quinta-feira, 3 de abril de 2014

Profecia do Dia


Sexta-feira, dia 04 de Abril de 2014

Sexta-feira da 4ª semana da Quaresma

Santo Isidoro de Sevilha, bispo, Doutor da Igreja, +636

Comentário do dia
Santo Agostinho : Vós conheceis-Me e não Me conheceis

Sab. 2,1a.12-22.

Dizem os ímpios, pensando erradamente: «
Armemos laços ao justo porque nos incomoda, e se opõe à nossa forma de actuar. Censura-nos as transgressões da Lei, acusa-nos de sermos infiéis à nossa educação.
Ele afirma ter o conhecimento de Deus e chama-se a si mesmo filho do Senhor!
Ele tornou-se uma viva censura para os nossos pensamentos; só o acto de o vermos nos incomoda,
pois a sua vida não é semelhante à dos outros e os seus caminhos são muito diferentes.
Ele considera-nos como escória e afasta-se dos nossos caminhos como de imundícies. Declara feliz a sorte final do justo e gloria-se de ter a Deus por pai.
Vejamos, pois, se as suas palavras são verdadeiras, e que lhe acontecerá no fim da vida.
Porque, se o justo é filho de Deus, Deus há-de ampará-lo e tirá-lo das mãos dos seus adversários.
Provemo-lo com ultrajes e torturas para avaliar da sua paciência e comprovar a sua resistência.
Condenemo-lo a uma morte infame, pois, segundo ele diz, Deus o protegerá.»
Estes são os seus pensamentos, mas enganam-se porque os cega a sua malícia.
Ignoram os desígnios secretos de Deus, não esperam a recompensa da piedade e não acreditam no prémio reservado às almas simples.


Salmos 34(33),17-18.19-20.21.23.

A face do Senhor volta-se contra os malfeitores,
para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor atendeu-os,
e livrou-os das suas angústias.

O Senhor está perto dos corações contritos
e salva os espíritos abatidos.
Muitas são as tribulações do justo,
mas o Senhor o livra de todas elas.

Ele guarda todos os seus ossos,
nem um só será quebrado.
O Senhor resgata a vida dos seus servos;
os que nele confiam não serão condenados.



João 7,1-2.10.25-30.

Naquele tempo, Jesus percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia, visto que os judeus procuravam matá-l'O.
Estava próxima a festa judaica das Tendas.
Contudo, depois de os seus irmãos partirem para a festa, Ele partiu também, não publicamente, mas quase em segredo.
Então, alguns de Jerusalém comentavam: «Não é este a quem procuravam, para o matar?
Vede como Ele fala livremente e ninguém lhe diz nada! Será que realmente as autoridades se convenceram de que Ele é o Messias?
Mas nós sabemos donde Ele é, ao passo que, quando chegar o Messias, ninguém saberá donde vem.»
Entretanto, Jesus, ensinando no templo, bradava: «Então sabeis quem Eu sou e sabeis donde venho?! Pois Eu não venho de mim mesmo; há um outro, verdadeiro, que me enviou, e que vós não conheceis.
Eu é que o conheço, porque procedo dele e foi Ele que me enviou.»
Procuravam, então, prendê-lo, mas ninguém lhe deitou a mão, pois a sua hora ainda não tinha chegado.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de João, n°31, 3-4; CCL 36, 294-295

Vós conheceis-Me e não Me conheceis

«Quando ensinava no Templo, Jesus exclamou: "Sabeis quem Eu sou e sabeis donde venho. Pois Eu não venho de mim mesmo; há um outro, verdadeiro, que Me enviou, e que vós não conheceis."» Que é o mesmo que dizer: «Vós conheceis-Me e não Me conheceis», ou ainda: «Sabeis de onde venho e não o sabeis. Sabeis de onde sou: Jesus de Nazaré; também conheceis a minha família.» A única coisa que lhes estava oculta neste campo era o seu nascimento virginal. […] Eles conheciam acerca de Jesus tudo o que estava relacionado com a sua natureza humana: a sua aparência, a sua pátria, a sua família e o local do seu nascimento. Portanto, o Senhor tinha razão ao dizer-lhes: «Sabeis quem sou e de onde venho», segundo o corpo e a aparência humana que tinha assumido.


Enquanto, segundo a divindade, diz: «Pois Eu não venho de mim mesmo; há um outro, verdadeiro, que Me enviou e que vós não conheceis.» Ora, se quereis conhecê-lo, crede naquele que Ele enviou e conhecê-lo-eis. Porque «ninguém jamais viu a Deus: o Filho único, que está no seio do Pai é que O deu a conhecer» (Jo 1,18). E ainda: «Ninguém conhece quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho houver por bem revelar-lhe» (Lc 10,22). […] «Eu conheço-O: pedi-Me pois que vo-lo dê a conhecer. […] Venho de junto dele e foi Ele que Me enviou.» Magnífica afirmação de uma dupla verdade: o Filho vem do Pai, e tudo o que é, tem-no daquele de quem é Filho. É por isso que dizemos que Jesus é «Deus de Deus» (Credo), enquanto chamamos ao Pai […] simplesmente Deus. Também dizemos que Jesus é «Luz da Luz», enquanto chamamos ao Pai […] simplesmente Luz. Eis o que significam estas palavras: «Venho de junto dele.»