quarta-feira, 14 de junho de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quarta-feira, dia 14 de Junho de 2017

Quarta-feira da 10ª semana do Tempo Comum

S. Fernando de Portugal, o Infante Santo, Beata Francisca de Jesus (Nhá Xica), +1895

Comentário do dia
Orígenes : «Não penseis que vim revogar a lei [...]; não vim revogar, mas completar»

2 Cor. 3,4-11.

Irmãos: É por Cristo que temos esta certeza diante de Deus:
Não é que por nós próprios possamos atribuir-nos seja o que for, como se viesse de nós. Essa capacidade vem de Deus.
Foi Ele que nos tornou capazes de sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; porque a letra mata, mas o Espírito dá vida.
Se o ministério da morte, gravado com letras sobre a pedra, se revestiu de tal glória, que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos no rosto de Moisés por causa do esplendor do seu rosto, - esplendor, aliás, passageiro
- quanto mais glorioso não há-de ser o ministério do Espírito?
Se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais glorioso será o ministério da justificação.
Na verdade, sob este aspeto, comparada com esta glória eminentemente superior, desvaneceu-se a glória do primeiro ministério.
Se o que era passageiro foi glorioso, muito mais glorioso será o que é permanente.


Salmos 99(98),5.6.7.8.9.

Aclamai o Senhor, nosso Deus,
prostrai-vos a seus pés:
Ele é santo.

Moisés e Aarão estão entre os seus sacerdotes
e Samuel entre os que invocam o seu nome;
invocavam o Senhor e Ele os atendia.

Falava-lhes da coluna de nuvem;
eles observavam os seus mandamentos
e os preceitos que lhes dera.

Senhor, nosso Deus, Vós os atendestes,
fostes para eles um Deus paciente,
embora castigásseis as suas faltas.

Aclamai o Senhor, nosso Deus
e prostrai-vos diante da sua montanha santa:
é santo o Senhor, nosso Deus.




Mateus 5,17-19.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilias sobre o livro dos Números, 9, 4

«Não penseis que vim revogar a lei [...]; não vim revogar, mas completar»

Desejo recordar aos discípulos de Cristo a bondade de Deus; que nenhum de vós se deixe abalar pelos hereges que, em controvérsia, afirmam que o Deus da Lei não é bom, mas justo, e que a Lei de Moisés não ensina a bondade, mas a justiça. Eles que observem, esses detratores de Deus e da Lei, como o próprio Moisés e Aarão cumpriram antecipadamente aquilo que o Evangelho depois ensinou. Vede como Moisés ama os seus inimigos e ora por aqueles que o perseguem (Mt 5,44) [...]; vede como, «prostrando-se com o rosto em terra», oram ambos por aqueles que se tinham rebelado e pretendiam matá-los (Nm 17,10s). Deste modo, encontramos o Evangelho em potência na Lei, e temos de compreender que os Evangelhos se apoiam no fundamento da Lei.

Por mim, não dou o nome de Antigo Testamento à Lei, quando a considero em termos espirituais; a Lei só é um testamento antigo para aqueles que não desejam compreender o seu espírito. Para esses, a Lei tornou-se obrigatoriamente antiga, envelheceu, porque perdeu a sua força. Para nós, porém, que a compreendemos e a explicamos em espírito e em conformidade com o Evangelho, a Lei permanece nova; para nós, os dois Testamentos são um novo Testamento, não pela data, mas pela novidade de sentido.

E o apóstolo João é do mesmo parecer, quando exorta na sua primeira epístola: «Caríssimos, amemo-nos uns aos outros» (4,7; cf Jo 13,34). Bem sabia ele que o preceito do amor se encontrava, desde há muito, na Lei (1Jo 2,7s; cf Lev 19,18). Mas, como «a caridade nunca acabará» (1Cor 13,8), [...] afirma a eterna novidade deste preceito que não envelhece. [...] Para o pecador, e para aqueles que não observam o pacto da caridade, até os Evangelhos envelhecem; pois não pode haver um Novo Testamento para aquele que não se despoja do homem velho e não se reveste do homem novo, criado segundo Deus (Ef 4,22-24).