Terça-feira, dia  17 de Junho de 2014
  
  Terça-feira da 11ª semana do Tempo Comum  
  
S. Rainério de Pisa, peregrino, +1160  
  Comentário do dia
Juliana de Norwich :   «Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus»  
  1 Reis 21,17-29.      Depois de  Nabot de Jezrael ter sido assassinado, por não querer vender a sua vinha ao  rei Acab, o Senhor dirigiu a palavra ao profeta Elias, o tesbita, dizendo: 
«Desce e vai ter com Acab, rei de Israel, que vive na Samaria; ele está  agora a descer para se apossar da vinha de Nabot. 
Diz-lhe: Assim fala o  Senhor: 'Cometeste um homicídio e agora vais ainda apoderar-te do  alheio?' Acrescentarás ainda: 'Isto diz o Senhor: No mesmo lugar onde os  cães lamberam o sangue de Nabot, hão-de lamber também o teu!'» 
Então Acab respondeu a Elias: «Tornaste a apanhar-me, meu inimigo!» Elias  replicou: «Sim, tornei a apanhar-te porque te prestaste a uma perfídia,  fazendo o que é mal aos olhos do Senhor. 
Farei cair uma desgraça sobre  ti, varrer-te-ei e hei-de exterminar todos os homens da casa de Acab, sejam  escravos ou homens livres em Israel. 
Tornarei a tua casa semelhante à  casa de Joroboão, filho de Nabat, e à de Basa, filho de Aías, porque  provocaste a minha ira e fizeste pecar Israel.» 
O Senhor falou também  para Jezabel: «Os cães hão-de devorar Jezabel na propriedade de Jezrael.  
Todos os membros da casa de Acab que morrerem na cidade, os cães os  hão-de devorar; e todos os membros que morrerem no campo, comê-los-ão as  aves do céu. 
Não houve nunca ninguém como Acab que se prestasse à  perfídia para fazer o mal aos olhos do Senhor. E a sua esposa Jezabel  incitava-o ainda mais. 
Ele cometeu graves abominações, seguindo os  ídolos exactamente como os amorreus, a quem o Senhor despojara diante dos  filhos de Israel.» 
Ao ouvir estas palavras, Acab rasgou as vestes,  cobriu-se de saco e jejuou; dormia sobre um saco e caminhava pensativo. 
Então a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, dizendo: 
«Viste com  Acab se humilhou na minha presença? Já que ele procedeu assim, não o  castigarei durante a sua vida, mas nos dias de seu filho mandarei o castigo  sobre a sua casa.» 
    
  Salmos 51(50),3-4.5-6a.11.16.      Tem  compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;    
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado. 
Lava-me de toda  a iniquidade;   
purifica-me dos meus delitos. 
Porque eu reconheço os meus  pecados   
e tenho diante de mim as minhas culpas. 
Pequei contra ti, só  contra ti,   
e fiz o mal diante dos teus olhos. 
Desviai o vosso rosto das  minhas faltas  
e purificai-me de todos os meus pecados.
Meu Deus, meu Salvador  livrai-me do sangue derramado  
e a minha língua proclamará a vossa justiça.
  
  
  Mateus 5,43-48.      Naquele  tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes o que foi dito: Amarás o  teu próximo e odiarás o teu inimigo. 
Eu, porém, digo-vos: Amai os  vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. 
Fazendo assim,  tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o  Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os  pecadores. 
Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de  ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos? 
E, se saudais  somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também  os pagãos? 
Portanto, sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai  celeste.» 
    
    
  Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org  
  
    
  Comentário do dia:   
  Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa  
  «Revelações do amor divino», cap. 35  
  «Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os  maus»
      Tudo acabará em bem: a plenitude da alegria consiste em ver Deus em tudo.  Através do mesmo poder, sabedoria e amor benditos com que criou todas as  coisas, Ele conduz tudo continuamente para o mesmo objectivo e encaminhará  tudo para Ele. Quando chegar a altura, vê-lo-emos claramente. […] Tudo o  que Nosso Senhor faz é justo; tudo o que permite contribui para o seu  desígnio – o bem e o mal. Porque tudo o que é bom é obra de Nosso Senhor;  e o que é mau, Ele o permite. Não digo com isto que o mal seja válido; digo  que aquilo que Nosso Senhor permite contribui para o seu desígnio. Deste  modo, a sua bondade será conhecida para todo o sempre, bem como as maravilhas  da sua humildade e da sua doçura nesta obra de misericórdia e de graça.  […]  
  
  
O próprio Deus é a rectidão por excelência; todas as suas obras são  justas, ordenadas que estão desde toda a eternidade pelo seu grande poder, a  sua grande sabedoria, a sua grande bondade. Tal como estabeleceu tudo da  melhor maneira, assim opera sem cessar com rectidão e conduz todas as coisas  até ao seu fim. […] Nós estamos protegidos maravilhosamente e para sempre  nesta rectidão, mais do que qualquer outra criatura.  
  
  
E a misericórdia é uma obra que provém da bondade de Deus; ela  manter-se-á enquanto for permitido que o pecado atormente as almas justas.  […] Deus permite as nossas quedas; mas protege-nos pelo seu poder e a sua  sabedoria. Pela sua misericórdia e a sua graça, eleva-nos a uma alegria  infinitamente maior. É assim que Ele quer ser conhecido e amado: na rectidão  e na misericórdia, agora e para sempre.  
  
  
  
              
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