Domingo, dia  07 de Maio de 2017
  
  4º Domingo da Páscoa
  
Santa Flávia Domitila, Virgem e Mártir, séc. I,  Santo Agostinho  Roscelli, presbítero, fundador, +1902  
  Comentário do dia
Beato Paulo VI :   «Ele chama cada uma delas pelo seu nome»  
  Actos 2,14.36-41.      No dia de  Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e falou ao  povo: «Homens da Judeia e vós todos que habitais em Jerusalém, compreendei  o que está a acontecer e ouvi as minhas palavras:  
«Saiba com absoluta certeza toda a casa de Israel que Deus fez Senhor e  Messias esse Jesus que vós crucificastes».  
Ouvindo isto, sentiram todos o coração trespassado e perguntaram a  Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?».  
Pedro respondeu-lhes: «Convertei-vos e peça cada um de vós o Batismo  em nome de Jesus Cristo, para vos serem perdoados os pecados. Recebereis  então o dom do Espírito Santo,  
porque a promessa desse dom é para vós, para os vossos filhos e para  quantos, de longe, ouvirem o apelo do Senhor, nosso Deus».  
E com muitas outras palavras os persuadia e exortava, dizendo:  «Salvai-vos desta geração perversa».  
Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o Batismo, e naquele dia  juntaram-se aos discípulos cerca de três mil pessoas.  
    
  Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.      O Senhor  é meu pastor: nada me falta.  
Leva-me a descansar em verdes prados,   
conduz-me às águas refrescantes  
e reconforta a minha alma.   
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome.  
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,   
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo:   
o vosso cajado e o vosso báculo   
me enchem de confiança.  
Para mim preparais a mesa,   
à vista dos meus adversários;   
com óleo me perfumais a cabeça,   
e o meu cálice transborda.  
A bondade e a graça hão-de acompanhar-me,   
todos os dias da minha vida,   
e habitarei na casa do Senhor   
para todo o sempre.  
  
  
  1 Pedro 2,20-25.      Carissímos: Se  vós, fazendo o bem, sofreis com paciência, isso é uma coisa meritória  diante de Deus.
Para isto é que fostes chamados, porque Cristo sofreu  também por vós, deixando-vos o exemplo, para que sigais os seus passos.  
Ele não cometeu pecado algum e na sua boca não se encontrou mentira.  
Insultado, não pagava com injúrias; maltratado, não respondia com  ameaças; mas entregava-Se Àquele que julga com justiça.  
Ele suportou os nossos pecados no seu Corpo, sobre o madeiro da cruz, a  fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça: pelas suas chagas  fomos curados.  
Vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor  e guarda das vossas almas.  
    
  João 10,1-10.      Naquele  tempo, disse Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que não entra  no aprisco das ovelhas pela porta, mas entra por outro lado, é ladrão e  salteador.  
Mas aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas.  
O porteiro abre-lhe a porta e as ovelhas conhecem a sua voz. Ele chama  cada uma delas pelo seu nome e leva-as para fora.  
Depois de ter feito sair todas as que lhe pertencem, caminha à sua  frente; e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz.  
Se for um estranho, não o seguem, mas fogem dele, porque não conhecem  a voz dos estranhos».  
Jesus apresentou-lhes esta comparação, mas eles não compreenderam o  que queria dizer.  
Jesus continuou: «Em verdade, em verdade vos digo: Eu sou a porta das  ovelhas.  
Aqueles que vieram antes de Mim são ladrões e salteadores, mas as  ovelhas não os escutaram.  
Eu sou a porta. Quem entrar por Mim será salvo: é como a ovelha que  entra e sai do aprisco e encontra pastagem.  
O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir. Eu vim para que  as minhas ovelhas tenham vida e a tenham em abundância».  
    
    
  Tradução litúrgica da Bíblia  
  
    
  Comentário do dia:   
  Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978  
  Mensagem do Papa Paulo VI para o 8.º Dia Mundial das Vocações  
  «Ele chama cada uma delas pelo seu nome»
      Quando Jesus Se apresentava como o Bom Pastor, relacionava-Se com uma longa  tradição bíblica, já familiar aos seus discípulos e aos outros ouvintes.  Com efeito, o Deus de Israel tinha-Se manifestado sempre como o Bom Pastor do  seu povo: tinha ouvido os seus lamentos (cf Ex 3,7); tinha-o libertado da  terra da escravidão (cf Dt 5,6); «o Senhor é quem dirige as batalhas» (Ex  15,3) durante o fatigante caminho no deserto para a pátria prometida (cf Sl  78, 52s). [...] Século após século, o Senhor tinha continuado a guiá-lo,  ou melhor, a levá-lo nos braços, como o pastor leva os cordeiros (cf Is  40,11). Tinha-o levado mesmo depois da punição do exílio, chamando  novamente e reunindo as ovelhas dispersas para as reconduzir à terra dos seus  pais (cf Is 49,8s).  
  
Era por este motivo que os antigos crentes se dirigiam filialmente a  Deus chamando-Lhe o seu Pastor: «O Senhor é o meu pastor, nada me falta; em  verdes prados me apascenta; conduz-me junto das águas refrescantes para  repousar; reconforta a minha alma e guia-me pelos caminhos retos» (Sl 23,1s).  Eles sabiam que o Senhor era um Pastor bom, paciente, às vezes severo, mas  sempre misericordioso com o seu povo, ou melhor, com todos os homens. [...]  
  
Quando, na plenitude dos tempos, chegou Jesus, encontrou o seu povo  «como ovelhas sem pastor» (Mt 9,36) e encheu-Se de compaixão. Nele, as  profecias realizavam-se e terminavam os tempos da expetativa. Com as mesmas  palavras da tradição bíblica (cf Ez 34,11-16), Jesus apresentou-Se como o  Bom Pastor que conhece as suas ovelhas, as chama pelo nome e dá a vida por  elas (cf Jo 10,11s). E assim «haverá um só rebanho e um só Pastor» (Jo  10,16).