quarta-feira, 8 de junho de 2022

«Não vim revogar, mas completar»

Quarta-Feira, 8 De Junho
Quarta-feira da 10ª semana do Tempo Comum

Calendário ordinário


Beato Francisco Aranha - Beato Francisco Aranha | Beata Maria do Divino Coração - religiosa, +1899 | Mais...


1.º Livro dos Reis 18,20-39.

Naqueles dias, o rei Acab convocou todos os filhos de Israel e reuniu os profetas no monte Carmelo.
Então Elias dirigiu-se a todo o povo e disse: «Até quando oscilareis para os dois lados? Se o Senhor é o Deus verdadeiro, segui o Senhor; se é Baal, segui Baal». O povo nada lhe respondeu.
Elias continuou: «Eu sou o único que fiquei dos profetas do Senhor e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta.
Dêem-nos dois bezerros. Eles escolham um, partam-no em pedaços e coloquem-no sobre a lenha, sem acenderem o fogo. Eu prepararei o outro bezerro e colocá-lo-ei sobre a lenha, sem acender o fogo.
Depois invocareis o nome do vosso deus e eu invocarei o nome do Senhor. Aquele que responder com o fogo, esse é o verdadeiro Deus». Todo o povo respondeu: «Está bem».
Disse então Elias aos profetas de Baal: «Escolhei um dos bezerros e preparai-o primeiro, porque sois mais numerosos. Invocai o nome do vosso deus, mas não acendais fogo».
Eles tomaram o bezerro e prepararam-no; depois invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: «Baal, responde-nos». Mas nenhuma voz, nenhuma resposta se ouvia. Entretanto, eles dançavam dobrando o joelho diante do altar que tinham feito.
Ao meio-dia, Elias começou a troçar deles, dizendo: «Gritai mais alto, porque, sendo um deus, pode estar ocupado, em negócios ou em viagem; talvez esteja a dormir, mas acordará».
Eles gritavam com mais força e feriam-se com espadas e lanças, segundo o seu costume, até escorrer sangue.
Passado o meio-dia, continuaram a profetizar furiosamente até à hora do sacrifício da tarde. Mas nenhuma voz se ouvia, nenhuma resposta, nenhum sinal.
Disse então Elias a todo o povo: «Aproximai-vos de mim». E todo o povo se aproximou dele. Elias reparou o altar do Senhor, que tinham demolido.
Tomou doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacob, a quem o Senhor dissera: «O teu nome será Israel».
Construiu com essas pedras outro altar ao nome do Senhor e fez em volta do altar uma vala que podia levar duas medidas de semente.
Depois preparou a lenha, partiu o bezerro em pedaços, colocou-o em cima da lenha
e disse: «Enchei quatro bilhas de água e deitai-a sobre a vítima e sobre a lenha». Feito isto, ordenou: «Uma vez mais». E eles assim fizeram pela segunda vez. Depois disse: «Outra vez ainda». E eles assim fizeram pela terceira vez.
A água correu em volta do altar e até a vala ficou cheia de água.
À hora do sacrifício da tarde, o profeta Elias aproximou-se e disse: «Senhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, mostrai hoje que Vós sois o Deus de Israel, que eu sou o vosso servo e que por vossa ordem realizei tudo isto.
Respondei-me, Senhor, respondei-me, para que este povo reconheça que Vós, Senhor, sois o verdadeiro Deus e que converteis os seus corações».
Desceu então o fogo do Senhor e devorou a vítima, a lenha, as pedras, a terra, e secou até a água que estava na vala.
Ao ver isto, todo o povo se prostrou com a face em terra e, cheia de temor, exclamou: «O Senhor é o verdadeiro Deus! O Senhor é o verdadeiro Deus!».

Livro dos Salmos 16(15),1-2a.4.5.8.11.

Defendei-me, Senhor; Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: Vós sois o meu Deus.
Os que seguem deuses estranhos redobram as suas penas.
Não serei eu a fazer-lhes libações de sangue,

nem a invocar seus nomes com os meus lábios.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
O Senhor está sempre na minha presença,

com Ele a meu lado não vacilarei.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.

Evangelho segundo São Mateus 5,17-19.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo: antes que passem o céu e a Terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no Reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no Reino dos Céus».

