Domingo, dia 18 de Março de 2018 5º Domingo da Quaresma Quinto Domingo da Quaresma (semana I do saltério) Santo Eduardo, rei de Inglaterra, mártir, +978, S. Cirilo de Jerusalém, bispo, Doutor da Igreja, +386
Comentário do dia Santo Agostinho : «Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13)
Jer. 31,31-34. Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova. Não será como a aliança que firmei com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egipto, aliança que eles violaram, embora Eu exercesse o meu domínio sobre eles, diz o Senhor. Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles dias, diz o Senhor: Hei de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já não terão de se instruir uns aos outros, nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas.
Salmos 51(50),3-4.12-13.14-15. Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas. Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme. Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.
Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me com espírito generoso. Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos e os transviados hão de voltar para Vós.
Heb. 5,7-9. Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.
João 12,20-33. Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l'O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa. Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja Sermão 305, 4.º para a festa de S. Lourenço
«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13) A vossa fé reconhece quem é este grão de trigo que cai à terra e que morre antes de dar muito fruto; Ele habita na vossa alma; nenhum cristão duvida de que Cristo falava de Si mesmo. [...] Escutai-me, grãos de trigo sagrados que aqui vos encontrais, [...] ou melhor, escutai através de mim o primeiro grão de trigo, que nos diz: não ameis a vossa vida neste mundo; não a ameis se verdadeiramente a amais, pois é não a amando que a salvareis. [...] «Quem ama a sua vida, perdê-la-á». Quem assim fala é o grão lançado à terra, Aquele que morreu para dar muito fruto. Escutai-O, porque Ele faz aquilo que diz. Ele instrui-nos e mostra-nos o caminho com o seu exemplo. Com efeito, Cristo não reivindicou a sua vida neste mundo, mas veio para perdê-la, para entregá-la por nós, e para retomá-la quando quis [...]: «Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar» (Jo 10,18). Mas, se tinha esse poder divino, porque foi que disse: «Agora a minha alma está perturbada»? Como se explica que, detendo tal poder, este homem-Deus Se tenha perturbado, a não ser porque carrega a imagem da nossa fraqueza? Quando afirma: «Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar», Cristo mostra-Se tal como é em Si mesmo. Quando Se mostra perturbado com a aproximação da morte, mostra-Se tal como é em ti. |