quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Liturgia do Dia - sua Profecia diária


Quarta-feira, dia 07 de Fevereiro de 2018

Cinco Chagas do Senhor - Festa
As Cinco Chagas do Senhor

Beata Eugénia Smet (Madre Maria da Providência), religiosa. +1871, Beata Rosália Rendu, religiosa, +1856

Comentário do dia
São João da Cruz : «Cria em mim, ó Deus, um coração puro» (Sl 50, 12)

Is. 53,1-10.

Quem acreditou no que ouvimos dizer? A quem se revelou o braço do Senhor?
O meu servo cresceu diante do Senhor como um rebento, como raiz numa terra árida, sem distinção nem beleza para atrair o nosso olhar nem aspeto agradável que possa cativar-nos.
Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, acostumado ao sofrimento, era como aquele de quem se desvia o rosto, pessoa desprezível e sem valor para nós.
Ele suportou as nossas enfermidades e tomou sobre si as nossas dores. Mas nós víamos nele um homem castigado, ferido por Deus e humilhado.
Ele foi trespassado por causa das nossas culpas e esmagado por causa das nossas iniquidades. Caiu sobre ele o castigo que nos salva: pelas suas chagas fomos curados.
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, cada qual seguia o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre ele as faltas de todos nós.
Maltratado, humilhou-se voluntariamente e não abriu a boca. Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, ele não abriu a boca.
Foi eliminado por sentença iníqua, mas, quem se preocupa com a sua sorte? Foi arrancado da terra dos vivos e ferido de morte pelos pecados do seu povo.
Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios e um túmulo no meio de malfeitores, embora não tivesse cometido injustiça nem se tivesse encontrado mentira na sua boca.
Aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento. Mas se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação, terá uma descendência duradoira, viverá longos dias e a obra do Senhor prosperará em suas mãos.


Salmos 22(21),7-8.15-23.

Eu sou um verme e não um homem,
o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.
Todos os que me veem escarnecem de mim,
estendem os lábios e meneiam a cabeça.

Sou como água derramada,
desconjuntam-se todos os meus ossos.
O meu coração tornou-se como cera
e derreteu-se dentro do meu peito.

A minha garganta secou-se como barro cozido
e a minha língua pegou-se-me ao céu da boca;
reduziste-me ao pó da sepultura.
Matilhas de cães me rodearam,

cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés,
posso contar todos os meus ossos.
Eles olham para mim cheios de espanto!

Repartiram entre si as minhas vestes
e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim,
sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me.

Livra a minha alma da espada,
e das garras dos cães a minha vida.
Salvai-me das fauces do leão
e dos chifres dos búfalos livrai este infeliz.

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos,
hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.



João 19,28-37.

Naquele tempo, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca.
Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um grande dia aquele sábado – os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com ele.
Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas,
mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso lhe será quebrado».
Diz ainda outra passagem da Escritura: «Hão-de olhar para Aquele que trespassaram».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
Avis et maximes

«Cria em mim, ó Deus, um coração puro» (Sl 50, 12)

A pureza do coração corresponde ao grau de amor e de graça de Deus; assim, quando o nosso Salvador chama bem-aventurados àqueles que têm o coração puro (Mt 5,8), está a referir-Se àqueles que estão cheios de amor, porque a beatitude é-nos dada segundo o grau do nosso amor.
Aquele que ama verdadeiramente a Deus não cora diante do mundo por aquilo que faz para Deus, não o esconde com atrapalhação, ainda que o mundo inteiro venha a condená-lo.
Aquele que ama verdadeiramente a Deus vê como um ganho e uma recompensa a perda de todas as coisas criadas, e até a perda de si próprio por amor a Deus [...].

Aquele que trabalha para Deus com um amor puro, não só não se perturba por ser visto pelos homens, como também não age de forma a ser visto por Deus [...].
É coisa grande exercitarmo-nos muito na prática do amor santo, porque a alma que atinge a perfeição e a consumpção do amor não tardará, seja nesta vida, seja na outra, a ver o rosto de Deus.
Aquele que tem o coração puro aproveita igualmente a elevação e a humilhação para se tornar sempre mais puro, enquanto o coração impuro apenas se serve dele para produzir ainda mais frutos de impureza.
O coração derrama sobre todas as coisas um saboroso conhecimento de Deus, casto, puro, espiritual, cheio de alegria e de amor.