segunda-feira, 24 de julho de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Segunda-feira, dia 24 de Julho de 2017

Segunda-feira da 16ª semana do Tempo Comum

Santa Cristina, virgem e mártir, séc. IV, Beato João Soreth, religioso, presbítero, +1471, S. Charbel (Sarbélio) Makhluf, presbítero, +1898, Santa Cristina, religiosa, +1224

Comentário do dia
Rupert de Deutz : «Aqui está quem é maior do que Salomão».

Ex. 14,5-18.

Naqueles dias, quando anunciaram ao rei do Egipto que o povo israelita fugira, mudou-se o coração do faraó e dos seus servos contra o povo e disseram: «Que fizemos nós, deixando partir Israel, que não mais nos servirá?».
O faraó mandou atrelar o carro e tomou a sua gente consigo.
Prepararam seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egipto cada qual com os seus combatentes.
O Senhor permitiu que se endurecesse o coração do faraó, rei do Egipto, o qual perseguiu os filhos de Israel, que partiram de mão erguida.
Os egípcios perseguiram-nos, – com os cavalos e carros do faraó, com os seus cavaleiros e o seu exército – e alcançaram-nos, quando eles estavam acampados junto ao mar, junto de Piairot, em frente de Baalsefon.
Quando o faraó se aproximava, os filhos de Israel levantaram os olhos e viram que os egípcios vinham atrás deles. Cheios de pavor, os filhos de Israel clamaram ao Senhor
e disseram a Moisés: «Foi por falta de túmulos no Egipto que nos trouxeste para morrermos no deserto? Que nos fizeste, tirando-nos do Egipto?
Não era isto que te dizíamos no Egipto: 'Deixa-nos servir em paz os egípcios; mais vale servir os egípcios que morrer no deserto'?».
Então Moisés disse ao povo: «Não temais. Permanecei firmes e vereis a salvação que o Senhor nos dará neste dia, pois aqueles egípcios que hoje vedes, nunca mais os vereis.
O Senhor combaterá por vós e vós nada tereis que fazer».
O Senhor disse a Moisés: «Porque estás a bradar por Mim? Diz aos filhos de Israel que se ponham em marcha.
E tu ergue a tua vara, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel entrem nele a pé enxuto.
Entretanto vou permitir que se endureça o coração dos egípcios, que hão-de perseguir os filhos de Israel. Manifestarei então a minha glória, triunfando do faraó, de todo o seu exército, dos seus carros e dos seus cavaleiros.
Os egípcios reconhecerão que Eu sou o Senhor, quando Eu manifestar a minha glória, vencendo o faraó, os seus carros e os seus cavaleiros».


Ex. 15,1-2.3-4.5-6.

Cantarei ao Senhor, que fez brilhar a sua glória:
precipitou no mar o cavalo e o cavaleiro.
O Senhor é a minha força e a minha proteção:
foi Ele quem me salvou

Ele é o meu Deus: eu O exalto
Ele é o Deus de meu pai: eu O glorifico.
O Senhor é um guerreiro, Omnipotente é o seu nome;
precipitou no mar os carros do Faraó e o seu exército.

Os seus melhores combatentes afogaram-se no Mar Vermelho,
foram engolidos pelas ondas,
caíram como pedra no abismo.
A vossa mão direita, Senhor, revelou a sua força,

a vossa mão direita, Senhor, destroçou o inimigo.



Mateus 12,38-42.

Naquele tempo, alguns escribas e fariseus disseram a Jesus: «Mestre, queremos ver um sinal da tua parte».
Mas Jesus respondeu-lhes: «Esta geração perversa e infiel pretende um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas.
Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim o Filho do homem estará três dias e três noites no seio da terra.
No dia do Juízo, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência quando Jonas pregou; e aqui está quem é maior do que Jonas.
No dia do Juízo, a rainha do Sul erguer-se-á com esta geração e há-de condená-la, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Rupert de Deutz (c. 1075-1130), monge beneditino
Da Trindade e suas obras, 42, 4; PL 167, 1130

«Aqui está quem é maior do que Salomão».

O profeta Natan e Betsabé defenderam o seu projeto perante o velho e sábio rei David, que estava a morrer (1Rs 1). Foi então que Salomão, cujo nome significa «senhor pacífico», recebeu a unção real. E todos se aproximaram dele e o seguiram, tocando flauta e fazendo uma grande festa, de modo que a terra inteira vibrava com as aclamações, pois o rei havia declarado: «Estabeleço Salomão como rei de Israel e de Judá» (v. 35.40). Esta entronização prefigura indubitavelmente o mistério de que Daniel falava: «O tribunal realizou sessão e foram abertos os livros. Vi aproximar-se, sobre as nuvens do céu, um ser semelhante a um Filho do homem, que avançou até ao ancião, para diante do qual O conduziram. E foram-Lhe dadas a soberania, a glória e a realeza» (Dn 7,10-14).

Foi, pois, por iniciativa de um profeta que Salomão foi estabelecido como rei, tal como foi ao cumprir as profecias no seu sentido espiritual que Cristo, Filho de Deus, foi reconhecido como Rei pacífico, Rei da glória do Pai, atraindo tudo a Si. Salomão tornou-se rei ainda em vida de seu pai, tal como Cristo foi estabelecido rei por Deus Pai, que não pode morrer. Sim, Ele fá-lo rei, «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1,2), Aquele que não morre nem morrerá nunca. E, coisa admirável e única, Cristo, o herdeiro de um Pai sempre vivo e que não pode morrer, morreu; mas ressuscitou e nunca mais conhecerá a morte.

Então Salomão foi sentado na mula do rei (1Rs 1,38). Bem melhor, porém, é no trono de seu Pai, isto é, sobre toda a Igreja [...], «acima de todo o principado, potestade, virtude e dominação» (Ef 1,21), que Cristo está agora sentado «à direita da Majestade nos céus» (Heb 1,3). É por isso que a multidão vai atrás dele, a multidão que canta e se alegra. E a terra vibra com as suas aclamações. Também nós ouvimos a enorme alegria daqueles que proclamam esta glória, ou seja, a alegria dos apóstolos falando as línguas de todos (At 2) pois «por toda a terra se ouve o seu eco, até aos confins do universo a sua palavra» (Sl 18,5).