terça-feira, 13 de março de 2018

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Terça-feira, dia 13 de Março de 2018

Terça-feira da 4ª semana da Quaresma

S. Salomão, mártir, +857, S. Rodrigo, mártir, +857, Santa Eufrásia, virgem, +412, Santa Serafina, virgem, +1253

Comentário do dia
São Gregório de Nissa : Salvos pela água

Ezeq. 47,1-9.12.

Naqueles dias, o Anjo reconduziu-me à entrada do templo. Debaixo do limiar da porta saía água em direção ao Oriente, pois a fachada do templo estava voltada para o Oriente. As águas corriam da parte inferior, do lado direito do templo, ao sul do altar.
O Anjo fez-me sair pela porta setentrional e contornar o templo por fora, até à porta exterior que está voltada para o Oriente. As águas corriam do lado direito.
Depois saiu na direção do Oriente com uma corda na mão; mediu mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos tornozelos.
Mediu outros mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me aos joelhos. Mediu ainda mil côvados e mandou-me atravessar: a água chegava-me à cintura.
Por fim, mediu mais mil côvados: era uma torrente que eu não podia atravessar. As águas tinham aumentado até se perder o pé, formando um rio impossível de transpor.
Disse-me então o Anjo: «Viste, filho do homem?» E fez-me voltar para a margem da torrente.
Quando cheguei, vi nas margens da torrente uma grande quantidade de árvores, de um e outro lado.
O Anjo disse-me: «Esta água corre para a região oriental, desce para Arabá e entra no mar, para que as suas águas se tornem salubres.
Todo o ser vivo que se move na água onde chegar esta torrente terá novo alento e o peixe será mais abundante. Porque aonde esta água chegar, tornar-se-ão sãs as outras águas e haverá vida por toda a parte aonde chegar esta torrente.
À beira da torrente, nas duas margens, crescerá toda a espécie de árvores de fruto; a sua folhagem não murchará, nem acabarão os seus frutos. Todos os meses darão frutos novos, porque as águas vêm do santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas de remédio».


Salmos 46(45),2-3.5-6.8-9.

Deus é o nosso refúgio e a nossa força,
auxílio sempre pronto na adversidade.
Por isso nada receamos ainda que a terra vacile
e os montes se precipitem no fundo do mar.

Os braços dum rio alegram a cidade de Deus,
a mais santa das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela e a torna inabalável,
Deus a protege desde o romper da aurora.

O Senhor dos Exércitos está connosco,
o Deus de Jacob é a nossa fortaleza.
Vinde e contemplai as obras do Senhor,
as maravilhas que realizou na terra.





João 5,1-16.

Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém.
Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que tem cinco pórticos.
e neles jaziam numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos.

Estava ali também um homem, enfermo havia trinta e oito anos.
Ao vê-lo deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, Jesus perguntou-lhe: «Queres ser curado?»
O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina, quando a água é agitada; enquanto eu vou, outro desce antes de mim».
Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda».
No mesmo instante o homem ficou são, tomou a sua enxerga e começou a caminhar. Ora aquele dia era sábado.
Diziam os judeus àquele que tinha sido curado: «Hoje é sábado: não podes levar a tua enxerga».
Mas ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou disse-me: 'Toma a tua enxerga e anda'».
Perguntaram-lhe então: «Quem é que te disse: 'Toma a tua enxerga e anda'».
Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus tinha-Se afastado da multidão que estava naquele local.
Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Agora estás são. Não voltes a pecar, para que não te suceda coisa pior».
O homem foi então dizer aos judeus que era Jesus quem o tinha curado.
Desde então os judeus começaram a perseguir Jesus, por fazer isto num dia de sábado.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
«Vida de Moisés», II, 121s; SC 1

Salvos pela água

Qualquer homem que oiça o relato do mar Vermelho compreende o mistério da água, à qual se desce com todo o exército dos inimigos e da qual se emerge sozinho, deixando o exército dos inimigos afundado no abismo. E percebe que este exército dos egípcios [...] são as diversas paixões da alma às quais o homem se encontra sujeito: sentimentos de ira, impulsos diversos de prazer, de tristeza, de avareza. [...] Todas estas coisas, e aquelas que estão na sua origem, com o chefe que promove o ataque odioso, se precipitam na água atrás dos israelitas.

Mas a água, pela força da vara da fé e o poder da nuvem luminosa (Ex, 14,16.19), torna-se uma fonte de vida para aqueles que nela procuram refúgio - e fonte de morte para quantos os perseguem. [...] Isto significa, quando se deteta o sentido oculto neste acontecimento, que todos quantos passam pela água sacramental do batismo devem fazer morrer na água as más inclinações que os combatem - a avareza, os desejos impuros, o espírito de rapina, os sentimentos de vaidade e de orgulho, os impulsos de ira, a inveja, o ciúme...

É como o mistério da Páscoa judaica: chamava-se «páscoa» ao cordeiro cujo sangue preservara da morte os que dele tinham usufruído (Ex 12,21.23). Neste mistério, a Lei ordena que se coma, com a páscoa, pães ázimos, sem o velho fermento, ou seja, que nenhum resto de pecado apareça misturado com a vida nova (1Cor 5,7-8). [...] Da mesma maneira, temos de afundar todo o exército egípcio, isto é, todas as formas de pecado, no banho da salvação, qual abismo do mar, e dele emergir sozinhos, sem nada que nos seja estranho.