Tradução litúrgica da Bíblia

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Santo Agostinho (354-430)
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Tratados sobre os salmos, 149

«Não vim revogar, mas completar»

Irmãos, cantemos ao Senhor um cântico novo (cf Sl 149,1). Para o homem velho, o cântico velho; para o homem novo, um cântico novo. Antiga aliança, cântico antigo; nova aliança, cântico novo. As promessas da antiga aliança são sobretudo de ordem temporal e terrena. Os que continuam ligados às coisas da Terra cantam ainda o cântico antigo; para cantar o cântico novo, é preciso amar os bens eternos. Esse amor é ao mesmo tempo novo e eterno; é sempre novo, porque nunca envelhece.

Mas, se pensarmos bem, esse amor é antigo; como poderá então ser novo? Meus irmãos, a vida eterna terá nascido ontem? A vida eterna é Cristo e, enquanto Deus, Ele não nasceu ontem. Porque «no princípio era o Verbo [...] e o Verbo estava em Deus; Ele estava no princípio com Deus. Tudo foi feito por Ele; sem Ele nada foi feito» (Jo 1,1s). Se fez as coisas antigas, Ele tem de ser eterno, coeterno com o Pai. Nós é que, pelo pecado, caímos no envelhecimento. [...] O homem envelheceu em consequência do seu pecado; foi pela graça de Deus que foi renovado. E são os que foram assim renovados em Cristo que cantam um cântico novo, porque começam a estabelecer-se na vida eterna. 

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terça-feira, 7 de junho de 2022

«Vós sois o sal da terra. [...] Vós sois a luz do mundo»

Terça-Feira, 7 De Junho
Terça-feira da 10ª semana do Tempo Comum

Calendário ordinário


Beata Ana de São Bartolomeu - Beata Ana de São Bartolomeu | S. Isaac de Córdova - monge, mártir, +851 | Mais...


1.º Livro dos Reis 17,7-16.

Naqueles dias, secou a torrente junto da qual se tinha refugiado o profeta Elias, porque não tinha chovido na região.
Então o Senhor dirigiu a palavra a Elias, dizendo:
«Levanta-te, vai a Sarepta de Sidónia e fica lá, porque Eu ordenei a uma viúva que te dê alimento».
Elias pôs-se a caminho e foi para Sarepta. Ao chegar às portas da cidade, encontrou uma viúva a apanhar lenha. Chamou-a e disse-lhe: «Por favor, traz-me uma bilha de água para eu beber».
Quando ela ia buscar a água, Elias chamou-a e disse: «Por favor, traz-me também um pedaço de pão».
Mas ela respondeu: «Tão certo como estar vivo o Senhor, teu Deus, eu não tenho pão cozido, mas somente um punhado de farinha na panela e um pouco de azeite na almotolia. Vim apanhar dois cavacos de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho. Depois comeremos e esperaremos a morte».
Elias disse-lhe: «Não temas; volta e faz como disseste. Mas primeiro coze um pãozinho e traz-mo aqui. Depois farás pão para ti e teu filho.
Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: "Não se esgotará a panela da farinha, nem se esvaziará a almotolia do azeite, até ao dia em que o Senhor mandar chuva sobre a face da Terra"».
A mulher foi e fez como Elias lhe mandara; e comeram ele, ela e seu filho.
Desde aquele dia, nem a panela da farinha se esgotou, nem se esvaziou a almotolia do azeite, como o Senhor prometera pela boca de Elias.

Livro dos Salmos 4,2-3.4-5.7-8.

Quando Vos invocar, ouvi-me, ó Deus de justiça.
Vós que na tribulação me tendes protegido,
compadecei-Vos de mim e ouvi a minha súplica.
Até quando, ó homens, sereis duros de coração?

Porque amais a vaidade e procurais a mentira?
Sabei que o Senhor faz maravilhas pelos seus amigos,
o Senhor me atende quando O invoco.
Tremei e não pequeis,
no silêncio dos vossos leitos falai ao vosso coração.

Muitos dizem: «Quem nos fará felizes?».
Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz da vossa face.
Dais ao meu coração uma alegria maior
do que a deles na abundância de trigo e vinho.

Evangelho segundo São Mateus 5,13-16.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da Terra. Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;
nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa.
Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».

Tradução litúrgica da Bíblia

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Concílio Vaticano II

Decreto sobre o apostolado dos leigos, «Apostolicam Actuositatem», §§ 5-6

«Vós sois o sal da terra. [...] Vós sois a luz do mundo»

A obra redentora de Cristo, que por natureza visa salvar os homens, compreende também a restauração de toda a ordem temporal. Daí que a missão da Igreja consista, não só em levar aos homens a mensagem e a graça de Cristo, mas também em penetrar e atuar com o espírito do Evangelho as realidades temporais. Por este motivo os leigos, realizando esta missão da Igreja, exercem o seu apostolado tanto na Igreja como no mundo, tanto na ordem espiritual como na temporal. Estas ordens, embora distintas, estão de tal modo unidas no único desígnio divino que o próprio Deus pretende reintegrar, em Cristo, o Universo inteiro numa nova criatura, de um modo incoativo na Terra, plenamente no último dia. O leigo, que é simultaneamente fiel e cidadão, deve guiar-se em ambas as ordens por uma única consciência, a consciência cristã.

