Domingo, dia  04 de Dezembro de 2016
  
  2º Domingo do Advento
  2º Domingo do Advento (semana II do saltério)
  
S. João Damasceno, presbítero e doutor da Igreja, +749,  Santa  Bárbara, mártir, séc. IV  
  Comentário do dia
São Gregório Magno :   «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas»  
  Is. 11,1-10.      Naquele  dia, sairá um ramo do tronco de Jessé, e um rebento brotará das suas  raízes.  
Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de  inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento  e de temor de Deus.  
Animado assim do temor de Deus, não julgará segundo as aparências,  nem decidirá pelo que ouvir dizer.  
Julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os humildes  do povo. Com o chicote da sua palavra atingirá o violento e com o sopro dos  seus lábios exterminará o ímpio.  
A justiça será a faixa dos seus rins, e a lealdade a cintura dos seus  flancos.  
O lobo viverá com o cordeiro, e a pantera dormirá com o cabrito; o  bezerro e o leãozinho andarão juntos, e um menino os poderá conduzir.  
A vitela e a ursa pastarão juntamente, suas crias dormirão lado a  lado; e o leão comerá feno como o boi.  
A criança de leite brincará junto ao ninho da cobra, e o menino  meterá a mão na toca da víbora.   
Não mais praticarão o mal nem a destruição em todo o meu santo  monte: o conhecimento do Senhor encherá o país, como as águas enchem o  leito do mar.  
Nesse dia, a raiz de Jessé surgirá como bandeira dos povos; as  nações virão procurá-la, e a sua morada será gloriosa.  
    
  Salmos 72(71),1-2.7-8.12-13.17.      Ó Deus,  dai ao rei o poder de julgar e a vossa justiça ao filho do rei.  
Ele governará o vosso povo com justiça e os vossos pobres com  equidade.  
Florescerá a justiça nos seus dias e uma grande paz até ao fim dos  tempos.  
Ele dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da  terra.  
Socorrerá o pobre que pede auxílio e o miserável que não tem  amparo.  
Terá compaixão dos fracos e dos pobres e defenderá a vida dos  oprimidos.  
O seu nome será eternamente bendito e durará tanto como a luz do sol;  nele serão abençoadas todas as nações, todos os povos da terra o hão-de  bendizer.  
  
  
  Romanos 15,4-9.      Irmãos:  Tudo o que foi escrito no passado foi escrito para nossa instrução, a fim de  que, pela paciência e consolação que vêm das Escrituras, tenhamos  esperança.  
O Deus da paciência e da consolação vos conceda que alimenteis os  mesmos sentimentos uns para com os outros, segundo Cristo Jesus,  
para que, numa só alma e com uma só voz, glorifiqueis a Deus, Pai de  Nosso Senhor Jesus Cristo.  
Acolhei-vos, portanto, uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para  glória de Deus.  
Pois Eu vos digo que Cristo Se fez servidor dos judeus, para mostrar a  fidelidade de Deus e confirmar as promessas feitas aos nossos antepassados.  
Por sua vez, os gentios dão glória a Deus pela sua misericórdia, como  está escrito: «Por isso eu Vos bendirei entre as nações e cantarei a  glória do vosso nome».  
    
  Mateus 3,1-12.      Naqueles  dias, apareceu João Baptista a pregar no deserto da Judeia, dizendo:  
«Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus».  
Foi dele que o profeta Isaías falou, ao dizer: «Uma voz clama no  deserto: 'Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas'».   
João tinha uma veste tecida com pelos de camelo e uma cintura de  cabedal à volta dos rins. O seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre.  
Acorria a ele gente de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região  do Jordão;  
e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.  
Ao ver muitos fariseus e saduceus que vinham ao seu baptismo,  disse-lhes: «Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está  para vir?  
Praticai acções que se conformem ao arrependimento que manifestais.  
Não penseis que basta dizer: 'Abraão é o nosso pai', porque eu  vos digo: Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão.  
O machado já está posto à raiz das árvores. Por isso, toda a árvore  que não dá fruto será cortada e lançada ao fogo.  
Eu baptizo-vos com água, para vos levar ao arrependimento. Mas Aquele  que vem depois de mim é mais forte do que eu, e não sou digno de levar as  suas sandálias. Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo.  
Tem a pá na sua mão: há-de limpar a eira e recolher o trigo no  celeiro. Mas a palha, queimá-la-á num fogo que não se apaga».  
    
    
  Tradução litúrgica da Bíblia  
  
    
  Comentário do dia:   
  São Gregório Magno (c. 540-604), papa, doutor da Igreja  
  Homilias sobre o Evangelho, n.º 20  
  «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas  veredas»
      È evidente para todo o leitor que João não pregou apenas, mas também  conferiu um batismo de penitência. Não pôde, no entanto, dar um batismo que  remisse os pecados, pois a remissão dos pecados só nos é dada no batismo em  Cristo. Por isso o evangelista diz que ele «pregava um batismo de  arrependimento para a remissão dos pecados» (Lc 3,3); não podendo ele  próprio dar um batismo que perdoasse os pecados, anunciava esse, ainda por  vir. Tal como as suas palavras de pregação eram precursoras da Palavra do  Pai feita carne, assim o seu batismo […] precedia o do Senhor, como sombra  da verdade (Col 2,17).   
  
Este mesmo João, interrogado sobre quem era, respondeu: «Eu sou a voz  daquele que grita no deserto» (Jo 1,23; Is 40,3). O profeta Isaías  chamara-lhe «voz», pois ele precedia a Palavra. Aquilo que gritava é-nos  ensinado a seguir: «Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas  veredas». O que faz aquele que prega a fé verdadeira e as boas obras, senão  preparar a estrada nos corações dos ouvintes para o Senhor que vem? Possa a  graça toda-poderosa penetrar nestes corações, iluminá-los com a luz da  verdade […].  
  
Acrescenta S. Lucas: «Todos os vales sejam levantados, todas as  montanhas e colinas sejam abaixadas». Que designam aqui estes vales, senão  os humildes, e os montes e as colinas, senão os orgulhosos? Com a vinda do  Redentor, segundo a sua própria palavra, «quem se exalta será humilhado e  quem se humilha será exaltado» (Lc 14,11). Pela fé no mediador entre Deus e  os homens, Jesus Cristo feito homem (1Tim 2,5), aqueles que nele creem  receberam a plenitude da graça, enquanto os que se recusam a crer foram  humilhados no seu orgulho. Todos os vales serão levantados porque os  corações humildes, ao acolherem a palavra da santa doutrina, serão  cumulados pela graça das virtudes, segundo o que está escrito: «Das fontes  fez jorrar rios, que serpenteiam nos vales» (Sl 104,10).  
  
  
  
              
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