domingo, 18 de dezembro de 2011

Profecia do Dia

Segunda-feira, dia 19 de Dezembro de 2011
Últimos dias feriais do Advento - 19 de dezembro

Beato Urbano V, papa, +1370



Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Máximo de Turim : «Não temas, Zacarias: a tua súplica foi atendida»

Leituras

Juízes 13,2-7.24-25a.


Naqueles dias, houve um homem de Sorá, da tribo de Dan, cujo nome era Manoé; sua esposa era estéril, não tinha ainda concebido filhos.
O anjo do SENHOR apareceu a esta mulher e disse-lhe: «Já viste que és estéril e ainda não deste à luz; mas vais conceber e dar à luz um filho.
Doravante abstém-te, não bebas vinho nem qualquer bebida alcoólica; não comas nada impuro,
porque vais conceber e dar à luz um filho. A navalha não há-de tocar a sua cabeça, pois o menino vai ser consagrado a Deus desde o seio materno; ele mesmo vai começar a salvar Israel das mãos dos filisteus.»
A mulher voltou e disse ao marido: «Um homem de Deus veio ter comigo; o seu aspecto era semelhante ao de um anjo do SENHOR e temível. Não lhe perguntei de onde ele era, nem ele me revelou o seu nome.
Disse-me ele: 'Eis que vais conceber e dar à luz um filho; doravante não bebas vinho nem bebida alcoólica; não comas nada de impuro, pois esse jovem será consagrado ao SENHOR desde o seio materno até ao dia da sua morte.'»
A mulher deu à luz um filho e pôs-lhe o nome de Sansão; o menino cresceu e o SENHOR abençoou-o.
Foi em Maané-Dan, entre Sorá e Estaol, que o espírito do SENHOR começou a agitar Sansão.


Salmos 71(70),3-4a.5-6ab.16-17.


Sê a minha protecção e o refúgio,
A fortaleza da minha salvação.
Tu és a minha defesa e o meu refúgio:
Meu Deus, livra-me das mãos do ímpio.

Tu és a minha esperança, ó Senhor Deus,
e a minha confiança desde a juventude.
Em ti me apoio desde o seio materno,
desde o ventre materno és o meu protector.

Narrarei esses prodígios, Senhor, Deus,
recordarei a tua justiça sem igual.
Desde a juventude Vós me ensinais
e até hoje anunciei sempre os vossos prodígios.



Lucas 1,5-25.


No tempo de Herodes, rei da Judeia, havia um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Abias, cuja esposa era da descendência de Aarão e se chamava Isabel.
Ambos eram justos diante de Deus, cumprindo irrepreensivelmente todos os mandamentos e preceitos do Senhor.
Não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e os dois eram de idade avançada.
Ora, estando Zacarias no exercício das funções sacerdotais diante de Deus, na ordem da sua classe,
coube-lhe, segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso.
Todo o povo estava da parte de fora em oração, à hora do incenso.
Então, apareceu-lhe o anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso.
Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e encheu-se de temor.
Mas o anjo disse-lhe: «Não temas, Zacarias: a tua súplica foi atendida. Isabel, tua esposa, vai dar te um filho e tu vais chamar-lhe João.
Será para ti motivo de regozijo e de júbilo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento.
Pois ele será grande diante do Senhor e não beberá vinho nem bebida alcoólica; será cheio do Espírito Santo já desde o ventre da sua mãe
e reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.
Irá à frente, diante do Senhor, com o espírito e o poder de Elias, para fazer voltar os corações dos pais a seus filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, a fim de proporcionar ao Senhor um povo com boas disposições.»
Zacarias disse ao anjo: «Como hei-de verificar isso, se estou velho e a minha esposa é de idade avançada?»
O anjo respondeu: «Eu sou Gabriel, aquele que está diante de Deus, e fui enviado para te falar e anunciar esta Boa-Nova.
Vais ficar mudo, sem poder falar, até ao dia em que tudo isto acontecer, por não teres acreditado nas minhas palavras, que se cumprirão na altura própria.»
O povo, entretanto, aguardava Zacarias e admirava se por ele se demorar no santuário.
Quando saiu, não lhes podia falar e eles compreenderam que tinha tido uma visão no santuário. Fazia-lhes sinais e continuava mudo.
Terminados os dias do seu serviço, regressou a casa.
Passados esses dias, sua esposa Isabel concebeu e, durante cinco meses, permaneceu oculta.
Dizia ela: «O Senhor procedeu assim para comigo, nos dias em que viu a minha ignomínia e a eliminou perante os homens.»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
CC Sermão 5; PL 57, 863

«Não temas, Zacarias: a tua súplica foi atendida»

Foi a oração e não o desejo sexual que levou à concepção de João Baptista.
O seio de Isabel tinha passado a idade de dar vida, o seu corpo tinha
perdido a esperança de conceber; apesar destas condições de desesperança, a
oração de Zacarias permitiu a esse corpo envelhecido germinar ainda: foi a
graça e não a natureza concebeu João. Este filho, cujo nascimento vem menos
do abraço do que da oração, só poderia ser santo.


Apesar de tudo, não devemos espantar-nos por João ter merecido nascimento
tão glorioso. O nascimento do precursor de Cristo, daquele que Lhe abriu o
caminho, devia apresentar uma semelhança com o do Senhor, nosso Salvador.
Se, portanto, o Senhor nasceu de uma virgem, João foi concebido por uma
mulher velha e estéril. [...] Não admiramos menos Isabel, que concebeu na
sua velhice, do que Maria, que teve um Filho na sua virgindade.


Aqui parece-me já haver um símbolo: João representava o Antigo Testamento e
nasceu do sangue já arrefecido de uma mulher idosa, enquanto o Senhor, que
anuncia a Boa Nova do Reino dos céus, é fruto duma juventude plena de
seiva. Maria, consciente da sua virgindade, admira a criança gerada nas
suas entranhas. Isabel, consciente da sua idade avançada, cora ao ver o seu
ventre pesado pela gravidez; o evangelista diz, com efeito: «durante cinco
meses permaneceu oculta». Temos de admirar também o facto de ser o mesmo
arcanjo Gabriel a anunciar os dois nascimentos: traz uma consolação a
Zacarias, que permanece incrédulo; e encoraja Maria, que encontra confiante
(Lc 1,26s). O primeiro, por ter duvidado, perdeu a voz; a segunda, por ter
acreditado imediatamente, concebeu o Verbo Salvador.




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