A missão da Igreja tem como fim a salvação dos homens, a alcançar pela fé em Cristo e pela sua graça. Por este motivo, o apostolado da Igreja e de todos os seus membros ordena-se, antes de mais, a manifestar ao mundo, por palavras e obras, a mensagem de Cristo, e a comunicar a sua graça. Isto realiza-se sobretudo por meio do ministério da palavra e dos sacramentos, especialmente confiado ao clero, mas no qual também os leigos têm um grande papel a desempenhar, para se tornarem «cooperadores da verdade» (3Jo 8). É sobretudo nesta ordem que o apostolado dos leigos e o ministério pastoral se completam mutuamente. Inúmeras oportunidades se oferecem aos leigos para exercerem o apostolado de evangelização e santificação. O próprio testemunho da vida cristã e as obras, feitas com espírito sobrenatural, têm eficácia para atrair os homens à fé e a Deus; diz o Senhor: «Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».

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segunda-feira, 6 de junho de 2022

Maria à luz do Verbo feito homem

Segunda-Feira, 6 De Junho
Maria, Mãe da Igreja ─ Memória

Calendário ordinário


S. Norberto - S. Norberto | S. Marcelino Champagnat - presbítero, fundador, 1840 | Mais...


Livro do Génesis 3,9-15.20.

Depois de Adão ter comido da árvore, o Senhor Deus chamou-o e disse-lhe: «Onde estás?».
Ele respondeu: «Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim e, como estava nu, tive medo e escondi-me».
Disse Deus: «Quem te deu a conhecer que estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?».
Adão respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me do fruto da árvore e eu comi».
O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?». E a mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi».
Disse então o Senhor Deus à serpente: «Por teres feito semelhante coisa, maldita sejas entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens. Hás de rastejar e comer do pó da terra todos os dias da tua vida.
Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta há de atingir-te na cabeça, e tu a atingirás no calcanhar».
O homem deu à mulher o nome de Eva, porque ela foi a mãe de todos os viventes.

Livro dos Salmos 87(86),1-2.3.5.6-7.

O Senhor ama a cidade,
por Ele fundada sobre os montes santos;
ama as portas de Sião mais que todas as moradas de Jacob.
Grandes coisas se dizem de ti, ó cidade de Deus.

E dir-se-á em Sião: «Todos lá nasceram,
o próprio Altíssimo a consolidou».
O Senhor escreverá no registo dos povos:
«Este nasceu em Sião».

E irão dançando e cantando:
«Todas as minhas fontes estão em ti».

Evangelho segundo São João 19,25-34.

Naquele tempo, estavam junto à cruz de Jesus sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
Ao ver sua Mãe e o discípulo predileto, Jesus disse a sua Mãe: «Mulher, eis o teu filho».
Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe». E, a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa.
Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um grande dia, aquele sábado –, os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com Ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.

Tradução litúrgica da Bíblia

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Concílio Vaticano II

Constituição sobre a Igreja «Lumen Gentium», § 63, 65

Maria à luz do Verbo feito homem

Pelo dom e a missão da maternidade divina, que a une a seu Filho redentor, e pelas suas singulares graças e funções, está também a Virgem intimamente ligada, à Igreja: a Mãe de Deus é o tipo e a figura da Igreja, na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo, como já ensinava Santo Ambrósio. Com efeito, no mistério da Igreja, a qual é também com razão chamada mãe e virgem, a bem-aventurada Virgem Maria foi adiante, como modelo eminente e único de virgem e de mãe. Porque, acreditando e obedecendo, gerou na Terra, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo, o Filho do eterno Pai; nova Eva, acreditou sem a mais leve sombra de dúvida, não na serpente antiga, mas no mensageiro celeste. E deu à luz um Filho, que Deus estabeleceu Primogénito de muitos irmãos (Rom 8,29), isto é, dos fiéis, em geração e educação ela coopera com amor de mãe. [...]

