Domingo, dia 04 de Agosto de 2013 18º Domingo do Tempo Comum - Ano C Décimo Oitavo Domingo do Tempo Comum S. João Maria Vianney, presbítero, +1859
Comentário do dia São Basílio c. 330-379): Construir outros celeiros
Ecles. 1,2.2,21-23. Ilusão das ilusões - disse Qohélet - ilusão das ilusões: tudo é ilusão. Porque há quem se esforce com sabedoria, conhecimento e bom êxito, para deixar o fruto do seu labor a outro que não se esforçou. Também isto é ilusão e grande mal. Pois que resta ao homem de todo o seu esforço, de toda a azáfama com que se afadigou debaixo do Sol? Todos os seus dias são apenas dor e todo o seu trabalho, apenas arrelia; mesmo durante a noite o seu coração não se aquieta. E também isto é ilusão.
Salmos 90(89),3-6.12-14.17. Vós podeis reduzir o homem ao pó dizendo apenas: "Voltai ao pó, seres humanos!" Mil anos a vossos olhos são como o dia de ontem que passou e como uma vigília da noite.
Vós os arrebatas como um sonho, ou como a erva que de manhã verdeja, como a erva que de manhã brota vicejante, mas à tarde está murcha e seca.
Ensinai-nos a contar assim os nossos dias, para podermos chegar ao coração da sabedoria. Volta, Senhor! Até quando...? Tem compaixão dos teus servos.
Sacia-nos pela manhã com os teus favores, para podermos cantar e exultar todos os dias. Venham sobre nós as graças do Senhor, nosso Deus! Confirma em nosso favor a obra das nossas mãos; faz prosperar a obra das nossas mãos.
Coloss. 3,1-5.9-11. Irmãos: Portanto, já que fostes ressuscitados com Cristo, procurai as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus. Aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra. Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, a vossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória. Crucificai os vossos membros no que toca à prática de coisas da terra: fornicação, impureza, paixão, mau desejo e a ganância, que é uma idolatria. Não mintais uns aos outros, já que vos despistes do homem velho, com as suas acções, e vos revestistes do homem novo, aquele que, para chegar ao conhecimento, não cessa de ser renovado à imagem do seu Criador. Aí não há grego nem judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, mas Cristo, que é tudo e está em todos.
Lucas 12,13-21. Naquele tempo, alguém do meio da multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo.» Ele respondeu-lhe: «Homem, quem me nomeou juiz ou encarregado das vossas partilhas?» E prosseguiu: «Olhai, guardai-vos de toda a ganância, porque, mesmo que um homem viva na abundância, a sua vida não depende dos seus bens.» Disse-lhes, então, esta parábola: «Havia um homem rico, a quem as terras deram uma grande colheita. E pôs-se a discorrer, dizendo consigo: 'Que hei-de fazer, uma vez que não tenho onde guardar a minha colheita?' Depois continuou: 'Já sei o que vou fazer: deito abaixo os meus celeiros, construo uns maiores e guardarei lá o meu trigo e todos os meus bens. Depois, direi a mim mesmo: Tens muitos bens em depósito para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.' Deus, porém, disse-lhe: 'Insensato! Nesta mesma noite, vai ser reclamada a tua vida; e o que acumulaste para quem será?' Assim acontecerá ao que amontoa para si, e não é rico em relação a Deus.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Basílio c. 330-379), monge, bispo de Cesareia na Capadócia, doutor da Igreja Homilia 6, sobre as riquezas
Construir outros celeiros «Insensato! Nesta mesma noite, vai ser reclamada a tua vida; e o que acumulaste, para quem será?» A conduta deste homem é tanto mais ridícula, quanto o castigo eterno será rigoroso. Com efeito, que projectos abriga no seu espírito esse homem que em breve vai partir deste mundo? «Deito abaixo os meus celeiros e construo uns maiores.» Quanto a mim, dir-lhe-ia de bom grado: fazes bem, e assim são demolidos com justa causa os celeiros da injustiça, pois que destróis com as tuas próprias mãos, de alto a baixo, o que construíste de maneira desonesta. Deita por terra as reservas desse trigo que nunca saciou ninguém e lança a razia sobre os silos que guardam a tua avareza. Arranca-lhes os tectos, derruba-lhes as paredes e expõe à luz do sol esse trigo cheio de mofo até saírem de sua prisão as riquezas até então cativas. [...] «Deito abaixo os meus celeiros e construo uns maiores». E uma vez que os tenhas voltado a atafulhar, qual será a tua decisão? Demoli-los-ás para construir outros ainda maiores? Haverá maior insensatez do que atormentar-se sem fim, construindo obstinadamente para depois demolir? Se quiseres, os teus celeiros podem ser as casas dos pobres: «acumulai tesouros no céu», e tudo o que neles for armazenado «a traça e a ferrugem não corroem e (...) os ladrões não arrombam nem furtam» (Mt 6,20). |