terça-feira, 2 de agosto de 2016

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Terça-feira, dia 02 de Agosto de 2016

Terça-feira da 18ª semana do Tempo Comum

S. Pedro Julião Eymard, presbítero, +1868, S. Gaudêncio de Évora, mártir, séc. II?, Santo Eusébio de Vercelli, bispo, +370

Comentário do dia
Isaac o Sírio : Caminhar sobre as águas, atravessar o fogo

Jer. 30,1-2.12-15.18-22.

Palavra que o Senhor dirigiu ao profeta Jeremias:
Eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: «Escreve num livro todas as palavras que Eu te disse.
Assim fala o Senhor: É incurável a tua ferida, a tua chaga não tem remédio.
Ninguém se interessa por ti, para defender a tua causa; para uma úlcera há remédios, mas para ti não existe cura.
Todos os teus amigos te esqueceram e nem perguntam por ti. Porque Eu te feri como fere um inimigo e o castigo foi severo, por causa das tuas grandes culpas, dos teus inúmeros pecados.
Porque te queixas da tua ferida, do teu mal que não tem cura? Foi pelas tuas grandes culpas, pelos teus inúmeros pecados, que Eu te tratei assim».
Assim fala o Senhor: «Restaurarei as tendas de Jacob e terei compaixão das suas moradas. A cidade será reconstruída sobre as suas ruínas e a fortaleza reedificada no seu verdadeiro lugar.
Deles sairão hinos de louvor e brados de alegria. Multiplicá-los-ei e não mais serão reduzidos; exaltá-los-ei e não mais serão humilhados.
Os seus filhos serão como outrora, a sua assembleia será estável diante de Mim e castigarei todos os seus opressores.
De entre eles surgirá um chefe, do meio deles sairá um soberano. Chamá-lo-ei e ele virá à minha presença. Aliás, quem arriscaria a vida aproximando-se de Mim? – diz o Senhor –
Mas vós sereis o meu povo e Eu serei o vosso Deus».


Salmos 102(101),16-18.19-21.29.22-23.

Os povos temerão, Senhor, o vosso nome,
todos os reis da terra a vossa glória.
Quando o Senhor reconstruir Sião
e manifestar a sua glória,
atenderá a súplica do infeliz
e não desprezará a sua oração.

Escreva-se tudo isto para as gerações futuras
e o povo que se há de formar louvará o Senhor.
Debruçou-Se do alto da sua morada,
lá do Céu o Senhor olhou para a terra,
para ouvir os gemidos dos cativos,
para libertar os condenados à morte.

Os filhos dos vossos servos hão
de permanecer
e a sua descendência se perpetuará na vossa presença,
para ser proclamado em Sião o nome do Senhor
e em Jerusalém o seu louvor,
quando se reunirem todos os reinos

para servirem o Senhor.



Mateus 14,22-36.

Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco e a esperá-l'O na outra margem, enquanto Ele despedia a multidão.
Logo que a despediu, subiu a um monte, para orar a sós. Ao cair da tarde, estava ali sozinho.
O barco ia já no meio do mar, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário.
Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar.
Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar, assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo.
Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais».
Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas».
«Vem!» – disse Jesus. Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas, para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou: «Salva-me, Senhor!».
Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?».
Logo que subiram para o barco, o vento amainou.
Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus e disseram-Lhe: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus».
Depois fizeram a travessia e vieram para terra em Genesaré.
Os homens do lugar reconheceram Jesus e mandaram avisar toda aquela região. Trouxeram-Lhe todos os doentes
e pediam que os deixasse tocar ao menos na orla do seu manto. E quantos lhe tocaram foram completamente curados.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos Ascéticos, 1.ª série, n.º 62

Caminhar sobre as águas, atravessar o fogo

O saber intelectual não nos livra do medo. Mas aquele que caminha segundo a fé é inteiramente livre; como verdadeiro filho de Deus, pode usar livremente todas as coisas. Os que estão apaixonados por esta fé usam, tal como o próprio Deus, todos os elementos da criação, porque a fé tem o poder de fazer criaturas novas, semelhantes a Deus. [...]

O conhecimento intelectual nada pode fazer sem uma base material; ele não ousa realizar o que não tiver sido dado à natureza. Assim, o corpo não pode caminhar sobre a superfície das águas; quem se aproxima do fogo queima-se. Por isso, o simples conhecimento guarda as suas defesas; nunca se deixa ir para além dos limites naturais. Mas a fé tem o poder de ir mais longe e diz: «Se passares através do fogo, ele não te queimará. E os rios não te engolirão» (Is 43,2). Muitas vezes, a fé realiza coisas destas diante de toda a criação; porém, mesmo que fosse concedido ao intelecto tentar fazer as mesmas coisas, ele nunca teria ousado.

Pela fé, muitos entraram nas chamas [...], atravessaram o fogo sãos e salvos e caminharam sobre o mar como sobre terra firme. E essas coisas, que são mais altas do que a natureza e contrárias às modalidades do simples conhecimento intelectual, mostraram como este é vão em todos os seus caminhos e em todas as suas leis. Estás a ver como a inteligência respeita as condições da natureza? E vês como a fé percorre o seu caminho por sendas mais altas do que a natureza?