sábado, 28 de janeiro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Sabado, dia 28 de Janeiro de 2017

Sábado da 3a semana do Tempo Comum

S. Tomás de Aquino, presb., Doutor da Igreja, +1274

Comentário do dia
Santo António de Lisboa : «E fez-se grande bonança»

Heb. 11,1-2.8-19.

Irmãos: A fé é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se veem.
Ela valeu aos antigos um bom testemunho.
Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento e partiu para uma terra que viria a receber como herança; e partiu sem saber para onde ia.
Pela fé, morou como estrangeiro na terra prometida, habitando em tendas, com Isaac e Jacob, herdeiros, como ele, da mesma promessa,
porque esperava a cidade de sólidos fundamentos, cujo arquiteto e construtor é Deus.
Pela fé, também Sara recebeu o poder de ser mãe já depois de passada a idade, porque acreditou na fidelidade d'Aquele que lho prometeu.
É por isso também que de um só homem – um homem que a morte já espreitava – nasceram descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia que há na praia do mar.
Todos eles morreram na fé, sem terem obtido a realização das promessas. Mas vendo-as e saudando-as de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.
Aqueles que assim falam mostram claramente que procuram uma pátria.
Se pensassem na pátria de onde tinham saído, teriam tempo de voltar para lá.
Mas eles aspiravam a uma pátria melhor, que era a pátria celeste. E como Deus lhes tinha preparado uma cidade, não Se envergonha de Se chamar seu Deus.
Pela fé, Abraão, submetido à prova, ofereceu o seu filho único Isaac, que era o depositário das promessas,
como lhe tinha sido dito: «Por Isaac será assegurada a tua descendência».
Ele considerava que Deus pode ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, ele recuperou o seu filho.


Lucas 1,69-70.71-72.73-75.

O Senhor nos deu um Salvador poderoso,
na casa de David, seu servo,
como prometeu pela boca dos seus santos,
os profetas dos tempos antigos;

Para nos libertar dos nossos inimigos
e das mãos daqueles que nos odeiam;
para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,
recordando a sua sagrada aliança:

O juramento que fizera a Abraão, nosso pai,
que nos havia de conceder esta graça:
de O servirmos um dia, sem temor,
livres das mãos dos nossos inimigos,

em santidade e justiça na sua presença,
todos os dias da nossa vida.



Marcos 4,35-41.

Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos seus discípulos: «Passemos à outra margem do lago».
Eles deixaram a multidão e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações.
Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água.
Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-n'O e disseram: «Mestre, não Te importas que pereçamos?».
Jesus levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te e está quieto». O vento cessou e fez-se grande bonança.
Depois disse aos discípulos: «Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?».
Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: «Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja
Sermões para domingo e dias santos

«E fez-se grande bonança»

Jesus subiu para uma barca. Quando alguém sobe para a barca da penitência, dá-se uma grande perturbação no mar. O mar é o nosso coração. «O coração do homem é complicado e doente: quem poderá conhecê-lo?» diz Jeremias (17,9); «espantosas são as agitações desse mar» (Sl 92,4). O orgulho incha-o, a ambição leva-o para lá dos seus limites, a tristeza cobre-o de nuvens, os pensamentos vãos lançam nele a perturbação, a luxúria e a gula fazem-no espumar. Mas só aqueles que sobem para a barca da penitência sentem esses movimentos do mar, essa violência do vento, essa agitação das ondas. Os que ficam em terra não se apercebem de nada. [...] O diabo, quando se sente desprezado pelo penitente, rebenta em escândalos e levanta uma tempestade; e só se vai embora «gritando e abanando violentamente» (Mt 9,26).

«Jesus levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: 'Cala-te e está quieto'». Deus disse a Job: «Quem é que fixou limites ao mar? [...] Eu disse-lhe: Tu virás até aqui, sem ires mais longe; aqui rebentarás as tuas ondas tumultuosas» (38,8-11). Só o Senhor pode fixar limites à amargura da perseguição e da tentação. [...] Quando faz cessar a tentação, diz: « Aqui rebentarás as tuas ondas tumultuosas»: a tentação cederá diante da misericórdia de Jesus Cristo. Quando o diabo nos tenta, devemos dizer, com toda a devoção da nossa alma: «Em nome de Jesus de Nazaré, que ordenou aos ventos e ao mar, ordeno-te que te afastes de mim» (cf At 16,18).

«E fez-se grande bonança». É o que lemos no livro de Tobias: «Eu sei, Senhor: aquele que Te honra, depois de ter sido experimentado nesta vida, será coroado; se sofrer a  tentação, será libertado; se tiver de sofrer, encontrará misericórdia, pois Tu não Te alegras com a nossa perda. Depois da tempestade, dás-nos a calma; depois das lágrimas e dos choros, dás-nos a alegria» (3,21-22 Vulg).