Segunda-feira, dia 07 de Maio de 2018
Segunda-feira da 6ª semana da Páscoa
Santa Flávia Domitila, Virgem e Mártir, séc. I, Santo Agostinho Roscelli, presbítero, fundador, +1902
Comentário do dia
São João Paulo II : «Hão de expulsar-vos das sinagogas; e mais ainda, aproxima-se a hora em que todo aquele que vos matar julgará que presta culto a Deus».
Actos 16,11-15. Naqueles dias, deixámos Tróade e navegámos diretamente para Samotrácia. No dia seguinte, fomos para Neápoles
e de lá para Filipos, cidade principal daquela região da Macedónia e colónia romana. Estivemos nesta cidade durante alguns dias.
No sábado, saímos pelas portas da cidade, em direção à margem do rio, onde julgávamos que havia um lugar de oração. Sentámo-nos e começámos a falar às mulheres ali reunidas.
Uma delas, chamada Lídia, escutava-nos com atenção; era negociante de púrpura, natural da cidade de Tiatira, e adorava o verdadeiro Deus. O Senhor abriu-lhe o coração, para aderir ao que Paulo dizia.
Quando recebeu o Batismo, juntamente com toda a sua família, fez-nos este pedido: «Se me considerais fiel ao Senhor, vinde hospedar-vos em minha casa». E obrigou-nos a aceitar.
Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b. Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,
porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;
em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis
João 15,26-27.16,1-4a. Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando vier o Paráclito, que Eu vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, Ele dará testemunho de Mim.
E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o princípio.
Disse-vos estas palavras para não sucumbirdes.
Hão de expulsar-vos das sinagogas; e mais ainda, aproxima-se a hora em que todo aquele que vos matar julgará que presta culto a Deus.
Procederão assim por não terem conhecido o Pai, nem Me terem conhecido a Mim.
Mas Eu disse-vos isto, para que, ao chegar a hora, vos lembreis de que vo-lo tinha dito».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa
Carta apostólica «Salvifici Doloris», de 11/02/1984, 25
«Hão de expulsar-vos das sinagogas; e mais ainda, aproxima-se a hora em que todo aquele que vos matar julgará que presta culto a Deus».
O Evangelho do sofrimento fala em diversos pontos, primariamente, do sofrimento «por Cristo», «por causa de Cristo»; e isto é expresso com as próprias palavras de Jesus, ou então com as palavras dos seus apóstolos. O Mestre não esconde aos seus discípulos e àqueles que O seguirão a perspetiva de um tal sofrimento; pelo contrário, apresenta-lha com toda a franqueza, indicando-lhes ao mesmo tempo as forças sobrenaturais que os acompanharão no meio das perseguições e tribulações sofridas «pelo seu nome». Estas serão, ao mesmo tempo, como que um meio especial de verificar a semelhança a Cristo e a união com Ele. «Se o mundo vos odeia, ficai sabendo que, primeiro do que a vós, me odiou a Mim [...]; mas, porque não sois do mundo — ao contrário, Eu vos separei do meio do mundo —, por isso é que o mundo vos odeia. [...] O servo não é maior que o seu senhor. Se a Mim Me perseguiram, também vos hão de perseguir a vós. [...] Mas farão tudo isso contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem Aquele que Me enviou» (Jo 15, 18-21).
«Disse-vos isto para que tenhais paz em Mim: no mundo tereis de sofrer. Mas tende confiança! Eu venci o mundo» (Jo 16,33). Este primeiro capítulo do Evangelho do sofrimento, que fala das perseguições, isto é, das tribulações por causa de Cristo, contém em si um chamamento especial à coragem e à fortaleza, apoiado pela eloquência da ressurreição. Cristo venceu definitivamente o mundo com a sua ressurreição; todavia, porque a sua ressurreição está ligada à sua Paixão e morte, Ele venceu este mundo, ao mesmo tempo, com o seu sofrimento. Sim, o sofrimento foi inserido de modo singular naquela vitória sobre o mundo que se manifestou na ressurreição. Cristo conserva no seu corpo ressuscitado os sinais das feridas causadas pelo suplício da cruz: nas suas mãos, nos seus pés e no seu lado. Pela ressurreição, Ele manifesta a força vitoriosa do sofrimento; e quer incutir a convicção desta força no coração daqueles que escolheu como seus apóstolos e daqueles que continua a escolher e a enviar. O apóstolo Paulo dirá: «Todos aqueles que querem viver piedosamente em Jesus Cristo serão perseguidos» (2Tim 3,12).