domingo, 10 de dezembro de 2017

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Domingo, dia 10 de Dezembro de 2017

2º Domingo do Advento
2º Domingo do Advento - Ano B (semana II do saltério)Nossa Senhora do Loreto

Santa Eulália, virgem, mártir, +304

Comentário do dia
São Francisco de Sales : «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas»

Is. 40,1-5.9-11.

Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.
Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz que terminaram os seus trabalhos e está perdoada a sua culpa, porque recebeu da mão do Senhor duplo castigo por todos os seus pecados.
Uma voz clama: «Preparai no deserto o caminho do Senhor, abri na estepe uma estrada para o nosso Deus.
Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas.
Então se manifestará a glória do Senhor e todo o homem verá a sua magnificência, porque a boca do Senhor falou».
Sobe ao alto dum monte, arauto de Sião; grita com voz forte, arauto de Jerusalém; levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá: «Eis o vosso Deus.
O Senhor Deus vem com poder, o seu braço dominará. Com Ele vem o seu prémio, precede-O a sua recompensa.
Como um pastor apascentará o seu rebanho e reunirá os animais dispersos; tomará os cordeiros em seus braços, conduzirá as ovelhas ao seu descanso».


Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.

Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis
e a quantos de coração a Ele se convertem.
A sua salvação está perto dos que O temem,
e a sua glória habitará na nossa terra.

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra,
e a justiça descerá do Céu.

O Senhor dará ainda o que é bom,
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente,
e a paz seguirá os seus passos.




2 Pedro 3,8-14.

Há uma coisa, caríssimos, que não deveis esquecer: um dia diante do Senhor é como mil anos e mil anos como um dia.
O Senhor não tardará em cumprir a sua promessa, como pensam alguns. Mas usa de paciência para convosco e não quer que ninguém pereça, mas que todos possam arrepender-se.
Entretanto, o dia do Senhor virá como um ladrão: nesse dia, os céus desaparecerão com fragor, os elementos dissolver-se-ão nas chamas e a terra será consumida com todas as obras que nela existem.
Uma vez que todas as coisas serão assim dissolvidas, como deve ser santa a vossa vida e grande a vossa piedade,
esperando e apressando a vinda do dia de Deus, em que os céus se dissolverão em chamas e os elementos se fundirão no ardor do fogo!
Porque nós esperamos, segundo a promessa do Senhor, os novos céus e a nova terra, onde habitará a justiça.
Portanto, caríssimos, enquanto esperais este dia, empenhai-vos, sem pecado nem motivo algum de censura, para que o Senhor vos encontre na paz.


Marcos 1,1-8.

Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías:
«Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho.
Uma voz clama no deserto: 'Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas'».
Apareceu João Baptista no deserto, a proclamar um batismo de penitência para remissão dos pecados.
Acorria a ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
João vestia-se de pelos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
E, na sua pregação, dizia: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias.
Eu batizo na água, mas Ele batizar-vos-á no Espírito Santo».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
Sermão para o 4.º Domingo do Advento

«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas»

Tendo o povo de Deus sido reduzido à escravatura pelos pagãos e enviado como cativo para o meio dos persas e dos medos, depois de ter sofrido um longo cativeiro, o rei Ciro resolveu livrá-lo dessa servidão e reconduzi-lo à Terra Prometida. Qual poesia divina, o profeta Isaías entoou então estas palavras cheias de beleza: «Povo de Israel, consolai-vos, consolai-vos, diz o Senhor nosso Deus; a vossa consolação não será vã nem inútil. Falai ao coração de Jerusalém [...], porque a sua malícia chegou ao fim. E porque as suas iniquidades atingiram o máximo, serão perdoadas.» Por isso, dizia esse grande poeta ao povo de Israel: «Aplanai os vossos caminhos e endireitai as vossas veredas» (40, 1s). [...]

Porque é que Deus diz que perdoará ao povo de Israel as suas iniquidades, se é verdade que ele atingiu o cúmulo da sua malícia? Os Padres antigos [...] ensinam que estas palavras podem entender-se [...] como se Deus dissesse: «Quando eles estão no auge das suas aflições e sentem vivamente o fardo das suas iniquidades nesta escravidão e neste cativeiro, depois de os ter punido pela sua maldade [...], olhei-os e tive deles compaixão. Chegados ao pior dos seus dias, bastou-Me o que já tinham sofrido; por isso, as suas iniquidades ser-lhes-ão agora perdoadas. [...] Quando atingiram o cúmulo da sua [...] ingratidão, quando parecia não terem nenhuma lembrança nem memória de Deus e dos seus benefícios, a sua iniquidade ser-lhes-á perdoada.» [...] Quando a Providência de Deus quis mostrar aos homens a sua bondade, isso foi admirável, porque Ele não quis ser induzido por motivação alguma: movido apenas pela sua bondade, comunicou-Se aos homens de uma forma absolutamente maravilhosa.

Quando Ele veio a este mundo, era o tempo em que os homens tinham chegado ao cúmulo da sua malícia: as leis estavam nas mãos de Anás e Caifás [...], Herodes reinava e Pôncio Pilatos governava a Judeia; foi nesse tempo que Deus veio ao mundo para nos resgatar e nos libertar da tirania do pecado e da servidão do nosso inimigo.