quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Profecia do Dia


Quinta-feira, dia 11 de Setembro de 2014

Quinta-feira da 23ª semana do Tempo Comum

São João Gabriel Perboyre, presbítero, mártir, +1840

Comentário do dia
Jean Tauler : «Uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante»

1 Cor. 8,1b-7.11-13.

Irmãos: A ciência incha, mas a caridade edifica.
Se alguém pensa que sabe alguma coisa, ainda não sabe como deveria saber.
Mas se alguém ama a Deus, esse é conhecido por Deus.
Portanto, quanto ao consumo de carnes imoladas aos ídolos, sabemos que um ídolo não é nada no mundo, e que não há outro deus a não ser o Deus único.
Pois, embora haja pretensos deuses, quer no céu quer na terra – e há muitos deuses e muitos senhores –
para nós, contudo, um só é Deus, o Pai, de quem tudo procede e para quem nós somos, e um só é o Senhor Jesus Cristo, por meio do qual tudo existe e mediante o qual nós existimos.
Mas nem todos têm esta ciência. Alguns, acostumados até há pouco ao culto dos ídolos, comem a carne como se fosse um verdadeiro sacrifício aos ídolos, e a sua consciência, fraca como é, fica manchada.
E assim, pela tua ciência, vai perder-se quem é fraco, um irmão pelo qual Cristo morreu.
Pecando contra os próprios irmãos e ferindo a consciência deles que é débil, é contra Cristo que pecais.
Por isso, se um alimento for motivo de queda para o meu irmão, nunca mais voltarei a comer carne, para não causar a queda do meu irmão.


Salmos 139(138),1-3.13-14ab.23-24.

Senhor, tu conheces o íntimo do meu ser:
sabeis quando me sento e quando me levanto.
De longe penetrais o meu pensamento.
Vês-me quando caminho e quando descanso;

estás atento a todos os meus passos.
Tu modelaste as entranhas do meu ser
e formaste-me no seio de minha mãe.
Dou-te graças por tão espantosas maravilhas;

As vossas obras são admiráveis
Sondai-me, Senhor, e vede o meu coração,
observai a intimidade dos meus pensamentos.
Vede que não ande por mau caminho,

conduzi-me pelo caminho da eternidade.



Lucas 6,27-38.

Naquele tempo, Jesus falou aos seus discípulos, dizendo: «Digo-vos, porém, a vós que me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam,
abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam.
A quem te bater numa das faces, oferece-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, não impeças de levar também a túnica.
Dá a todo aquele que te pede e, a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames.
O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também.
Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam.
Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo.
E, se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto.
Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então, a vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus.
Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.»
«Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados.
Dai e ser-vos-á dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes com os outros será usada convosco.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 39 para o 4º Domingo após a Solenidade da Santíssima Trindade

«Uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante»

Nosso Senhor menciona quatro tipos de medidas que serão dadas ao homem: uma boa medida, uma medida cheia, uma medida recalcada e uma medida transbordante. […] Compreendei primeiro o que é a boa medida. Ela consiste no facto de o homem voltar a sua vontade para Deus, viver segundo os mandamentos de Deus e da santa Igreja […], na prática dos sacramentos e no arrependimento dos pecados, no amor a Deus e ao próximo. […] Eis uma vida verdadeiramente cristã […]; pode-se dizer que é o estritamente necessário. […] Quando o homem se inicia na vida espiritual, propõe-se boas práticas exteriores, tais como orações, prostrações, jejuns e outras formas particulares de devoção. Em seguida, é-lhe dada a medida cheia, a saber, um exercício interior, íntimo, pelo qual o homem emprega todo o seu zelo a procurar a Deus nas profundezas do seu coração, pois é aí que está o Reino de Deus (Lc 17,21). Meus filhos, esta vida é tão diferente da primeira como correr é diferente de estar sentado. […]


Vem em seguida a medida recalcada: é o amor que se difunde. Este amor atrai tudo a si: as boas obras, a vida, o sofrimento. Ele traz para o seu vaso todo o bem que se faz no mundo, quer seja feito pelos bons ou pelos maus […]; tudo está na caridade. […] O amor absorve todo o bem que há no céu, nos anjos e nos santos, nos sofrimentos dos mártires, e atrai para si tudo o que há de bom nas criaturas do céu e da terra, de que uma parte tão grande se perde, ou pelo menos parece perder-se; mas a caridade não a deixa perder. […]


Vem em seguida a medida transbordante. Esta medida está tão cheia, é tão abundante, tão generosa, que transborda por todos os lados. Nosso Senhor toca o vaso com um dedo e logo a plenitude dos dons sobe rapidamente, ultrapassando tudo o que o vaso havia recolhido em si e acima de si. […] Tudo se difunde e tudo se perde em Deus e se torna um com Ele. Deus ama-Se nesses homens, opera todas as suas obras neles. […] É assim que a medida dos corações transbordantes se difunde por toda a Igreja.