Segunda-feira, dia  27 de Fevereiro de 2017
  
  Segunda-feira da 8ª semana do Tempo Comum
  
S. Gabriel de Nossa Senhora das Dores, confessor, +1862,  S. Leandro,  bispo, +600  
  Comentário do dia
Leão XIII :   «Segue-Me»  
  Sirac 17,20-28.      O Senhor  permite que voltem para Ele os que se arrependem e reconforta aqueles que  tinham perdido a esperança.  
Converte-te ao Senhor e abandona o pecado,  
ora na sua presença e atenua assim a tua ofensa.  
Volta-te para o Altíssimo e afasta-te da injustiça e detesta  profundamente a iniquidade.  
Conhece a justiça e os juízos de Deus e permanece constante na  oferenda e na oração ao Deus Altíssimo.  
Quem louvará o Altíssimo na morada dos mortos, em lugar dos vivos e de  todos os que O glorificam?  
Anda na companhia do povo santo com aqueles que vivem e proclamam a  glória de Deus. Não te detenhas no erro dos ímpios, louva o Senhor antes da  tua morte; o morto, como se não existisse, deixa de O louvar.  
Louva o Senhor enquanto viveres, louva-O enquanto tens vida e saúde,  louva a Deus e glorifica-O pela sua misericórdia.  
Como é grande a misericórdia do Senhor e o seu perdão para os que a  Ele se convertem!  
    
  Salmos 32(31),1-2.5.6.7.      Feliz  daquele a quem foi perdoada a culpa   
e absolvido o pecado.  
Feliz o homem a quem o Senhor não acusa de iniquidade   
e em cujo espírito não há engano.  
Confessei-vos o meu pecado   
e não escondi a minha culpa.   
Disse: Vou confessar ao Senhor a minha falta,   
e logo me perdoastes a culpa do pecado.  
Por isso a Vós se dirige todo o fiel   
no tempo da tribulação.   
Quando transbordarem as águas caudalosas,   
só a ele não hão-de atingir.  
Vós sois o meu refúgio, defendei-me dos perigos,   
fazei que à minha volta só haja hinos de vitória.  
  
  
  Marcos 10,17-27.      Naquele  tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo,  ajoelhou diante d'Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei-de fazer para  alcançar a vida eterna?».  
Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus.  
Tu sabes os mandamentos: 'Não mates; não cometas adultério; não  roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e  mãe'».   
O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a  juventude».  
Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai  vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu.  Depois, vem e segue-Me».  
Ao ouvir estas palavras, o homem ficou abatido e retirou-se pesaroso,  porque era muito rico.  
Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será  difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!».  
Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus  afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!  
É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico  entrar no reino de Deus».  
Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então  salvar-se?».  
Fitando neles os olhos, Jesus respondeu: «Aos homens é impossível,  mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível».  
    
    
  Tradução litúrgica da Bíblia  
  
    
  Comentário do dia:   
  Leão XIII (1810-1903), papa  
  Encíclica Rerum Novarum, 20  
  «Segue-Me»
      Que os deserdados da sorte aprendam da Igreja que, segundo o julgamento do  próprio Deus, a pobreza não é um opróbrio e que não é preciso corar por  se ter de ganhar o pão pelo trabalho. É o que Jesus Cristo Nosso Senhor  confirmou pelo seu exemplo, Ele que, «sendo tão rico, se fez pobre» para  salvação de todos os homens (2Cor 8,9). Ele, o Filho de Deus e Ele próprio  Deus, quis passar aos olhos do mundo pelo filho de um operário; foi ao ponto  de consumir uma grande parte da sua vida num trabalho remunerado. «Não é  este o carpinteiro, o filho de Maria?» (Mc 6,3)  
Quem tenha sob o olhar o modelo divino compreenderá que a verdadeira  dignidade do homem e a sua excelência residem nos seus costumes, quer dizer  na sua virtude; a virtude é o património comum dos mortais, ao alcance de  todos, pequenos e grandes, pobres e ricos; só a virtudes e os méritos, onde  quer que se encontrem, obterão a recompensa da beatitude eterna. Mais, é  para as classes desafortunadas que o coração de Deus parece inclinar-se  mais. Jesus Cristo chama aos pobres bem-aventurados (Lc 6, 20); Ele convida  com amor todos aqueles que sofrem e que choram a virem a Ele, para os consolar  (Mt 11, 28); Ele beija com uma caridade mais terna os pequenos e os oprimidos.  Estas doutrinas são certamente feitas para humilhar a alma altiva do rico e o  tornar mais compassivo, para elevar a coragem dos que sofrem e lhes inspirar  confiança.