terça-feira, 3 de novembro de 2015

Profecia do Dia


Quarta-feira, dia 04 de Novembro de 2015

Quarta-feira da 31ª semana do Tempo Comum

S. Carlos Borromeu, bispo, +1584

Comentário do dia
São João Cassiano : Renunciar a todos os bens

Romanos 13,8-10.

Irmãos: Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para com os outros, pois, quem ama o próximo cumpre a lei.
De facto, os mandamentos que dizem: «Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás», e todos os outros mandamentos, resumem-se nestas palavras: «Amarás ao próximo como a ti mesmo».
A caridade não faz mal ao próximo. A caridade é o pleno cumprimento da lei.


Salmos 112(111),1-2.4-5.9.

Feliz o homem que teme o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a terra,
será abençoada a geração dos justos.

Brilha aos homens retos, como luz nas trevas,
o homem misericordioso, compassivo e justo.
Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.

O seu coração é inabalável, nada teme
reparte com largueza pelos pobres,
a sua generosidade permanece para sempre
e pode levantar a fronte com dignidade.




Lucas 14,25-33.

Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes:
«Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo.
Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo.
Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la?
Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir, e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo:
'Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir'.
E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil?
Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz.
Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São João Cassiano (c. 360-435), fundador de mosteiro em Marselha
Conferências 3, 6-7

Renunciar a todos os bens

Segundo a tradição dos Padres e a autoridade das Sagradas Escrituras, as renúncias são em número de três. […] A primeira diz respeito às coisas materiais: devemos desprezar as riquezas e todos os bens deste mundo. Pela segunda, repudiamos a nossa antiga maneira de viver, os vícios e as paixões da alma e da carne. Pela terceira, distanciamos o nosso espírito de todas as realidades presentes e visíveis, para contemplarmos apenas as realidades futuras e desejarmos apenas as realidades invisíveis. Estas renúncias devem ser observadas em conjunto, como o Senhor ordenou a Abraão quando lhe disse: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai» (Gn 12,1).


«Deixa a tua terra» – isto é, as riquezas da terra –, disse-lhe em primeiro lugar. Em segundo lugar disse-lhe: «Deixa a tua família», isto é, os hábitos e os vícios passados que, agregando-se a nós desde o dia em que nascemos, estão estreitamente unidos a nós por uma espécie de parentesco. E, em terceiro lugar, «Deixa a casa de teu pai», quer dizer, todas as ligações a este mundo que se apresentam aos nossos olhos. […]


Contemplemos, como diz o Apóstolo Paulo, «não as coisas visíveis, mas as invisíveis, porque as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas» (2Cor 4,18) […]; «nós, porém, somos cidadãos do céu» (Fil 3,20). […] Sairemos, pois, da casa do nosso antigo pai, daquele que era nosso pai segundo o homem velho desde o dia em que nascemos, desde que «éramos por natureza filhos da ira, como os demais» (Ef 2,3), e transferiremos toda a nossa atenção, todo o nosso espírito, para as coisas celestes. […] Então, a nossa alma elevar-se-á até ao mundo invisível, pela meditação constante das coisas de Deus e pela contemplação espiritual.