domingo, 6 de abril de 2014

Profecia do Dia


Segunda-feira, dia 07 de Abril de 2014

Segunda-feira da 5ª semana da Quaresma

S. João Baptista de la Salle, presbítero, fundador, +1719, S. Pedro Nguyen Van Luu, presbítero, mártir, +1861

Comentário do dia
Papa Francisco: «Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»

Dan. 13,1-9.15-17.19-30.33-62.

Naqueles dias, havia um homem chamado Joaquim, que habitava na Babilónia.
Tinha desposado uma mulher de nome Susana, filha de Hilquias, muito bela e piedosa para com o Senhor,
pois tinha sido educada pelos pais, que eram justos, de harmonia com a lei de Moisés.
Joaquim era muito rico. Contíguo à sua casa, tinha um pomar; e com frequência se reuniam em casa dele os judeus, pois que entre todos os seus compatriotas gozava de particular consideração.
Tinham sido nomeados juízes, naquele ano, dois anciãos do povo. A eles justamente se aplicava a palavra do Senhor: «A iniquidade veio da Babilónia, de anciãos e juízes, que passavam por dirigir o povo.»
Estas duas personagens frequentavam a casa de Joaquim, onde vinham procurá-los todos os que tinham qualquer contenda.
À hora do meio-dia, quando toda esta gente se tinha retirado, Susana ia passear para o jardim do marido.
Os dois anciãos viam-na todos os dias, por ocasião do passeio, de maneira que a sua paixão se acendeu por ela.
Perderam a justa noção das coisas, afastaram os olhos para não olharem para o céu e não se lembrarem da verdadeira regra de conduta.
Um dia, como de costume, chegou Susana, acompanhada apenas por duas criadas, e preparava-se para tomar banho no jardim, pois fazia calor.
Não havia aí ninguém senão os dois anciãos que, escondidos, a espiavam.
Disse às jovens: «Trazei-me óleo e unguentos e fechai as portas do jardim, para eu tomar banho.»
Logo que elas saíram, os dois homens precipitaram-se para junto de Susana
e disseram-lhe: «As portas do jardim estão fechadas, ninguém nos vê. Nós ardemos de desejo por ti. Aceita e entrega-te a nós.
Se não quiseres, vamos denunciar-te. Diremos que um rapaz estava contigo e que foi por isso mesmo que tu mandaste embora as criadas.»
Susana bradou angustiada: «Estou sujeita a aflições de todos os lados! Se faço isso, é para mim a morte. Se não o faço, nem mesmo assim vos escaparei.
Mas é preferível para mim cair em vossas mãos sem ter feito nada, do que pecar aos olhos do Senhor.»
Susana, então, soltou altos gritos e os dois anciãos gritaram também com ela.
E um deles, correndo para as portas do jardim, abriu-as.
As pessoas da casa, ao ouvirem esta gritaria, precipitaram-se pela porta traseira para ver o que tinha acontecido.
Logo que os anciãos falaram, os criados coraram de vergonha, pois jamais se tinha dito coisa semelhante de Susana.
No dia seguinte, os dois anciãos, dominados pelo desejo criminoso contra a vida de Susana, vieram à reunião que tinha lugar em casa de Joaquim, seu marido.
Disseram diante de toda a gente: «Que se vá procurar Susana, filha de Hilquias, a mulher de Joaquim!» Foram procurá-la.
E veio com os seus pais, os filhos e os membros da sua família.
Choravam todos os seus, assim como todos os que a conheciam.
Os dois anciãos levantaram-se diante de todo o povo e puseram a mão sobre a cabeça de Susana,
enquanto ela, debulhada em lágrimas, mas de coração cheio de confiança no Senhor, olhava para o céu.
Disseram então os anciãos: «Quando passeávamos a sós pelo jardim, entrou ela com duas criadas; e depois de ter fechado as portas, mandou embora as criadas.
Então, um jovem, que estava lá escondido, aproximou-se e pecou com ela.
Encontrávamo-nos a um canto do jardim. Perante semelhante atrevimento, corremos para eles e surpreendemo-los em flagrante delito.
Não pudemos ter mão no rapaz, porque era mais forte do que nós, abriu a porta e escapou-se.
A ela apanhámo-la; mas, quando a interrogámos para saber quem era esse rapaz,
recusou responder-nos. Somos testemunhas disto.» Dando crédito a estes homens, que eram anciãos e juízes do povo, a assembleia condenou Susana à morte.
Esta, então, em altos brados disse: «Deus eterno, que sondas os segredos, que conheces os acontecimentos antes que se dêem,
Tu sabes que proferiram um falso testemunho contra mim. Vou morrer sem ter feito nada daquilo que maldosamente inventaram contra mim.»
Deus ouviu a sua oração.
Quando a conduziam para a morte, o Senhor despertou a alma límpida de um rapazinho, chamado Daniel,
que gritou com voz forte: «Estou inocente da morte dessa mulher!»
Toda a gente se voltou para ele e disse: «Que é que isso quer dizer?»
E, dirigindo--se para o meio deles, afirmou: «Israelitas! Estais loucos, para condenardes uma filha de Israel, sem examinardes nem reconhecerdes a verdade?
Recomeçai o julgamento, porque é um falso testemunho o que estes dois homens declararam contra ela.»
O povo apressou-se a voltar. Os anciãos disseram a Daniel: «Vem, senta-te no meio de nós e esclarece-nos, porque Deus te deu maturidade!»
Bradou Daniel: «Separai-os para longe um do outro e eu os julgarei.»
Separaram-nos. Daniel, então, chamou o primeiro e disse-lhe: «Velho perverso! Eis que se manifestam agora os pecados que cometeste outrora em julgamentos injustos,
ao condenares os inocentes, absolvendo os culpados, quando o Senhor disse: 'Não farás com que morra o inocente ou o justo.'
Vamos! Se realmente os viste, diz-nos debaixo de que árvore os viste entreterem-se um com o outro.» «Sob um lentisco.» – respondeu.
Retorquiu Daniel: «Pois bem! Aí está a mentira, que pagarás com a tua cabeça. Eis que o anjo do Senhor, conforme a sentença divina, te vai rachar a meio!»
Afastaram o homem, e Daniel mandou vir o outro e disse-lhe: «Tu és um filho de Canaã e não um judeu. Foi a beleza que te seduziu e a paixão que te perverteu.
É assim que sempre tendes procedido com as filhas de Israel, que, por medo, entravam em relação convosco. Uma filha de Judá, porém, não consentiu na vossa perversidade.
Vamos, diz-me: sob que árvore os surpreendeste em atitude de se unirem?» «Sob um carvalho.»
Respondeu Daniel: «Pois bem! Também tu forjaste uma mentira que te vai custar a vida. Eis que o anjo do Senhor, de espada em punho, se dispõe a cortar-te ao meio, para vos aniquilar.»
Logo a multidão deu grandes brados, e bendizia a Deus que salva os que põem nele a sua esperança.
Toda a gente, então, se insurgiu contra os dois anciãos que Daniel tinha convencido de falso testemunho, pelas suas próprias declarações e deu-se-lhes o mesmo tratamento que eles tinham infligido ao seu próximo.
De harmonia com a lei de Moisés, mataram-nos. Deste modo, foi poupada naquele dia uma vida inocente.


