sábado, 27 de março de 2010

Profecia do Dia

Domingo, dia 28 de Março de 2010
DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR

Domingo de Ramos (semana II do saltério)
Santa Gisela, rainha, abadessa, +1065, S. Sisto III, papa, +440



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Proclo de Constantinopla : «Bendito Aquele que vem, o nosso Rei»

Leituras

Is. 50,4-7.
«O Senhor DEUS ensinou-me o que devo dizer, para saber dar palavras de
alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu
aprenda como os discípulos.
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei.
Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a
barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam.
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes.
Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria
envergonhado.


Salmos 22(21),8-9.17-18.19-20.23-24.
Todos os que me vêem escarnecem de mim; estendem os lábios e abanam a
cabeça.
"Confiou no SENHOR, Ele que o livre; Ele que o salve, já que é seu amigo."
Estou rodeado por matilhas de cães, envolvido por um bando de malfeitores;
trespassaram as minhas mãos e os meus pés:
posso contar todos os meus ossos. Eles olham para mim cheios de espanto!
Repartem entre si as minhas vestes e sorteiam a minha túnica.
Mas Tu, SENHOR, não te afastes de mim! És o meu auxílio: vem socorrer me
depressa!
Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos e te louvarei no meio da
assembleia.
Vós, que temeis o SENHOR, louvai o! Glorificai o, descendentes de Jacob!
Reverenciai o, descendentes de Israel!


Filip. 2,6-11.
Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual
a Deus;
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo.
Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado
como homem,
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que
está acima de todo o nome,
para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que
estão no céu, na terra e debaixo da terra;
e toda a língua proclame: "Jesus Cristo é o Senhor!", para glória de Deus
Pai.


Lucas 22,14-71.23,1-56.
Quando chegou a hora, pôs-se à mesa e os Apóstolos com Ele.
Disse-lhes: «Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes
de padecer,
pois digo-vos que já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento
no Reino de Deus.»
Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até chegar o
Reino de Deus.»
Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por
eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei
isto em minha memória.»
Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova
Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós.»
«No entanto, vede: a mão daquele que me vai entregar está comigo à mesa!
O Filho do Homem segue o seu caminho, como está determinado; mas ai daquele
por meio de quem vai ser entregue!»
Começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante
coisa.
Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles devia ser considerado
o maior.
Jesus disse-lhes: «Os reis das nações imperam sobre elas e os que nelas
exercem a autoridade são chamados benfeitores.
Convosco, não deve ser assim; o que fôr maior entre vós seja como o menor,
e aquele que mandar, como aquele que serve.
Pois, quem é maior: o que está sentado à mesa, ou o que serve? Não é o que
está sentado à mesa? Ora, Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós sois os que permaneceram sempre junto de mim nas minhas provações,
e Eu disponho do Reino a vosso favor, como meu Pai dispõe dele a meu favor,

a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu Reino. E haveis de
sentar-vos, em tronos, para julgar as doze tribos de Israel.»
E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar
como trigo.
Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez
convertido, fortalece os teus irmãos.»
Ele respondeu-lhe: «Senhor, estou pronto a ir contigo até para a prisão e
para a morte.»
Jesus disse-lhe: «Eu te digo, Pedro: o galo não cantará hoje sem que, por
três vezes, tenhas negado conhecer-me.»
Depois, acrescentou: «Quando vos enviei sem bolsa, nem alforge, nem
sandálias, faltou-vos alguma coisa?» Eles responderam: «Nada.»
E Ele acrescentou: «Mas agora, quem tem uma bolsa que a tome, assim como o
alforge, e quem não tem espada venda a capa e compre uma.
Porque, digo-vo-lo Eu, deve cumprir-se em mim esta palavra da Escritura:
Foi contado entre os malfeitores. Efectivamente, o que me diz respeito
chega ao seu termo.»
Disseram-lhe eles: «Senhor, aqui estão duas espadas.» Mas Ele
respondeu-lhes: «Basta!»
Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os
discípulos seguiram também com Ele.
Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para que não entreis em
tentação.»
Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente;
e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo:
«Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha
vontade, mas a tua.»
Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava.
Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe
como grossas gotas de sangue, que caíam na terra.
Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a
dormir, devido à tristeza.
Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em
tentação.»
Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze,
o chamado Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar.
Jesus disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?»
Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor,
ferimo-los à espada?»
E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.

Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do
servo, curou-o.
Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos
oficiais do templo e aos anciãos: «Vós saístes com espadas e varapaus, como
se fôsseis ao encontro de um salteador!
Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas
esta é a vossa hora e o domínio das trevas.»
Apoderando-se, então, de Jesus, levaram-no e introduziram-no em casa do
Sumo Sacerdote. Pedro seguia de longe.
Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se e Pedro sentou-se
no meio deles.
Ora, uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitandoo, disse: «Este também
estava com Ele.»
Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.»
Pouco depois, disse outro, ao vê-lo: «Tu também és dos tais.» Mas Pedro
disse: «Homem, não sou.»
Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com
certeza este estava com Ele; além disso, é galileu.»
Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.» E, no mesmo instante,
estando ele ainda a falar, cantou um galo.
Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da
palavra do Senhor, quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás
negar-me três vezes.»
E, vindo para fora, chorou amargamente.
Entretanto, os que guardavam Jesus troçavam dele e maltratavam-no.
Cobriam-lhe o rosto e perguntavam-lhe: «Adivinha! Quem te bateu?»
E proferiam muitos outros insultos contra Ele.
Quando amanheceu, reuniu-se o Conselho dos anciãos do povo, sumos
sacerdotes e doutores da Lei, que o levaram ao seu tribunal.
Disseram-lhe: «Declara-nos se Tu és o Messias.» Ele respondeu-lhes: «Se
vo-lo disser, não me acreditareis
e, se vos perguntar, não respondereis.
Mas doravante, o Filho do Homem vai sentar-se à direita de Deus
todo-poderoso.»
Disseram todos: «Tu és, então, o Filho de Deus?» Ele respondeu-lhes: «Vós o
dizeis; Eu sou.»
Então, exclamaram: «Que necessidade temos já de testemunhas? Nós próprios o
ouvimos da sua boca.»
Levantando-se todos, levaram-no a Pilatos
e começaram a acusá-lo, nestes termos: «Encontrámos este homem a sublevar o
povo, a impedir que se pagasse tributo a César e a dizer-se Ele próprio o
Messias Rei.»
Pilatos interrogou-o: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu: «Tu o
dizes.»
Pilatos disse, então, aos sumos sacerdotes e à multidão: «Nada encontro de
culpável neste homem.»
Mas eles insistiram, dizendo: «Ele amotina o povo, ensinando por toda a
Judeia, desde a Galileia até aqui.»
Ao ouvir isto, Pilatos perguntou-se o homem era galileu;
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que
também se encontrava em Jerusalém nesses dias.
Ao ver Jesus, Herodes ficou extremamente satisfeito, pois havia bastante
tempo que o queria ver, devido ao que ouvia dizer dele, esperando que
fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.
Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, que lá estavam, acusavam-no com
veemência.
Herodes, com os seus oficiais, tratou-o com desprezo e, por troça, mandou-o
cobrir com uma capa vistosa, enviando-o de novo a Pilatos.
Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois eram inimigos um do
outro.
Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo,
e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como se andasse a
revoltar o povo. Interroguei-o diante de vós e não encontrei nele nenhum
dos crimes de que o acusais.
Herodes tão pouco, visto que no-lo mandou de novo. Como vedes, Ele nada
praticou que mereça a morte.
Vou, portanto, libertá-lo, depois de o castigar.»
Ora, em cada festa, Pilatos era obrigado a soltar-lhes um preso.
E todos se puseram a gritar: «A esse mata-o e solta-nos Barrabás!»
Este último fora metido na prisão por causa de uma insurreição desencadeada
na cidade, e por homicídio.
De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus.
Mas eles gritavam: «Crucifica-o! Crucifica-o!»
Pilatos disse-lhes pela terceira vez: «Que mal fez Ele, então? Nada
encontrei nele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-lo, depois de o
castigar.»
Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado, e os
seus clamores aumentavam de violência.
Então, Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam.
Libertou o que fora preso por sedição e homicídio, que eles reclamavam, e
entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que
voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus.
Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no
peito e se lamentavam por Ele.
Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis
por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;
pois virão dias em que se dirá: 'Felizes as estéreis, os ventres que não
geraram e os peitos que não amamentaram.'
Hão-de, então, dizer aos montes: 'Caí sobre nós!' E às colinas:
'Cobri-nos!'
Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?»
E levavam também dois malfeitores, para serem executados com Ele.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos
malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Depois,
deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes.
O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou
os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.»
Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem
vinagre,
diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!»
E por cima dele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus.»
Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo:
«Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.»
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu
que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções
mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.»
E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.»
Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»
Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas
da tarde.
O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio.
Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito.» Dito isto, expirou.
Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo:
«Verdadeiramente, este homem era justo!»
E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o
que acontecera, regressava batendo no peito.
Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a
Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas.
Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo,
não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era
natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus.
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.
Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro
talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.
Era o dia da Preparação e já começava o sábado.
Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam
José, observaram o túmulo e viram como o corpo de Jesus fora depositado.
Ao regressar, prepararam aromas e perfumes; e, durante o sábado, observaram
o descanso, conforme o preceito.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Proclo de Constantinopla (c. 390-446), bispo
Sermão 9, para o Dia de Ramos; PG 65, 772 (a patir da trad. Brésard, 2000 anos, ano C, p. 108)

«Bendito Aquele que vem, o nosso Rei»

O dia de hoje, meus bem-amados, é da maior importância. É um dia que nos
solicita um grande desejo, uma pressa imensa, um alento vivo, para nos
conduzir ao encontro do Rei dos Céus. Paulo, o mensageiro da Boa Nova,
dizia-nos: «O Senhor está perto. Não vos inquieteis» (Fil 4, 5-6). [...]
Acendamos, pois, as lamparinas da fé; à semelhança das cinco
virgens sensatas (Mt 25, 1ss.), enchamo-las do óleo da misericórdia para
com os pobres; acolhamos a Cristo bem despertos, e cantemos-Lhe com as
palmas da justiça na mão. Beijemo-Lo, derramando sobre Ele o perfume de
Maria (Jo 12, 3). Oiçamos o cântico da ressurreição: que as nossas vozes se
elevem, dignas da majestade divina, e brademos com o povo, soltando esse
grito que se escapa das bocas da multidão: «Hossana nas alturas! Bendito
seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel». É razoável
chamar-Lhe «Aquele que vem», porque Ele vem sem cessar, porque Ele nunca
nos falta: «O Senhor está próximo de quantos O invocam em verdade» (Sl 144,
18). «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor».O Rei
manso e pacífico está à nossa porta. Aquele que tem o trono nos céus, acima
dos querubins, senta-Se, cá em baixo, sobre uma burrinha. Preparemos a casa
da nossa alma, limpemos as teias de aranha que são os mal-entendidos
fraternos, que não haja em nós a poeira da maledicência. Difundamos às
mãos-cheias a água do amor, e apaziguemos todas as feridas criadas pela
animosidade; semeemos o vestíbulo dos nossos lábios com as flores da
piedade. E soltemos então, na companhia do povo, esse grito que brota dos
lábios da multidão: «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei
de Israel».




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