quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quarta-feira, dia 24 de Janeiro de 2018

Quarta-feira da 3ª semana do Tempo Comum

S. Francisco de Sales, b., Doutor da Igreja, +1622

Comentário do dia
São Josemaría Escrivá de Balaguer : Semear no mundo inteiro

2 Sam. 7,4-17.

Naqueles dias, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor: Pensas edificar um palácio para Eu habitar?
Desde o dia em que tirei Israel do Egipto até hoje, nunca habitei numa casa, mas andava de um lado para o outro numa tenda e num tabernáculo.
Durante o tempo em que peregrinei com todos os filhos de Israel, perguntei porventura a alguns dos juízes de Israel, a quem estabeleci como pastores do meu povo: 'Porque não Me construís uma casa de cedro?'
Eis o que dirás ao meu servo David: Assim fala o Senhor do Universo: Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos, para seres o chefe do meu povo de Israel.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste e exterminei diante de ti todos os teus inimigos. Dar-te-ei um nome tão ilustre como o nome dos grandes da terra.
Prepararei um lugar para o meu povo de Israel e nele o instalarei para que habite nesse lugar, sem que jamais tenha receio e sem que os maus tornem a oprimi-lo como outrora,
quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel. Farei que vivas seguro de todos os teus inimigos. E o Senhor anuncia que te vai fazer uma casa:
Quando chegares ao termo dos teus dias e fores repousar com os teus pais, estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti e consolidarei a sua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome e Eu consolidarei para sempre o seu trono real.
Serei para ele um pai e ele será para Mim um filho. Se praticar o mal, corrigi-lo-ei com varas de homens, com castigo de homens.
Mas não retirarei dele a minha misericórdia, como fiz a Saul que afastei da minha presença.
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de Mim. O teu trono será firme para sempre».
Natã comunicou fielmente a David todas as palavras desta revelação.


Salmos 89(88),4-5.27-28.29-30.

Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David, meu servo:
Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações.

Ele Me invocará: «Vós sois meu pai,
meu Deus, meu Salvador».
E Eu farei dele o primogénito, o mais alto entre os reis da terra.
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,

a minha aliança com ele será irrevogável.
Conservarei a sua descendência eternamente
e o seu trono terá a duração dos céus.




Marcos 4,1-20.

Naquele tempo, Jesus começou a ensinar de novo à beira mar. Veio reunir-se junto d'Ele tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava em terra, junto ao mar.
Ensinou-lhes então muitas coisas em parábolas. E dizia-lhes no seu ensino:
«Escutai: Saiu o semeador a semear.
Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram as aves e comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; logo brotou, porque a terra não era funda.
Mas, quando o sol nasceu, queimou-se e, como não tinha raiz, secou.
Outra parte caiu entre espinhos; os espinhos cresceram e sufocaram-na e não deu fruto.
Outras sementes caíram em boa terra e começaram a dar fruto, que vingou e cresceu, produzindo trinta, sessenta e cem por um».
E Jesus acrescentava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».
Quando ficou só, os que O seguiam e os Doze começaram a interrogá-l'O acerca das parábolas.
Jesus respondeu-lhes: «A vós foi dado a conhecer o mistério do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas,
para que, ao olhar, olhem e não vejam, ao ouvir, oiçam e não compreendam; senão, convertiam-se e seriam perdoados».
Disse-lhes ainda: «Se não compreendeis esta parábola, como haveis de compreender as outras parábolas?
O semeador semeia a palavra.
Os que estão à beira do caminho, onde a palavra foi semeada, são aqueles que a ouvem, mas logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles.
Os que recebem a semente em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem a palavra, logo a recebem com alegria;
mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbem imediatamente.
Outros há que recebem a semente entre espinhos. Esses ouvem a palavra,
mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e todas as outras ambições entram neles e sufocam a palavra, que fica sem dar fruto.
E os que receberam a palavra em boa terra são aqueles que ouvem a palavra, a aceitam e frutificam, dando trinta, sessenta ou cem por um».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador
Homilia de 28 de maio de 1964, festa do Corpo de Deus, «Cristo que passa», n.º 150

Semear no mundo inteiro

«Saiu o semeador a semear.» [...] A cena é atual. O semeador divino lança, também agora, a sua semente. A obra da salvação continua a cumprir-se e o Senhor quer servir-Se de nós: deseja que nós, os cristãos, abramos ao seu amor todos os caminhos da Terra; convida-nos a propagar a mensagem divina, com a doutrina e com o exemplo, até aos últimos recantos do mundo. Pede-nos que, sendo cidadãos da sociedade eclesial e da civil, ao desempenhar com fidelidade os nossos deveres, sejamos, cada um de nós, outro Cristo, santificando o trabalho profissional e as obrigações do próprio estado.

Se olharmos à nossa volta, para este mundo que amamos porque foi feito por Deus, veremos que a parábola se realiza: a palavra de Jesus Cristo é fecunda, suscita em muitas almas desejos de entrega e de fidelidade. A vida e o comportamento dos que servem a Deus mudaram a história, e mesmo muitos dos que não conhecem o Senhor regem-se - talvez sem sequer disso se aperceberem - por ideais nascidos do cristianismo.

Vemos também que parte da semente cai em terra estéril, ou entre espinhos e abrolhos: há corações que se fecham à luz da fé. Os ideais de paz, de reconciliação, de fraternidade, são aceites e proclamados, mas - não poucas vezes - são desmentidos com os factos. Alguns homens empenham-se inutilmente em afogar a voz de Deus, impedindo a sua difusão com a força bruta ou então com uma arma menos ruidosa, mas talvez mais cruel, porque insensibiliza o espírito: a indiferença.