terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Terça-feira, dia 17 de Janeiro de 2017

Terça-feira da 2ª semana do Tempo Comum

Santo Antão, abade, +356

Comentário do dia
Santo Aelredo de Rievaulx : «O sábado foi feito para o homem»

Heb. 6,10-20.

Irmãos: Deus não é injusto. Ele não pode esquecer o vosso trabalho e o amor que mostrastes pelo seu nome, colocando-vos ao serviço dos santos, no passado e no presente.
Desejamos, porém, que cada um de vós mostre o mesmo zelo, mantendo intacta a sua esperança até ao fim,
de modo que não vos torneis tíbios, mas imiteis aqueles que, pela fé e pela esperança, se tornam herdeiros dos bens prometidos.
Quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurar, jurou por Si próprio,
dizendo: "Eu te cumularei de bênçãos e multiplicarei a tua posteridade".
E por ter perseverado pacientemente, Abraão alcançou a realização da promessa.
Os homens, de facto, juram por alguém maior que eles e o juramento é uma garantia que põe fim às suas contendas.
Por isso Deus, querendo mostrar solenemente aos herdeiros da promessa como era imutável o seu desígnio, comprometeu-Se com juramento.
Assim, por dois atos irrevogáveis, nos quais é impossível Deus mentir, nós temos um forte incentivo para nos refugiarmos firmemente na esperança proposta.
Nela tem a nossa alma uma âncora inabalável e segura, que penetra para além do véu,
onde entrou Jesus como nosso precursor, constituído sumo sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedec.


Salmos 111(110),1-2.4-5.9.10c.

Louvarei o Senhor de todo o coração
no conselho dos justos e na assembleia.
São grandes as obras do Senhor,
admiráveis para os que nelas meditam.

Instituiu um memorial das suas maravilhas:
o Senhor é misericordioso e compassivo.
Deu sustento àqueles que O temem
e jamais se esquecerá da sua aliança.

Enviou a redenção ao seu povo,
firmou com ele uma aliança eterna;
santo e venerável é o seu nome,
o louvor do Senhor permanece para sempre.




Marcos 2,23-28.

Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos, enquanto caminhavam, começaram a apanhar espigas.
Disseram-Lhe então os fariseus: «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».
Respondeu-lhes Jesus: «Nunca lestes o que fez David, quando teve necessidade e sentiu fome, ele e os seus companheiros?
Entrou na casa de Deus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, e também os deu aos companheiros».
E acrescentou: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
Por isso, o Filho do homem é também Senhor do sábado».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Aelredo de Rievaulx (1110-1167), monge cisterciense
Espelho da Caridade, III, cap. 3

«O sábado foi feito para o homem»

Quando um homem se retira do tumulto exterior para entrar no segredo do seu coração, quando fecha a porta à multidão ruidosa das vaidades e percorre os seus tesouros interiores, quando nada encontra em si mesmo que esteja agitado e desordenado, nada que o atormente e o contrarie, quando tudo nele está cheio de alegria, de harmonia, de paz e de tranquilidade; quando o pequeno mundo dos seus pensamentos, das suas palavras e das suas obras lhe sorri, como a família sorri ao pai numa casa onde reina a ordem e a paz - nessa altura, surge de repente uma segurança maravilhosa. Dessa segurança provém uma alegria extraordinária, dessa alegria resulta um canto de satisfação e de louvor a Deus, louvor esse tanto mais fervoroso, quanto mais claramente se compreende que tudo quanto se tem de bom é dom de Deus.

A comemoração alegre do sábado deve ser precedida de seis dias, isto é, do completamento das obras. Começamos por transpirar praticando boas obras, para em seguida descansarmos na paz da nossa consciência. Dessas obras boas nasce a pureza da consciência, que conduz a um justo amor de si mesmo, que nos permitirá amar o próximo como a nós mesmos (Mt 22,39).