sábado, 25 de junho de 2016

Profecia do Dia


Domingo, dia 26 de Junho de 2016

13º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Santos João e Paulo, mártires, +362, S. José Maria Escrivá, presbítero, fundador, +1975, S. Paio, mártir, +925

Comentário do dia
São Leão Magno : «Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus.»

1 Reis 19,16-21.

Naqueles dias, disse o Senhor a Elias: «Ungirás Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meola, como profeta em teu lugar»


Elias pôs-se a caminho e encontrou Eliseu, filho de Safat, que andava a lavrar com doze juntas de bois e guiava a décima segunda. Elias passou junto dele e lançou sobre ele a sua capa.
Então Eliseu abandonou os bois, correu atrás de Elias e disse-lhe: «Deixa-me ir abraçar meu pai e minha mãe; depois irei contigo». Elias respondeu: «Vai e volta, porque eu já fiz o que devia».
Eliseu afastou-se, tomou uma junta de bois e matou-a; com a madeira do arado assou a carne, que deu a comer à sua gente. Depois levantou-se e seguiu Elias, ficando ao seu serviço.


Salmos 16(15),1-2.5.7-8.9-10.11.

Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio.
Digo ao Senhor: "Tu és o meu Deus."
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.

Bendigo o Senhor por me ter aconselhado,
até de noite me inspira interiormente.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.

Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta,
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,

nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.
Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena na vossa presença,
delícias eternas à vossa direita.




Gálatas 5,1.13-18.

Irmãos: Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão.
Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Contudo, não abuseis da liberdade como pretexto para viverdes segundo a carne; mas, pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos outros,
porque toda a Lei se resume nesta palavra: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo».
Se vós, porém, vos mordeis e devorais mutuamente, tende cuidado, que acabareis por destruir-vos uns aos outros.
Por isso vos digo: Deixai-vos conduzir pelo Espírito e não satisfareis os desejos da carne.
Na verdade, a carne tem desejos contrários aos do Espírito, e o Espírito desejos contrários aos da carne. São dois princípios antagónicos e por isso não fazeis o que quereis.
Mas se vos deixais guiar pelo Espírito, não estais sujeitos à Lei de Moisés.


Lucas 9,51-62.

Aproximando-se os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém
e mandou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de Lhe prepararem hospedagem.
Mas aquela gente não O quis receber, porque ia a caminho de Jerusalém.
Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram a Jesus: «Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu que os destrua?».
Mas Jesus voltou-Se e repreendeu-os.
E seguiram para outra povoação.
Pelo caminho, alguém disse a Jesus: «Seguir-Te-ei para onde quer que fores».
Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm as suas tocas, e as aves do céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça».
Depois disse a outro: «Segue-Me». Ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai».
Disse-lhe Jesus: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu, vai anunciar o reino de Deus».
Disse-Lhe ainda outro: «Seguir-Te-ei, Senhor; mas deixa-me ir primeiro despedir-me da minha família».
Jesus respondeu-lhe: «Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja
Sermão 71, para a ressurreição do Senhor; PL 54, 388

«Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus.»

Meus caros, Paulo, o apóstolo dos pagãos, não contradiz a nossa fé quando diz: «Ainda que tenhamos conhecido a Cristo à maneira humana, agora já não O conhecemos assim» (2Cor 5,16). A ressurreição do Senhor não pôs um termo à sua carne; transformou-a. O aumento da sua força não destruiu a sua substância. A qualidade mudou, mas a natureza não foi aniquilada. Crucificaram aquele corpo, ferrando-o a pregos, e ele tornou-se inacessível ao sofrimento. Deram-lhe a morte, e Ele tornou-Se imortal. Assassinaram-no, e Ele tornou-Se incorruptível. Bem podemos dizer que a carne humana de Cristo não é a que tínhamos conhecido, porque nela deixou de haver vestígios de sofrimento ou de fraqueza. Continua a mesma na sua essência, mas já não é a mesma quanto à glória. Não surpreende, pois, que São Paulo se exprima desta maneira a propósito do corpo de Jesus Cristo, referindo-se a todos os cristãos que vivem segundo o espírito: «De agora em diante, não conhecemos ninguém à maneira humana».

Quer com isto dizer que a nossa ressurreição começou em Jesus Cristo. Nele, que morreu por nós, toda a esperança tomou corpo. Deixou de haver em nós dúvida, hesitação, espera desiludida; as promessas começaram a cumprir-se e conseguimos já ver, com os olhos da fé, a graça com que amanhã seremos cumulados. A nossa natureza elevou-se; na alegria, já possuímos o objeto da nossa fé [...].

Que o povo de Deus tome consciência de que se «está em Cristo, é uma nova criação» (2Cor 5,17). Que compreenda bem Quem o escolheu, e a Quem ele próprio escolheu. Que o ser renovado não volte à instabilidade do seu antigo estado. Que, depois de «lançar a mão ao arado», não pare de trabalhar, cuide do grão que semeou, sem se voltar para trás, para o que abandonou. [...] É esta a via da salvação; é a maneira de imitar a ressurreição que começou com Cristo.