sábado, 17 de março de 2018

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sabado, dia 17 de Março de 2018

Sábado da 4ª semana da Quaresma

S. Patrício, bispo, +461, Beata Bárbara Maix, religiosa, +1873

Comentário do dia
São João Paulo II : «É o Messias»

Jer. 11,18-20.

Quando o Senhor me avisou, eu compreendi; vi então as maquinações dos meus inimigos.
Eu era como manso cordeiro levado ao matadouro e ignorava a conjura que tramavam contra mim, dizendo: «Destruamos a árvore no seu vigor, arranquemo-la da terra dos vivos, para não mais se falar no seu nome».
Senhor do Universo, que julgais com justiça e sondais os sentimentos e o coração, seja eu testemunha do castigo que haveis de aplicar-lhes, pois a Vós confio a minha causa.


Salmos 7,2-3.9bc-10.11-12.

Senhor, meu Deus, em Vós me refugio,
livrai-me de quantos me perseguem e salvai-me.
Não me arrebatem como o leão
e me dilacerem sem ter quem me salve.

Julgai-me, Senhor, segundo a minha justiça,
segundo a minha inocência.
Acabe a malícia dos ímpios e confortai o justo,
Vós, Deus de justiça, que sondais o íntimo dos corações.

A minha proteção está em Deus,
que salva os homens retos de coração.
Deus é o juiz justo,
um Deus que pode castigar todos os dias.




João 7,40-53.

Naquele tempo, alguns que tinham ouvido as palavras de Jesus diziam no meio da multidão:
«Ele é realmente o Profeta». Outros afirmavam: «É o Messias». Outros, porém, diziam: «Poderá o Messias vir da Galileia?
Não diz a Escritura que o Messias será da linhagem de David e virá de Belém, a cidade de David?»
Houve assim desacordo entre a multidão a respeito de Jesus.
Alguns deles queriam prendê-l'O, mas ninguém Lhe deitou as mãos.
Então os guardas do templo foram ter com os príncipes dos sacerdotes e com os fariseus e estes perguntaram-lhes: «Porque não O trouxestes?».
Os guardas responderam: «Nunca ninguém falou como esse homem».
Os fariseus replicaram: «Também vos deixastes seduzir?
Porventura acreditou n'Ele algum dos chefes ou dos fariseus?
Mas essa gente, que não conhece a Lei, está maldita».
Disse-lhes Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido ter com Jesus e era um deles:
«Acaso a nossa Lei julga um homem sem antes o ter ouvido e saber o que ele faz?»
Responderam-lhe: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia nunca saiu nenhum profeta».
E cada um voltou para sua casa.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João Paulo II (1920-2005), papa
Enciclica «Dives in misericordia», 7 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)

«É o Messias»

O verdadeiro significado da misericórdia não consiste apenas no olhar, por mais penetrante e mais cheio de compaixão que ele seja. [...] A misericórdia manifesta-se quando [...] tira bem de todas as formas de mal existentes no mundo e no homem. Entendida desta maneira, constitui o conteúdo fundamental da mensagem messiânica de Cristo. [...] A mensagem messiânica de Cristo e a sua atividade entre os homens terminam com a Cruz e a ressurreição. [...] A dimensão divina da redenção permite-nos descobrir [...] a profundidade do amor que não retrocede diante do extraordinário sacrifício do Filho, para satisfazer a fidelidade do Criador e Pai para com os homens. [...]

Os acontecimentos de Sexta-Feira Santa e, ainda antes, a oração no Getsemani, introduzem uma mudança fundamental em todo o processo de revelação do amor e da misericórdia na missão messiânica de Cristo. Aquele que «passou fazendo o bem e curando a todos», e «sarando toda a espécie de doenças e enfermidades» (At 10,38; Mt 9,35), mostra-Se agora, Ele próprio, digno da maior misericórdia, e parece apelar para a misericórdia quando é preso, ultrajado, condenado, flagelado, coroado de espinhos, pregado na cruz e expira no meio de tormentos atrozes. É então que Se apresenta particularmente merecedor da misericórdia dos homens, a quem fez o bem; mas não a recebe. Nem aqueles que mais de perto contactaram com Ele têm a coragem de O proteger e O arrancar à mão dos seus opressores. Na fase final do desempenho da função messiânica, cumprem-se em Cristo as palavras dos profetas, sobretudo as de Isaías, proferidas a respeito do Servo de Javé: «Fomos curados pelas suas chagas» (53,5). [...]

«Àquele que não conhecera o pecado, Deus tratou-O por nós como pecado», escrevia São Paulo (2Cor 5,21), resumindo em poucas palavras toda a profundidade do mistério da Cruz e a dimensão divina da realidade da redenção. É precisamente a redenção a última e definitiva revelação da santidade de Deus, que é a plenitude absoluta da perfeição.