terça-feira, 27 de março de 2018

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Terça-feira, dia 27 de Março de 2018

Terça-feira DA SEMANA SANTA

Santo Alberto Chmielowski, religioso, fundador, +1916, S. João do Egipto, eremita, +374, S. João Damasceno, presbítero, Doutor da Igreja, +749, Santo Alexandre, patriarca de Alexandria, +326

Comentário do dia
São Leão Magno : ««Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado nele.»

Is. 49,1-6.

Terras de Além-Mar, escutai-me; povos de longe, prestai atenção. O Senhor chamou-me desde o ventre materno, disse o meu nome desde o seio de minha mãe.
Fez da minha boca uma espada afiada, abrigou-me à sombra da sua mão. Tornou-me semelhante a uma seta aguda, guardou-me na sua aljava.
E disse-me: «Tu és o meu servo, Israel, por quem manifestarei a minha glória».
E eu dizia: «Cansei-me inutilmente, em vão e por nada gastei as minhas forças». Mas o meu direito está no Senhor e a minha recompensa está no meu Deus.
E agora o Senhor falou-me, Ele que me formou desde o seio materno, para fazer de mim o seu servo, a fim de Lhe reconduzir Jacob e reunir Israel junto d'Ele. Eu tenho merecimento aos olhos do Senhor, e Deus é a minha força.
Ele disse-me então: «Não basta que sejas meu servo, para restaurares as tribos de Jacob e reconduzires os sobreviventes de Israel. Vou fazer de ti a luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra».


Salmos 71(70),1-2.3-4a.5-6ab.15.17.

Em Vós, Senhor, me refugio,
jamais serei confundido.
Pela vossa justiça, defendei-me e salvai-me,
prestai ouvidos e libertai-me.

Sede para mim um refúgio seguro,
a fortaleza da minha salvação.
Vós sois a minha defesa e o meu refúgio:
meu Deus, salvai-me do pecador.

Sois Vós, Senhor, a minha esperança,
a minha confiança desde a juventude.
Desde o nascimento Vós me sustentais,
desde o seio materno sois o meu protector.

A minha boca proclama a Vossa justiça
todos os dias, a Vossa salvação que é incontável.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.




João 13,21-33.36-38.

Naquele tempo, estando Jesus à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará».
Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem de quem falava.
Um dos discípulos, o predilecto de Jesus, estava à mesa, mesmo a seu lado.
Simão Pedro fez-lhe sinal e disse: «Pergunta-Lhe a quem Se refere».
Ele inclinou-Se sobre o peito de Jesus e perguntou-Lhe: «Quem é, Senhor?»
Jesus respondeu: «É aquele a quem vou dar este bocado de pão molhado». E, molhando o pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão.
Naquele momento, depois de engolir o pão, Satanás entrou nele. Disse-lhe Jesus: «O que tens a fazer, fá-lo depressa».
Mas nenhum dos que estavam à mesa compreendeu porque lhe disse tal coisa.
Como Judas era quem tinha a bolsa comum, alguns pensavam que Jesus lhe tinha dito: «Vai comprar o que precisamos para a festa»; ou então, que desse alguma esmola aos pobres.
Judas recebeu o bocado de pão e saiu imediatamente. Era noite.
Depois de ele sair, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n'Ele.
Se Deus foi glorificado n'Ele, Deus também O glorificará em Si mesmo e glorificá-l'O-á sem demora.
Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Haveis de procurar-Me e, assim como disse aos judeus, também agora vos digo: não podeis ir para onde Eu vou»
Perguntou-Lhe Simão Pedro: «Para onde vais, Senhor?». Jesus respondeu: «Para onde Eu vou, não podes tu seguir-Me por agora; seguir-Me-ás depois».
Disse-Lhe Pedro: «Senhor, por que motivo não posso seguir-Te agora? Eu darei a vida por Ti».
Disse-Lhe Jesus: «Darás a vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja
Sermão 58, 7.º sobre a Paixão, §§ 3-4; SC 74 bis

««Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado nele.»

Quando o Senhor declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará», demonstrou que era capaz de penetrar na consciência daquele que ia traí-lo. Sem contrariar o malfeitor com censuras severas e públicas, procurou chegar a ele com uma advertência terna e velada, para que o arrependimento pudesse corrigir aquele que não fora destituído por qualquer interdito.

Porque será, infeliz Judas, que não aproveitas toda esta bondade? Não vês que o Senhor está disposto a perdoar esse teu ato, que Cristo não te denuncia a ninguém, a não ser a ti próprio? Nem o teu nome nem a tua pessoa são indicados, mas por esta palavra de verdade e de misericórdia é tocado o segredo do teu coração. Nem a honra do teu título de apóstolo, nem a participação no sacramento te são recusadas. Volta atrás, abandona essa loucura e arrepende-te. Convida-te a suavidade, incita-te a salvação, chama-te a Vida. Vê como os teus companheiros, que são puros e sem pecados, se perturbam ao ouvirem anunciar o crime; e, como o autor de semelhante mal não foi revelado, cada um deles teme por si. Deixam-se, pois, invadir pela tristeza, não porque o coração os acuse, mas porque os preocupa a inconstância humana: duvidam de que aquilo que cada um deles sabe sobre si próprio seja menos verdadeiro de que aquilo que a própria Verdade vê antecipadamente. E tu, no meio desta angústia dos santos, abusas da paciência do Senhor, considerando que estás protegido pela tua audácia. [...]

Vendo que o pensamento de Judas estava fixado no seu miserável projeto, o Senhor diz-lhe: «O que tens a fazer, fá-lo depressa». Ao falar deste modo, não está a dar uma ordem, mas a permitir que Judas faça o que decidiu; não é uma palavra de quem treme, mas de quem está pronto. Ele que tem o tempo sob o seu poder mostra que não está preocupado em atrasar o traidor, mas que avança para o cumprimento da vontade de seu Pai, com vista à redenção do mundo, sem provoocar nem temer o crime que os seus perseguidores preparam.