Quarta-feira, dia 07 de Outubro de 2015
Quarta-feira da 27ª semana do Tempo Comum
Nossa Senhora do Rosário
Comentário do dia
Santa Teresa de Ávila : A oração introduz-nos desde já no reino de Deus
Jonas 4,1-11. Jonas ficou muito desgostoso e irritado, quando Deus perdoou aos ninivitas,
e orou, dizendo: «Ah, Senhor! Não era isto que eu dizia, quando estava ainda na minha terra? Por isso me apressei a fugir para Társis, por saber que sois um Deus clemente e compassivo, lento para a ira, rico de misericórdia e sempre disposto a desistir do castigo.
Mas agora, Senhor, tirai-me a vida, porque para mim é melhor morrer do que ficar vivo».
O Senhor respondeu-lhe: «Terás razão para te irritares?».
Jonas saiu de Nínive e instalou-se a oriente da cidade. Aí fez uma cabana e sentou-se à sua sombra, para ver o que acontecia à cidade.
Então o Senhor Deus fez crescer um rícino, que se elevou por cima de Jonas, para lhe dar sombra à cabeça e o livrar do seu mau humor. Jonas ficou muito contente com o rícino.
Mas no dia seguinte, ao romper da manhã, Deus mandou um verme, que roeu as raízes do rícino, e ele secou.
Ao nascer do sol, Deus fez soprar do oriente um vento abrasador e o sol bateu em cheio na cabeça de Jonas, fazendo-o desmaiar. E Jonas tornou a pedir a morte, exclamando: «Para mim é melhor morrer do que ficar vivo».
Então Deus disse a Jonas: «Terás razão para te irritares por causa do rícino?». Jonas respondeu: «Tenho razão de me irritar mortalmente».
O Senhor disse-lhe: «Tu tens pena do rícino, que não te deu qualquer trabalho e não fizeste crescer, que nasceu numa noite e numa noite morreu.
E Eu não devia ter pena da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir a mão direita da esquerda, além de grande número de animais?».
Salmos 86(85),3-4.5-6.9-10. Tende piedade de mim, Senhor, que a Vós clamo todo o dia.
Alegrai a alma do vosso servo, porque a Vós, Senhor, elevo a minha alma.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente, cheio de misericórdia para com todos os que Vos invocam.
Ouvi, Senhor, a minha oração, atendei a voz da minha súplica.
Todos os povos que criastes virão adorar-Vos, Senhor, e glorificar o vosso nome,
porque Vós sois grande e operais maravilhas, Vós sois o único Deus.
Lucas 11,1-4. Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os seus discípulos».
Disse-lhes Jesus: «Quando orardes, dizei: 'Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino;
dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência;
perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação'».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), carmelita descalça, doutora da Igreja
Caminho de Perfeição, cap. 30
A oração introduz-nos desde já no reino de Deus
«Santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso Reino.» Admirai aqui, minhas filhas, a imensa sabedoria do nosso Mestre! Que queremos nós quando pedimos esse Reino? [...] Nosso Senhor conhecia a nossa extrema fraqueza. Ele sabia que nós éramos incapazes de santificar, de louvar, de exaltar, de glorificar o nome santíssimo do Pai eterno duma forma conveniente, a menos que Ele atendesse a isso, dando-nos o seu Reino já cá em baixo. Foi exactamente por isso que o bom Jesus juntou aqui estes dois pedidos. [...]
Em minha opinião, um dos grandes bens que encerra o Reino do Céu é estarmos afastados de todas as coisas da terra; aí, gozamos um repouso e uma beatitude íntimas, e participamos da alegria de todos numa paz perpétua, na felicidade profunda que provém de vermos todos os eleitos santificarem e louvarem o Senhor, abençoando o seu nome, sem que ninguém que O ofenda. Todos O amam, e a alma não tem outra ocupação que não seja amá-Lo, e não pode deixar de O amar porque O conhece.
Pois bem! Se nós pudéssemos conhecê-Lo, amá-Lo-íamos do mesmo modo cá em baixo, não todavia tão perfeitamente nem com essa estabilidade, mas enfim, amá-Lo-íamos de modo diferente de como O amamos. [...] Aquilo de que estamos a tratar é possível à alma, já neste exílio, com a graça de Deus. Mas, na verdade, ela não pode atingi-lo perfeitamente [...] pois ainda navegamos no mar deste mundo, e continuamos a ser viajantes. Há contudo momentos em que o Senhor, vendo-nos fatigados do caminho, põe todas as nossas forças na calma e a nossa alma na quietude. Então, Ele revela claramente, por um certo ante-gosto, qual é o sabor da recompensa reservada àqueles que introduz no seu Reino.
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