domingo, 21 de março de 2010

Profecia do Dia

Segunda-feira, dia 22 de Março de 2010
Segunda-feira da 5ª semana da Quaresma

Santa Catarina de Génova, viúva, +1510, S. Zacarias, papa, +752



Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho : A luz do mundo

Leituras

Dan. 13,1-9.15-17.19-30.33-62.
Havia um homem chamado Joaquim, que habitava na Babilónia.
Tinha desposado uma mulher de nome Susana, filha de Hilquias, muito bela e
piedosa para com o Senhor,
pois tinha sido educada pelos pais, que eram justos, de harmonia com a lei
de Moisés.
Joaquim era muito rico. Contíguo à sua casa, tinha um pomar; e com
frequência se reuniam em casa dele os judeus, pois que entre todos os seus
compatriotas gozava de particular consideração.
Tinham sido nomeados juízes, naquele ano, dois anciãos do povo. A eles
justamente se aplicava a palavra do Senhor: «A iniquidade veio da
Babilónia, de anciãos e juízes, que passavam por dirigir o povo.»
Estas duas personagens frequentavam a casa de Joaquim, onde vinham
procurá-los todos os que tinham qualquer contenda.
À hora do meio-dia, quando toda esta gente se tinha retirado, Susana ia
passear para o jardim do marido.
Os dois anciãos viam-na todos os dias, por ocasião do passeio, de maneira
que a sua paixão se acendeu por ela.
Perderam a justa noção das coisas, afastaram os olhos para não olharem para
o céu e não se lembrarem da verdadeira regra de conduta.
Um dia, como de costume, chegou Susana, acompanhada apenas por duas
criadas, e preparava-se para tomar banho no jardim, pois fazia calor.
Não havia aí ninguém senão os dois anciãos que, escondidos, a espiavam.
Disse às jovens: «Trazei-me óleo e unguentos e fechai as portas do jardim,
para eu tomar banho.»
Logo que elas saíram, os dois homens precipitaram-se para junto de Susana
e disseram-lhe: «As portas do jardim estão fechadas, ninguém nos vê. Nós
ardemos de desejo por ti. Aceita e entrega-te a nós.
Se não quiseres, vamos denunciar-te. Diremos que um rapaz estava contigo e
que foi por isso mesmo que tu mandaste embora as criadas.»
Susana bradou angustiada: «Estou sujeita a aflições de todos os lados! Se
faço isso, é para mim a morte. Se não o faço, nem mesmo assim vos
escaparei.
Mas é preferível para mim cair em vossas mãos sem ter feito nada, do que
pecar aos olhos do Senhor.»
Susana, então, soltou altos gritos e os dois anciãos gritaram também com
ela.
E um deles, correndo para as portas do jardim, abriu-as.
As pessoas da casa, ao ouvirem esta gritaria, precipitaram-se pela porta
traseira para ver o que tinha acontecido.
Logo que os anciãos falaram, os criados coraram de vergonha, pois jamais se
tinha dito coisa semelhante de Susana.
No dia seguinte, os dois anciãos, dominados pelo desejo criminoso contra a
vida de Susana, vieram à reunião que tinha lugar em casa de Joaquim, seu
marido.
Disseram diante de toda a gente: «Que se vá procurar Susana, filha de
Hilquias, a mulher de Joaquim!» Foram procurá-la.
E veio com os seus pais, os filhos e os membros da sua família.
Choravam todos os seus, assim como todos os que a conheciam.
Os dois anciãos levantaram-se diante de todo o povo e puseram a mão sobre a
cabeça de Susana,
enquanto ela, debulhada em lágrimas, mas de coração cheio de confiança no
Senhor, olhava para o céu.
Disseram então os anciãos: «Quando passeávamos a sós pelo jardim, entrou
ela com duas criadas; e depois de ter fechado as portas, mandou embora as
criadas.
Então, um jovem, que estava lá escondido, aproximou-se e pecou com ela.
Encontrávamo-nos a um canto do jardim. Perante semelhante atrevimento,
corremos para eles e surpreendemo-los em flagrante delito.
Não pudemos ter mão no rapaz, porque era mais forte do que nós, abriu a
porta e escapou-se.
A ela apanhámo-la; mas, quando a interrogámos para saber quem era esse
rapaz,
recusou responder-nos. Somos testemunhas disto.» Dando crédito a estes
homens, que eram anciãos e juízes do povo, a assembleia condenou Susana à
morte.
Esta, então, em altos brados disse: «Deus eterno, que sondas os segredos,
que conheces os acontecimentos antes que se dêem,
Tu sabes que proferiram um falso testemunho contra mim. Vou morrer sem ter
feito nada daquilo que maldosamente inventaram contra mim.»
Deus ouviu a sua oração.
Quando a conduziam para a morte, o Senhor despertou a alma límpida de um
rapazinho, chamado Daniel,
que gritou com voz forte: «Estou inocente da morte dessa mulher!»
Toda a gente se voltou para ele e disse: «Que é que isso quer dizer?»
E, dirigindo--se para o meio deles, afirmou: «Israelitas! Estais loucos,
para condenardes uma filha de Israel, sem examinardes nem reconhecerdes a
verdade?
Recomeçai o julgamento, porque é um falso testemunho o que estes dois
homens declararam contra ela.»
O povo apressou-se a voltar. Os anciãos disseram a Daniel: «Vem, senta-te
no meio de nós e esclarece-nos, porque Deus te deu maturidade!»
Bradou Daniel: «Separai-os para longe um do outro e eu os julgarei.»
Separaram-nos. Daniel, então, chamou o primeiro e disse-lhe: «Velho
perverso! Eis que se manifestam agora os pecados que cometeste outrora em
julgamentos injustos,
ao condenares os inocentes, absolvendo os culpados, quando o Senhor disse:
'Não farás com que morra o inocente ou o justo.'
Vamos! Se realmente os viste, diz-nos debaixo de que árvore os viste
entreterem-se um com o outro.» «Sob um lentisco.» – respondeu.
Retorquiu Daniel: «Pois bem! Aí está a mentira, que pagarás com a tua
cabeça. Eis que o anjo do Senhor, conforme a sentença divina, te vai rachar
a meio!»
Afastaram o homem, e Daniel mandou vir o outro e disse-lhe: «Tu és um filho
de Canaã e não um judeu. Foi a beleza que te seduziu e a paixão que te
perverteu.
É assim que sempre tendes procedido com as filhas de Israel, que, por medo,
entravam em relação convosco. Uma filha de Judá, porém, não consentiu na
vossa perversidade.
Vamos, diz-me: sob que árvore os surpreendeste em atitude de se unirem?»
«Sob um carvalho.»
Respondeu Daniel: «Pois bem! Também tu forjaste uma mentira que te vai
custar a vida. Eis que o anjo do Senhor, de espada em punho, se dispõe a
cortar-te ao meio, para vos aniquilar.»
Logo a multidão deu grandes brados, e bendizia a Deus que salva os que põem
nele a sua esperança.
Toda a gente, então, se insurgiu contra os dois anciãos que Daniel tinha
convencido de falso testemunho, pelas suas próprias declarações e
deu-se-lhes o mesmo tratamento que eles tinham infligido ao seu próximo.
De harmonia com a lei de Moisés, mataram-nos. Deste modo, foi poupada
naquele dia uma vida inocente.