Mas, ao passo que, na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria (cf Ef. 5,27), os fiéis ainda têm de trabalhar para vencer o pecado e crescer na santidade; por isso, levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a família dos eleitos. A Igreja, meditando piedosamente na Virgem e contemplando-a à luz do Verbo feito homem, penetra mais profundamente, cheia de respeito, no insondável mistério da encarnação, e mais e mais se conforma com o seu Esposo. Pois Maria, que entrou intimamente na história da salvação, e, por assim dizer, reúne em si e reflete os imperativos mais altos da nossa fé, ao ser exaltada e venerada, atrai os fiéis ao Filho, ao seu sacrifício e ao amor do Pai. Por sua parte, a Igreja, procurando a glória de Cristo, torna-se mais semelhante àquela que é seu tipo e sublime figura, progredindo continuamente na fé, na esperança e na caridade, e buscando e fazendo em tudo a vontade divina.

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domingo, 5 de junho de 2022

«Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito»

Domingo, 5 De Junho
SOLENIDADE DE PENTECOSTES

Calendário ordinário


S. Bonifácio - S. Bonifácio | Mais...


Livro dos Atos dos Apóstolos 2,1-11.

Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
Subitamente, fez-se ouvir, vindo do céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam.
Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem.
Residiam em Jerusalém judeus piedosos procedentes de todas as nações que há debaixo do céu.
Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar?
Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua?
Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia,
da Frígia e da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma,
tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».

Livro dos Salmos 104(103),1ab.24ac.29bc-30.31.34.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A Terra está cheia das vossas criaturas.

Se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó donde vieram.
Se mandais o vosso Espírito, retomam a vida
e renovais a face da Terra.

Glória a Deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras.
Grato Lhe seja o meu canto,
e eu terei alegria no Senhor.

Carta aos Romanos 8,8-17.

Irmãos: Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.
Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não Lhe pertence.
Se Cristo está em vós, embora o vosso corpo seja mortal por causa do pecado, o espírito permanece vivo por causa da justiça.
Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós.
Assim, irmãos, não somos devedores à carne, para vivermos segundo a carne.
Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se pelo Espírito fizerdes morrer as obras da carne, vivereis.
Porque todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no temor, mas o Espírito de adoção filial, pelo qual exclamamos: «Abá, Pai».
O próprio Espírito Santo dá testemunho, em união com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus.
Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo; se sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados.

Evangelho segundo São João 14,15-16.23b-26.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos.
E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco:
Respondeu-lhe Jesus: «Quem Me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada.
Quem Me não ama, não guarda a minha palavra. Ora, a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou.
Disse-vos estas coisas enquanto estava convosco.
Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse».

Tradução litúrgica da Bíblia

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São Bernardo (1091-1153)
monge cisterciense, doutor da Igreja
1.º Sermão para o Pentecostes, 1-2

«Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito»

Não há nada tão manso ou suave em Deus como o seu Espírito Santo; Ele é a própria bondade de Deus; Ele é Deus. [...] Ao princípio – era necessário que assim fosse –, o Espírito invisível manifestou a sua vinda através de sinais visíveis. Mas hoje, quanto mais espirituais são os sinais, mais convenientes são e mais parecem dignos do Espírito Santo. Assim, Ele veio sobre os apóstolos sob a forma de línguas de fogo, a fim de que eles anunciassem a todos os povos palavras de fogo e que pregassem com língua de fogo uma lei de fogo. Que ninguém se queixe por o Espírito não Se nos manifestar da mesma forma. «A cada um é dada a manifestação do Espírito, para proveito comum» (1Cor 12,7). Será necessário dizê-lo? — foi mais para nós do que para os apóstolos que esta manifestação teve lugar. Com efeito, de que lhes teria servido falar línguas estrangeiras se não fosse para converter os povos?

Mas houve outra revelação que os tocou intimamente e ainda hoje é assim que o Espírito Se manifesta em nós. Ficou claro para todos que eles tinham sido revestidos da «força do alto» (Lc 24,49) porque, de um espírito tão medroso, passaram ter a uma grande segurança. Deixaram de fugir, deixaram de se esconder por receio; passaram então a empregar mais energia na pregação do que a que tinham empregado para fugir. Esta transformação foi obra do Altíssimo, como é claramente visível em Pedro, o príncipe dos apóstolos: se ontem se assustara à voz de uma criada (cf Mt 26,69), agora está inabalável diante das ameaças dos sumos-sacerdotes. «Os apóstolos saíram da presença do Sinédrio cheios de alegria, por terem merecido serem ultrajados por causa do nome de Jesus» (At 5,41). No entanto, havia ainda pouco, ao levarem Jesus ao sinédrio, tinham-se posto em fuga e tinham-no abandonado.

