quinta-feira, 8 de junho de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quinta-feira, dia 08 de Junho de 2017

Quinta-feira da 9ª semana do tempo comum

Beato Francisco Aranha, religioso, mártir, +1583, Beata Maria do Divino Coração, religiosa, +1899, Santa Quitéria, virgem, mártir, séc. II

Comentário do dia
São João da Cruz : «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma [...] e com todas as tuas forças»

Tob. 6,10-11.7,1.9-17.8,4-9a.

Naqueles dias, quando entraram na Média e já estavam perto de Ecbátana,
o Anjo Rafael disse ao jovem Tobias: «Esta noite ficaremos hospedados em casa de Raguel; ele é teu parente e tem uma filha chamada Sara».
Quando chegaram à cidade de Ecbátana, Tobias disse ao Anjo: «Irmão Azarias, leva-me imediatamente a casa de Raguel, nosso irmão». O Anjo levou-o a casa de Raguel, que encontraram sentado à porta do pátio. Eles saudaram-no primeiro e Raguel respondeu: «Sede bem-vindos, irmãos. Ainda bem que chegastes sãos e salvos». E levou-os para dentro de casa.
Depois de se lavarem e purificarem, sentaram-se à mesa. Tobias disse então a Rafael: «Irmão Azarias, pede a Raguel que me dê por esposa a minha prima Sara».
Raguel ouviu estas palavras e disse ao jovem: «Come e bebe e passa a noite tranquilo, porque ninguém tem mais direito de receber como esposa minha filha Sara, do que tu, meu irmão, nem eu tenho o direito de a conceder a outro, senão a ti, porque és o meu parente mais próximo. Devo contudo dizer-te a verdade, filho:
Já a dei a sete maridos da nossa linhagem e todos morreram na noite em que se aproximaram dela. Mas agora, filho, come e bebe». Tobias, porém, respondeu: «Não comerei nem beberei, antes que resolvas a minha situação». Disse Raguel: «Toma-a desde este momento, segundo a sentença do livro de Moisés. Pelo próprio Céu foi decidido que ela te seja entregue. Leva a tua prima para casa; doravante serás seu irmão e ela tua irmã. A partir de hoje, ela te pertence para sempre. E o Senhor do Céu, meu filho, vos faça felizes esta noite e vos conceda misericórdia e paz».
Raguel chamou sua filha Sara e ela aproximou-se. Tomando-a pela mão, entregou-a a Tobias, dizendo: «Recebe-a como esposa, segundo a lei e o decreto do livro de Moisés. Recebe-a e volta com ela, são e salvo para casa de teu pai. O Senhor do Céu vos dê boa viagem na sua paz».
Depois chamou a mãe da jovem e disse-lhe que trouxesse papel. Redigiu o contrato matrimonial, pelo qual dava Sara como esposa a Tobias, segundo a sentença da lei de Moisés.
Só então começaram a comer e a beber.
Raguel chamou sua mulher Edna e disse-lhe: «Irmã, prepara o outro quarto e leva Sara para lá».
Ela preparou o quarto, como lhe foi ordenado, e levou para lá sua filha. Chorou por causa dela; mas depois enxugou as lágrimas e disse:
«Tem confiança, minha filha. O Senhor do Céu transforme a tua tristeza em alegria. Tem confiança, minha filha». E saiu.
Quando acabaram de comer e beber, foram dormir. Acompanharam o jovem ao seu quarto e depois saíram e fecharam a porta. Então Tobias levantou-se do leito e disse a Sara: «Levanta-te, minha irmã; vamos rezar, pedindo ao Senhor que nos conceda a sua misericórdia e nos salve».
Ela levantou-se e começaram a rezar, pedindo ao Senhor que os salvasse. Disse Tobias: «Bendito sois, Deus dos nossos pais. Bendito é o vosso nome por todos os séculos dos séculos. Louvem-Vos os céus e todas as criaturas, por todos os séculos dos séculos.
Vós criastes Adão e lhe destes Eva por esposa, como auxílio e amparo; e de ambos nasceu o género humano. Vós dissestes: 'Não é bom que o homem esteja só; façamos-lhe uma auxiliar semelhante a ele'.
Senhor, bem sabeis que não é por paixão, mas com intenção pura, que tomo esta minha prima como esposa. Tende piedade de mim e dela e fazei que cheguemos juntos a uma ditosa velhice».
E disseram ambos: «Amén. Amén».
Depois deitaram-se para passar a noite.


Salmos 128(127),1-2.3.4-5.

Feliz de ti, que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem.

Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira
ao redor da tua mesa.

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida.




Marcos 12,28b-34.

Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?».
Jesus respondeu: «O primeiro é este: 'Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças'.
O segundo é este: 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo'. Não há nenhum mandamento maior que estes».
Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d'Ele.
Amá-l'O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios».
Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l'O.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
«Avisos e Máximas» (121-143 in trad. Seuil 1945, p. 1199)

«Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma [...] e com todas as tuas forças»

A força da alma reside nas suas potências, nos seus impulsos e nas suas faculdades. Se a vontade os volta para Deus e os mantém longe de tudo o que não é Deus, a alma reserva para Ele todas as suas capacidades, e ama com todas as suas forças, como o próprio Deus lhe ordena. Buscar-se a si mesmo em Deus é buscar as doçuras e consolações de Deus, e isto é contrário ao puro amor de Deus. É um grande mal preferir os bens de Deus ao próprio Deus, à oração e ao desprendimento.

Há muitos que procuram em Deus consolações e gostos, e desejam que Sua Majestade os encha dos seus favores e dons, mas o número dos que se esforçam por Lhe agradar e Lhe oferecer algo de si mesmos, rejeitando qualquer interesse próprio, é muito pequeno. São poucos os homens espirituais, mesmo entre os que temos por muito avançados na virtude, que conseguem uma perfeita determinação de fazer o bem. Não chegam nunca a renunciar por completo a si mesmos em algum aspeto do espírito do mundo ou da natureza, nem a desprezar aquilo que se pensará ou dirá deles, quando se trata de cumprir, por amor a Jesus Cristo, as obras da perfeição e do desprendimento. [...]

Aqueles que amam só a Deus não caminham nas trevas, por muito pobres e privados de luz que possam considerar-se. [...] A alma que, no meio das securas e abandonos, mantém sempre a sua atenção e solicitude em servir a Deus poderá sofrer, poderá temer não conseguir, mas, na realidade, oferecerá a Deus um sacrifício de agradável odor (Gn 8,21).