Sexta-feira, dia 03 de Outubro de 2014
Sexta-feira da 26ª semana do Tempo Comum
Santos Veríssimo, Máxima e Júlia, mártires, +303, Beatos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro, presbíteros, e Mateus Moreira, mártires, +1645, S. Francisco de Borja, presbítero, +1572, Santa Maria Josefa Rossello, religiosa, +1880
Comentário do dia
Concílio Vaticano II: «Quem vos ouve é a Mim que ouve, e quem vos rejeita é a Mim que rejeita»
Job 38,1.12-21.40,3-5. Então, do seio da tempestade, o Senhor respondeu a Job e disse:
Alguma vez na tua vida deste ordens à manhã e indicaste o seu lugar à aurora,
para que ela alcançasse as extremidades da terra e expulsasse dela os malfeitores?
Modela-se a terra como o barro sob o sinete e tinge-se como um vestido.
Então, aos maus é recusada a sua luz, e o braço dos soberbos é quebrado.
Desceste até às fontes do mar e passeaste pelas profundidades do abismo?
Abriram-se-te, porventura, as portas da morte? Viste as portas da morada tenebrosa?
Consideraste a extensão da terra? Fala, se sabes tudo isso!
De que lado habita a luz? Qual é o lugar das trevas,
para que as conduzas ao seu domínio e lhes mostres as veredas da sua morada?
Deverias sabê-lo, pois já tinhas nascido e era já grande o número dos teus dias!
E Job respondeu ao Senhor, dizendo:
«Falei levianamente. Que poderei responder-te? Ponho a minha mão sobre a boca;
falei uma vez, oxalá não tivesse falado; não vou falar duas vezes, nem acrescentarei mais nada.»
Salmos 139(138),1-3.7-8.9-10.13-14ab. Senhor, tu conheces o íntimo do meu ser:
sabeis quando me sento e quando me levanto.
De longe penetrais o meu pensamento.
Vês-me quando caminho e quando descanso;
estás atento a todos os meus passos.
Onde é que eu poderia ocultar-me do teu espírito?
Para onde poderia fugir da tua presença?
Se subir aos céus, Tu lá estás;
se descer ao mundo dos mortos, ali te encontras.
Se voar nas asas da aurora
ou for morar nos confins do mar,
mesmo aí a tua mão há-de guiar-me
e a tua direita me sustentará.
Tu modelaste as entranhas do meu ser
e formaste-me no seio de minha mãe.
Dou-te graças por tão espantosas maravilhas;
As vossas obras são admiráveis
Lucas 10,13-16. Naquele tempo, disse Jesus: "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sídon se tivessem operado os milagres que entre vós se realizaram, de há muito que teriam feito penitência, vestidas de saco e na cinza.
Por isso, no dia do juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sídon do que para vós.
E tu, Cafarnaúm, porventura serás exaltada até ao céu? É até ao inferno que serás precipitada.
Quem vos ouve é a mim que ouve, e quem vos rejeita é a mim que rejeita; mas, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição dogmática sobre a Igreja no mundo actual «Gaudium et spes», §§ 40, 45
«Quem vos ouve é a Mim que ouve, e quem vos rejeita é a Mim que rejeita»
A Igreja, que tem a sua origem no amor do eterno Pai, foi fundada no tempo por Cristo Redentor, e se reúne no Espírito Santo, tem um fim salvador e escatológico, que só se poderá atingir plenamente no outro mundo. Mas ela existe já actualmente na terra, composta de homens que são membros da cidade terrena e chamados a formar já na história humana a família dos filhos de Deus, a qual deve crescer continuamente até à vinda do Senhor. […] Deste modo, a Igreja, simultaneamente «agrupamento visível e comunidade espiritual» (LG 8), caminha juntamente com toda a humanidade, participa da mesma sorte terrena do mundo e é como que o fermento e a alma da sociedade humana, a qual deve ser renovada em Cristo e transformada em família de Deus.
Esta compenetração da cidade terrena com a celeste só pela fé se pode perceber; mais, ela permanece o mistério da história humana, sempre perturbada pelo pecado, enquanto não chega a plena manifestação da glória dos filhos de Deus. Procurando o seu fim salvífico, a Igreja não se limita a comunicar ao homem a vida divina; espalha sobre todo o mundo os reflexos da sua luz, sobretudo enquanto cura e eleva a dignidade da pessoa humana, consolida a coesão da sociedade e dá um sentido mais profundo à quotidiana actividade dos homens. Assim, a Igreja pensa que, por meio de cada um dos seus membros e por toda a sua comunidade, muito pode contribuir para tornar mais humana a família dos homens e a sua história. […]
Ao ajudar o mundo, e recebendo dele ao mesmo tempo muitas coisas, o único fim da Igreja é o advento do reino de Deus e o estabelecimento da salvação de todo o género humano. E todo o bem que o Povo de Deus pode prestar à família dos homens durante o tempo da sua peregrinação deriva do facto de a Igreja ser o «sacramento universal da salvação» (LG 48), manifestando e realizando simultaneamente o mistério do amor de Deus pelos homens.
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