Salmos 23(22),1-3a.3b-4.5.6.

O Senhor é meu pastor: nada me faltará.
Leva-me a descansar em verdes prados,  
conduz-me às águas refrescantes,   
reconforta a minha alma,

Ele me guia por caminhos rectos, por amor do seu nome.
Ainda que atravesse vales tenebrosos,
de nenhum mal terei medo porque Tu estás comigo.
A tua vara e o teu cajado dão-me confiança.

Preparas a mesa para mim
à vista dos meus inimigos;
ungiste com óleo a minha cabeça;
a minha taça transbordou.

Na verdade, a tua bondade e o teu amor
hão-de acompanhar-me todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre.



João 8,1-11.

Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
De madrugada, voltou outra vez para o templo e todo o povo vinha ter com Ele. Jesus sentou-se e pôs-se a ensinar.
Então, os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-lhe certa mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio
e disseram-lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante adultério.
Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres. E Tu que dizes?»
Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa armadilha e terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se para o chão, pôs-se a escrever com o dedo na terra.
Como insistissem em interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes: «Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!»
E, inclinando-se novamente para o chão, continuou a escrever na terra.
Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio deles.
Então, Jesus ergueu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?»
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» Disse-lhe Jesus: «Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Papa Francisco
Exortação apostólica «Evangelii Gaudium / A alegria do evangelho», §§ 1-3 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)

«Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»

A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria. […] O grande risco do mundo actual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus […]. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. […].

Convido todos os cristãos, em qualquer lugar e situação em que se encontrem, a renovarem hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomarem a decisão de se deixar encontrar por Ele, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que «da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído» [Papa Paulo VI]. A quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direcção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada.

Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: «Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor; aceitai-me mais uma vez nos vossos braços redentores.» Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos! […] Deus nunca Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a sua misericórdia. Aquele que nos convidou a perdoar «setenta vezes sete» (Mt 18,22) dá-nos o exemplo: […] volta uma vez e outra a carregar-nos aos seus ombros (Lc 15,5). Ninguém nos pode tirar a dignidade que este amor infinito e inabalável nos confere. Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre pode restituir-nos a alegria.