Quarta-feira, dia 13 de Dezembro de 2017 Quarta-feira da 2a semana do Advento Santa Luzia, virgem, mártir, +303, Santa Otília (ou Odília), religiosa, séc. VII
Comentário do dia São Boaventura : A humildade do Filho de Deus
Is. 40,25-31. «A quem Me comparareis que seja semelhante a Mim? — diz o Deus Santo. Erguei os olhos para o alto e olhai. Quem criou estas estrelas? Aquele que as conta e as faz marchar como um exército e as chama a todas pelos seus nomes. Tal é a sua força e tão grande é o seu poder, que nenhuma falta à chamada. Jacob, porque dizes; Israel, porque afirmas: 'O meu destino está oculto ao Senhor e a minha causa passa despercebida ao meu Deus'? Não o sabes, não o ouvistes dizer? O Senhor é um Deus eterno, criador da terra até aos seus confins. Ele não Se cansa nem Se fatiga e a sua inteligência é insondável. Dá força ao que anda exausto e vigor ao que anda enfraquecido. Os jovens cansam-se e fatigam-se e os adultos tropeçam e vacilam. Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, formam asas como as águias. Correm sem se fatigarem, caminham sem se cansarem».
Salmos 103(102),1-2.3-4.8.10. Bendiz, ó minha alma, o Senhor, e todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades. Salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.
O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade; Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos castigou segundo as nossas culpas.
Mateus 11,28-30. Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja «Sobre a vida perfeita», II, §§ 1, 3, 4
A humildade do Filho de Deus Aquele que considera os seus próprios defeitos com os olhos do coração tem de «se humilhar em verdade sob a poderosa mão de Deus». Assim, exorto-vos, a vós que sois serva de Deus, que quando conheçais com segurança os vossos defeitos, humilheis profundamente a vossa alma, vos desprezeis a vós mesma. Porque «a humildade», diz S. Bernardo, «é uma virtude pela qual o homem se tem por vil, graças a um conhecimento muito preciso de si mesmo.» Por esta humildade, o nosso Pai, o bem-aventurado Francisco, tornou-se vil a seus próprios olhos. Ele amou-a e procurou-a desde o começo até ao fim da sua vida religiosa. Por ela, abandonou o mundo, andou despido pelas ruas da cidade, serviu os leprosos, confessou os seus pecados na sua pregação e pediu que o cobrissem de opróbrios. Mas é sobretudo com o Filho de Deus que deveis aprender esta virtude, Ele que diz de Si próprio: «Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração»; porque, segundo o bem-aventurado Gregório, «aquele que junta virtudes sem humildade lança poeira ao vento». Tal como o orgulho é o princípio de todo o pecado, também a humildade é o fundamento de todas as virtudes. |