sábado, 12 de março de 2011

Profecia do Dia

Domingo, dia 13 de Março de 2011
1º Domingo da Quaresma - Ano A

1º Domingo da Quaresma (semana I do saltério)
Cristina, S. Rodrigo, mártir, +857, Santa Eufrásia, virgem, +412, Santa Serafina, virgem, +1253



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Máximo de Turim : Alimentar-se da Palavra que sai da boca de Deus

Leituras

Gén. 2,7-9.3,1-7.
então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas
narinas o sopro da vida, e o homem transformou-se num ser vivo.
Depois, o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, ao oriente, e nele colocou
o homem que tinha formado.
O Senhor Deus fez brotar da terra toda a espécie de árvores agradáveis à
vista e de saborosos frutos para comer; a árvore da Vida estava no meio do
jardim, assim como a árvore do conhecimento do bem e do mal.
A serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor
Deus fizera; e disse à mulher: «É verdade ter-vos Deus proibido comer o
fruto de alguma árvore do jardim?»
A mulher respondeu-lhe: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim;
mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse:
'Nunca o deveis comer, nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes,
morrereis.'
A serpente retorquiu à mulher: 'Não, não morrereis;
porque Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos
e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal'.»
Vendo a mulher que o fruto da árvore devia ser bom para comer, pois era de
atraente aspecto e precioso para esclarecer a inteligência, agarrou do
fruto, comeu, deu dele também a seu marido, que estava junto dela, e ele
também comeu.
Então, abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus,
coseram folhas de figueira umas às outras e colocaram-nas, como se fossem
cinturas, à volta dos rins.


Salmos 51(50),3-4.5-6.12-13.14.17.
Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade; pela tua grande
misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava me de toda a iniquidade; purifica me dos meus delitos.
Reconheço as minhas culpas e tenho sempre diante de mim os meus pecados.
Contra ti pequei, só contra ti, fiz o mal diante dos teus olhos; por isso é
justa a tua sentença e recto o teu jul
Cria em mim, ó Deus, um coração puro; renova e dá firmeza ao meu espírito.
Não me afastes da tua presença, nem me prives do teu santo espírito!
Dá-me de novo a alegria da tua salvação e sustenta me com um espírito
generoso.
Abre, Senhor, os meus lábios, para que a minha boca possa anunciar o teu
louvor.


Romanos 5,12-19.
Por isso, tal como por um só homem entrou o pecado no mundo e, pelo pecado,
a morte, assim a morte atingiu todos os homens, uma vez que todos
pecaram...
De facto, antes da Lei já existia o pecado no mundo; mas o pecado não é
tido em conta quando não há lei.
Apesar disso, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre aqueles que
não tinham pecado por uma transgressão idêntica à de Adão, que é figura
daquele que havia de vir.
Com efeito, o que se passa com o dom gratuito não é o mesmo que se passa
com a falta. Se pela falta de um só todos morreram, com muito mais razão a
graça de Deus, aquela graça oferecida por meio de um só homem, Jesus
Cristo, foi a todos concedida em abundância.
E também com o dom não acontece o mesmo que acontece com as consequências
do pecado de um só. Com efeito, o julgamento, que partiu de um só, teve
como resultado a condenação; enquanto que o dom gratuito, que partiu de
muitas faltas, teve como resultado a justificação.
De facto, se pela falta de um só e por meio de um só reinou a morte, com
muito mais razão, por meio de um só, Jesus Cristo, hão-de reinar na vida
aqueles que recebem em abundância a graça e o dom da justiça.
Portanto, como pela falta de um só veio a condenação para todos os homens,
assim também pela obra de justiça de um só veio para todos os homens a
justificação que dá a vida.
De facto, tal como pela desobediência de um só homem todos se tornaram
pecadores, assim também pela obediência de um só todos se hão-de tornar
justos.


Mateus 4,1-11.
Então, o Espírito conduziu Jesus ao deserto, a fim de ser tentado pelo
diabo.
Jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome.
O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, ordena que
estas pedras se convertam em pães.»
Respondeu-lhe Jesus: «Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda
a palavra que sai da boca de Deus.»
Então, o diabo conduziu o à cidade santa e, colocando o sobre o pináculo do
templo,
disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está
escrito: Dará a teu respeito ordens aos seus anjos; eles suster-te-ão nas
suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra.»
Disse-lhe Jesus: «Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus!»
Em seguida, o diabo conduziu-o a um monte muito alto e, mostrando-lhe todos
os reinos do mundo com a sua glória,
disse-lhe: «Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.»
Respondeu-lhe Jesus: «Vai-te, Satanás, pois está escrito: Ao Senhor, teu
Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto.»
Então, o diabo deixou-o e chegaram os anjos e serviram-no.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Máximo de Turim (? - c. 420), bispo
Sermão 16; PL 57, 561, CC Sermão 51, p. 206 (a partir da trad. Migne 1996, p. 85 rev.)

Alimentar-se da Palavra que sai da boca de Deus

O Salvador responde ao diabo: «Nem só de pão vive o homem, mas de toda a
palavra que sai da boca de Deus». O que quer dizer: «Não vive do pão deste
mundo, nem do alimento material dos quais te serviste para enganar Adão, o
primeiro homem, mas da Palavra de Deus, do Seu Verbo, que contém o alimento
da vida celestial». Ora, o Verbo de Deus é Cristo Nosso Senhor, como diz o
evangelista: «No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus» (Jo 1,
1). Por conseguinte, todo aquele que se alimenta da palavra de Cristo já
não necessita de alimento terreno. Porque quem se renova com o pão do
Senhor não pode desejar o pão deste mundo. Efectivamente, o Senhor tem o
Seu próprio pão, ou melhor, o Salvador é Ele próprio pão, como nos ensina
com estas palavras: «Eu sou o pão que desceu do Céu» (Jo 6, 41). É a este
pão que o profeta chama «o pão que lhe robustece as forças» (Sl 103,
15).


Que me importa o pão que oferece o diabo, quando tenho o pão em que comungo
com Cristo? Que me importa o alimento [...] por causa do qual o primeiro
homem perdeu o Paraíso, Esaú o direito de primogenitura [...] (Gn 25,
29ss.), que designou Judas Iscariotes como traidor (Jo 13, 26ss.)? Com
efeito, Adão perdeu o Paraíso devido ao alimento, Esaú perdeu o seu direito
de primogenitura por um prato de lentilhas, e Judas renunciou à sua
condição de apóstolo por um punhado de moedas; porque, no momento em que o
tomou, deixou de ser apóstolo para se tornar traidor. [...] O alimento que
devemos tomar é aquele que abre o caminho ao Salvador, não ao diabo, o que
transforma quem o toma em proclamador da fé e não em traidor.


O Senhor tem razão em dizer, neste tempo de jejum, que é o Verbo de Deus
que alimenta, para nos ensinar que não devemos viver os nossos jejuns
preocupados com o mundo, mas lendo os textos sagrados. Com efeito, o que se
alimenta das Escrituras esquece a fome do corpo; o que se alimenta do Verbo
celestial esquece a fome. Eis o alimento que alimenta a alma e alivia o
faminto [...], que confere a vida eterna e afasta de nós as armadilhas das
tentações do diabo. A leitura dos textos sagrados é vida, como afirma o
Senhor: «As palavras que vos disse são espírito e são vida» (Jo 6, 63).




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