Salmos 23(22),1-6.
O SENHOR é meu pastor: nada me falta.
Em verdes prados me faz descansar e conduz me às águas refrescantes.
Reconforta a minha alma e guia me por caminhos rectos, por amor do seu
nome.
Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu
estás comigo. A tua vara e o teu cajado dão me confiança.
Preparas a mesa para mim à vista dos meus inimigos; ungiste com óleo a
minha cabeça; a minha taça transbordou.
Na verdade, a tua bondade e o teu amor hão de acompanhar me todos os dias
da minha vida, e habitarei na casa do SENHOR para todo o sempre.


João 8,12-20.
Jesus falou-lhes novamente: «Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não
andará nas trevas, mas terá a luz da vida.»
Disseram-lhe, então, os fariseus: «Tu dás testemunho a favor de ti mesmo: o
teu testemunho não é válido.»
Jesus respondeu-lhes: «Ainda que Eu dê testemunho a favor de mim próprio, o
meu testemunho é válido, porque sei donde vim e para onde vou. Vós é que
não sabeis donde venho nem para onde vou.
Vós julgais segundo critérios humanos; Eu não julgo ninguém.
Mas, mesmo que Eu julgue, o meu julgamento é verdadeiro, porque não estou
só, mas Eu e o Pai que me enviou.
Na vossa Lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é válido;
sou Eu a dar testemunho a favor de mim, e também dá testemunho a meu favor
o Pai que me enviou.»
Perguntaram-lhe, então: «Onde está o teu Pai?» Jesus respondeu: «Não me
conheceis a mim, nem ao meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o
meu Pai.»
Jesus pronunciou estas palavras junto das caixas das ofertas, quando estava
a ensinar no templo. E ninguém o prendeu, porque ainda não tinha chegado a
sua hora.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de João, n°34 (a partir da trad. de Véricel, O Evangelho Comentado, p. 223)

A luz do mundo

As palavras do Senhor: «Eu sou a luz do mundo» são claramente, na minha
opinião, para aqueles que têm olhos que lhes permitem tomar parte dessa
luz; mas aqueles que só têm os olhos do corpo admiram-se de ouvir Nosso
Senhor Jesus Cristo dizer: «Eu sou a luz do mundo». Talvez haja mesmo
alguns que dizem para si próprios: Não será Cristo este sol que, ao nascer
e ao pôr-se, determina o dia? [...] Não, Cristo não é esse sol. O Senhor
não é o sol que foi criado, mas Aquele por Quem o sol foi criado. «Por Ele
é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência» (Jo 1, 3).
Ele é, pois, a luz que criou esta luz que vemos. Amemos esta Luz,
compreendamo-la, desejemo-la, para chegarmos um dia junto dela, conduzidos
por ela, e para vivermos nela de forma a nunca mais morrermos. [...]

Vedes, portanto, meus irmãos, vedes, se tendes olhos que vêem as coisas da
alma, que luz é esta da qual o Senhor declara: «Quem Me segue não anda nas
trevas». Segui este sol e veremos se não caminhareis nas trevas; pois eis
que ele se eleva e avança na vossa direcção e, seguindo o seu caminho se
dirige-se para ocidente. Mas tu deves caminhar para o sol nascente, que é
Cristo.




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