segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Segunda-feira, dia 07 de Agosto de 2017

Segunda-feira da 18ª semana do Tempo Comum

S. Sisto II, papa, e companheiros mártires, +258, S. Caetano, presbítero, +1547

Comentário do dia
São Romano: «Todos comeram e ficaram saciados»

Núm. 11,4b-15.

Naqueles dias, disseram os filhos de Israel: «Quem nos dará carne para comer?
Temos saudades do peixe que no Egipto comíamos de graça e dos pepinos, melões, bolbos, cebolas e alhos.
Agora temos a garganta seca; falta-nos tudo. Não vemos senão o maná».
O maná era como a semente do coentro e tinha o aspeto da goma-resina.
O povo dispersava-se para o apanhar; depois passava-o pelo moinho ou pisava-o no almofariz; por fim cozia-o na panela e fazia bolos. Tinha o sabor dos bolos de azeite.
Quando, à noite, o orvalho caía sobre o acampamento, caía também o maná.
Moisés ouviu chorar o povo, agrupado por famílias, cada qual à entrada da sua tenda. A ira do Senhor inflamou-se fortemente e Moisés sentiu um grande desgosto.
Dirigiu-se então ao Senhor, dizendo: «Porque tratais mal o vosso servo e não encontrei graça a vossos olhos? Porque me destes o encargo de todo este povo?
Porventura fui eu que concebi este povo? Fui eu que o dei à luz, para que me digais: 'Toma este povo nos braços, como a ama leva a criança ao colo, e leva-o para a terra que Eu jurei dar a seus pais'?
Onde poderei encontrar carne para dar a todo este povo, que vem chorar para junto de mim, dizendo: 'Dá-nos carne para comer'?
Não posso sozinho ter o encargo de todo este povo: é excessivamente pesado para mim.
Se quereis tratar-me desta forma, dai-me antes a morte. Se encontrei graça a vossos olhos, que eu não veja mais esta desventura!».


Salmos 81(80),12-13.14-15.16-17.

O meu povo não ouviu a minha voz,
Israel não Me quis obedecer.


Por isso os entreguei à dureza do seu coração
e eles seguiram os seus caprichos.
Oh se o meu povo Me escutasse,

se Israel seguisse os meus caminhos,
num instante esmagaria os seus inimigos,
deixaria cair a mão sobre os seus adversários.

Os inimigos do Senhor obedeceriam ao meu povo,
tal seria para sempre o seu destino.


Alimentaria o meu povo com a flor da farinha
e saciá-lo-ia com o mel dos rochedos.





Mateus 14,13-21.

Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Baptista tinha sido morto, retirou-Se num barco para um local deserto e afastado. Mas logo que as multidões o souberam, deixando as suas cidades, seguiram-n'O por terra.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de compaixão, curou os seus doentes.
Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Este local é deserto e a hora avançada. Manda embora toda esta gente, para que vá às aldeias comprar alimento».
Mas Jesus respondeu-lhes: «Não precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer».
Disseram-Lhe eles: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes».
Disse Jesus: «Trazei-mos cá».
Ordenou então à multidão que se sentasse na relva. Tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção. Depois partiu os pães e deu-os aos discípulos, e os discípulos deram-nos à multidão.
Todos comeram e ficaram saciados. E, dos pedaços que sobraram, encheram doze cestos.
Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Romano, o Melodista (?-c. 560), compositor de hinos
Hino 24, «A multiplicação dos pães »

«Todos comeram e ficaram saciados»

Vendo que o dia se punha, os apóstolos do Redentor foram ter com Ele, exclamando: «Mestre, a hora já vai avançada, e toda esta gente está consumida pelo jejum; ora, este sítio é deserto, como sabes. Manda-os embora antes que chegue a noite, para que possam ir às aldeias comprar pão. Pois esta gente não é capaz de jejuar como nós, a quem Tu deste a força porque és o pão celeste da imortalidade.

Tu és, por natureza, o grande Salvador do mundo, e a todos ensinaste o conhecimento; alimentando o povo com palavras de verdade; guiaste os homens para o caminho da salvação, dando-lhes a conhecer a justiça. Eles alimentaram espiritualmente a alma, mas agora precisam de cuidar do corpo. [...] Manda-os embora, pois estamos preocupados. [...] Tu ensinaste os teus discípulos e apóstolos a terem compaixão de todos, porque Tu és o pão celeste da imortalidade [...].»

Cristo ouviu estas palavras e respondeu-lhes: «Enganais-vos, pois não sabeis que Eu sou o Criador do mundo. Mas Eu velo pelo mundo e sei muito bem do que esta gente precisa; vejo que estão no deserto e que o sol já se pôs, pois fui Eu quem fixou o ciclo do sol. Sei o que é a exaustão desta gente e sei o que vou fazer por ela. Eu próprio serei remédio para esta fome, porque sou o pão celeste da imortalidade [...].

Estais a pensar: "Quem alimentará esta multidão no deserto?" Pois bem, sabei claramente quem Eu sou, amigos: fui Eu quem alimentou Israel no deserto e quem lhe deu pão vindo do Céu. Num lugar árido, fiz que da rocha jorrasse água, e ainda lhes providenciei codornizes em abundância, porque Eu sou o pão celeste da imortalidade [...].»

Do mesmo modo, multiplica também em todos nós, ó Salvador, as tuas imensas misericórdias e, tal como saciaste a multidão no deserto com a tua sabedoria e a alimentaste com a tua força, sacia-nos a todos de justiça, tornando-nos firmes na fé, Senhor. Alimenta-nos, ó Deus compassivo; dá-nos a tua graça e o perdão pelos nossos erros [...], pois Tu és o Cristo único, o Misericordioso, o pão celeste da imortalidade.