Quem poderia duvidar da vinda do Espírito de fortaleza, cujo poder invisível lhes iluminara os corações? Da mesma forma, o que o Espírito opera em nós presta testemunho da sua presença em nós.

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sábado, 4 de junho de 2022

Pedro e João, da ação à contemplação

Sábado, 4 De Junho
Sábado da 7ª semana da Páscoa

Calendário ordinário


Santa Clotilde - Santa Clotilde | S. Filipe Smaldone - | Mais...


Livro dos Atos dos Apóstolos 28,16-20.30-31.

Quando chegámos a Roma, Paulo foi autorizado a ficar em domicílio pessoal, com um soldado que o guardava.
Três dias depois, ele convocou os principais dos judeus e, quando estavam todos reunidos, disse-lhes: «Irmãos, embora nada tenha feito contra o povo ou contra os costumes dos nossos pais, fui preso em Jerusalém e entregue às mãos dos romanos.
Instruído o processo, estes queriam soltar-me, por não encontrarem em mim nenhum crime de morte.
Mas como os judeus se opunham, fui obrigado a apelar para César, sem pretender de modo algum acusar a minha nação.
Foi por isto que manifestei o desejo de vos ver e de vos falar, pois é por causa da esperança de Israel que estou preso com estas cadeias».
Ficou dois anos inteiros no alojamento que tinha alugado,
onde recebia todos aqueles que o procuravam. Anunciava o Reino de Deus e ensinava o que se refere ao Senhor Jesus Cristo, com firmeza e sem nenhum impedimento.

Livro dos Salmos 11(10),4.5.7.

O Senhor habita no seu Templo santo,
o Senhor tem nos Céus o seu trono.
Os seus olhos estão atentos ao pobre,
as suas pupilas observam os homens.

O Senhor observa o justo e o ímpio,
mas odeia o que ama a iniquidade.
O Senhor é justo e ama a justiça,
os homens retos contemplarão a sua face.

Evangelho segundo São João 21,20-25.

Naquele tempo, Pedro, ao voltar-se, viu que o seguia o discípulo predileto de Jesus, aquele que, na Ceia, se tinha reclinado sobre o seu peito e Lhe tinha perguntado: «Senhor, quem é que Te vai entregar?».
Ao vê-lo, Pedro disse a Jesus: «Senhor, que será deste?».
Jesus respondeu-lhe: «Se Eu quiser que ele fique até que Eu venha, que te importa? Tu, segue-Me».
Divulgou-se então entre os irmãos o boato de que aquele discípulo não morreria. Jesus, porém, não disse a Pedro que ele não morreria, mas sim: «Se Eu quiser que ele fique até que Eu venha, que te importa?».
É este o discípulo que dá testemunho destes factos e foi quem os escreveu; e nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
Jesus realizou muitas outras coisas. Se elas fossem escritas uma a uma, penso que nem caberiam no mundo inteiro os livros que era preciso escrever.

Tradução litúrgica da Bíblia

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Santo Agostinho (354-430)
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de João, n.º 124, 5-7; CCL 36, 685

Pedro e João, da ação à contemplação

A Igreja tem duas vidas preconizadas e recomendadas por Deus. Uma é na fé, a outra na visão; uma na peregrinação no tempo, a outra na morada da eternidade; uma no trabalho, a outra na quietude; uma no caminho, a outra na pátria; uma no esforço da ação, a outra na recompensa da contemplação. [...] A primeira é representada pelo apóstolo Pedro, a segunda por João. A primeira decorre inteiramente na Terra até ao fim do mundo, e depois acaba. A segunda só encontrará a sua plenitude depois do fim do mundo, e não terá fim no mundo que há de vir.

Foi por isso que Jesus disse a Pedro: «Segue-Me», e sobre João: «Se Eu quiser que ele fique até que Eu venha, que te importa? Tu, segue-Me». [...] Que a tua ação Me siga, perfeita e modelada no exemplo da minha Paixão; que a contemplação começada permaneça até Eu voltar, e torná-la-ei perfeita quando voltar. Porque este fervor vigoroso que se mantém firme até à morte segue a Cristo; e este conhecimento que então será revelado em plenitude permanece até ao regresso de Cristo. Aqui na Terra dos mortais, temos de suportar os males deste mundo; lá, contemplaremos os bens do Senhor na terra dos vivos (Sl 26,13). [...]

Portanto, que ninguém separe estes dois gloriosos apóstolos; porque ambos foram o que Pedro simboliza e ambos serão o que João representa.

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