, será possível que o homem saiba que morrestes por Ele e não viva por Vós?» E esse grande amoroso que foi S. Francisco exclamava, soluçando: «Ah, morrestes de amor e ninguém Vos ama!» [...]

Não há redenção senão nesta cruz. Ó Deus, que grande utilidade e que grande proveito é para nós contemplar a cruz e a Paixão! Será possível contemplar esta humildade de Nosso Senhor sem ser humilde e amar as humilhações? Poderemos ver a sua obediência sem ser obedientes? Oh não, nunca ninguém contemplou Nosso Senhor crucificado e morreu ou adoeceu. Pelo contrário, os que se recusam a contemplá-lo morrem, como acontecia aos filhos de Israel que se recusavam a olhar para a serpente que Moisés tinha mandado colocar no alto da coluna.