domingo, 16 de março de 2014

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 17 de Março de 2014

Segunda-feira da 2ª semana da Quaresma

S. Patrício, bispo, +461, Beata Bárbara Maix, religiosa, +1873

Comentário do dia
Beato João Paulo II : «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso»

Dan. 9,4b-10.

Senhor, Deus grande e temível, que és fiel à Aliança e que manténs o teu favor para com os que te amam e guardam os teus mandamentos.
Todos nós pecámos, prevaricámos, praticámos a iniquidade, fomos revoltosos, afastámo-nos dos teus mandamentos e das tuas leis.
Não escutámos os teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos chefes, aos nossos pais e a todo o povo da nação.
Para ti, Senhor, a justiça; para nós, a infâmia, como é hoje para as gentes de Judá, para os habitantes de Jerusalém e para todo o Israel, para aqueles que estão perto e aqueles que estão longe, em todos os países por onde os espalhaste, em consequência das iniquidades que cometeram contra ti.
Sim, ó Senhor, para nós a vergonha, para os nossos reis, para os nossos chefes, para os nossos pais, porque pecámos contra ti.
No Senhor, nosso Deus, a misericórdia e o perdão, pois nos revoltámos contra Ele.
Recusámos escutar a voz do Senhor, nosso Deus; não seguimos as leis que nos propunha pela boca dos seus servos, os profetas.


Salmos 79(78),8.9.11.13.

Não recordes contra nós  
as faltas dos nossos antepassados.  
Corra ao nosso encontro a vossa misericórdia,
porque somos miseráveis.

Socorre-nos, ó Deus, nosso salvador,
para glória do teu nome;
livra-nos e perdoa-nos os nossos pecados
pelo amor do teu nome.

Chegue junto de ti  
o gemido dos cativos;  
pela grande força do teu braço
salva da morte os que estão condenados.

Nós, que somos o teu povo e ovelhas do teu rebanho,
glorificar-te-emos para sempre;
de geração em geração
cantaremos a tua glória.



Lucas 6,36-38.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.»
«Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados.
Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Beato João Paulo II (1920-2005), papa
Encíclica «Dives in Misericordia» § 14 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso»

Jesus Cristo ensinou que o homem não só recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas é também chamado a «ter misericórdia» para com os demais. «Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7) […]. O amor misericordioso, nas relações recíprocas entre os homens, nunca é um acto ou um processo unilateral. Mesmo nos casos em que tudo pareceria indicar que apenas uma parte oferece e dá, e a outra mais não faz do que aceitar e receber […], de facto, também aquele que dá é sempre beneficiado. […]


Neste sentido, Cristo crucificado é para nós o modelo, a inspiração e o incitamento mais nobre. Baseando-nos neste impressionante modelo, podemos, com toda a humildade, manifestar a misericórdia para com os outros, sabendo que Cristo a aceita como se tivesse sido praticada para com Ele próprio (Mt, 25,34ss). […] Ela é realmente um acto de amor misericordioso só quando, ao praticá-la, estivermos profundamente convencidos de que ao mesmo tempo nós a estamos a receber, da parte daqueles que a recebem de nós. Se faltar esta bilateralidade e reciprocidade, as nossas acções não são ainda autênticos actos de misericórdia. Não se realizou ainda plenamente em nós a conversão, cujo caminho nos foi ensinado por Cristo com palavras e exemplos, até à Cruz, nem participamos ainda completamente da fonte magnífica do amor misericordioso que nos foi revelada por Ele. […]


A misericórdia autenticamente cristã é a mais perfeita encarnação da igualdade entre os homens e, por conseguinte, também a encarnação mais perfeita da justiça. […] Enquanto a igualdade introduzida mediante a justiça se limita ao campo dos bens objectivos e extrínsecos, o amor e a misericórdia fazem que os homens se encontrem uns com os outros naquele valor que é o próprio homem, com a dignidade que lhe é própria. A misericórdia torna-se, assim, elemento indispensável para dar forma às relações mútuas entre os homens, num espírito de profundo respeito […]. O amor misericordioso é sobretudo indispensável entre os que são mais próximos: os cônjuges, os pais e os filhos, os amigos; e é de igual modo indispensável na educação e na pastoral.